EM DIA COM O MACHADO
302 (Jó)
— Meu caro Emmanuel, embora
você me tenha prometido que, já neste segundo encontro, falaríamos sobre a
personalidade de Jesus, a mim me parece que, dentre todos os profetas
anunciadores da chegada do Senhor, lhe faltou falar de um profeta de altíssima
importância no anúncio da vinda do Cristo e sua missão entre nós.
— Exato, Machado, deixei de falar
sobre o rei Davi, o profeta poeta. E é com ele que começaremos a conversar
sobre a personalidade de Jesus. Antes disso, reflitamos um pouco em dois dos
seus salmos.
O Salmo 2:7 narra-nos o seguinte:
“Publicarei o decreto de Deus, que me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te
gerei”.
Davi, acima, refere-se a Jesus, o Cristo de Deus, chamado o
“unigênito” por não ter pecados, como nós, que também somos filhos do Altíssimo,
criados para a perfeição individual, tendo por modelo o Senhor.
No Salmo 110:1, lemos o seguinte: “Disse Deus ao meu Senhor:
Senta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos como escabelo dos
teus pés”. E Jesus, ensinando no templo, repete a frase de Davi, discordando
dos que o consideravam descendente deste: “Como podem os escribas dizer que o
Messias é filho de Davi? [...] O próprio Davi o chama Senhor, como pode, então,
este ser filho daquele?” (Lucas, 12: 35- 37).
— E que significam
essas palavras, Emmanuel? Seria Jesus diferente de nós, em relação à
genealogia?
— Meu caro Machado, a linhagem crística não se deu na Terra. Ele
faz parte da “comunidade de espíritos puros e eleitos pelo Senhor Supremo do
Universo”, como eu já lhe informei, no primeiro capítulo de A Caminho da Luz, obra psicografada por
Chico Xavier. O Senhor foi “[...] o Verbo da criação do princípio, como é e
será a coroa gloriosa dos seres terrestres na imortalidade sem fim” (id.),
auxiliado por seus divinos emissários.
Reflita, também, amigo Machado, na frase inicial do capítulo
seguinte da obra citada: “Sob a orientação misericordiosa e sábia do Cristo,
laboravam na Terra numerosas assembleias de operários espirituais”. Ninguém, a
não ser Deus, realiza nada de grandioso sem o auxílio do próximo. Por isso, o
Messias, em sua humildade suprema, nos chama de irmãos e escolheu doze
espíritos para o auxiliarem em sua missão na Terra, quando aqui pisou, pela primeira vez, descido dos
Altiplanos Siderais.
Jesus é, pois, o Filho de Deus, “o verbo de luz e de amor do
princípio, cuja genealogia se confunde na poeira dos sóis que rolam no
infinito” (op. cit., cap. 3). Não tendo origem na Terra, mas tendo sido
designado por Deus para a sua formação e governo, não poderia, pois, ser
descendente de Davi.
— Interessantes, Emmanuel, suas explicações. Ufa! Cansei. Vamos
continuar na próxima semana, pois é carnaval e o povo brasileiro agora está
preso à “carne nada vale”. Oremos.
— Sim, irmão, e prossigamos na próxima semana. Que o Divino Amigo
nos conserve em sua paz e luz.
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