História
de Francisco e Clara
(Irmão
Jó)
Em
mil cento e oitenta e dois,
nasceu
em Assis, na Itália
o
Francisco Bernardone,
que
gostava duma farra,
mas
era muito bondoso.
Seu
pai, Pedro Bernardone,
foi
rico comerciante,
mas
o tempo era de guerra
e
o nosso heroico festeiro
resolvera
alistar-se
para
a defesa do Altar
de
Inocêncio Terceiro.
Gastou
pequena fortuna,
vestiu-se
de linho e púrpura
Colocou
sua armadura
e
partiu para Espoleto.
Mas
antes de ali chegar,
passando
em frente a um gueto,
um
mendigo o abordou
trajando
somente trapos.
E
ele, que nunca negara
o
auxílio de uma esmola,
despiu-se
e pôs em sacola
a
roupa que então trajara
e
a ofereceu ao mendigo.
Naquela
noite, porém,
ouviu
uma voz do Além:
—
Francisco, volte pra Assis,
porque
lá lhe será dito
o
que lhe deve fazer.
Voltando
para Assis,
a
convite dos amigos
participou
duma festa,
mas
não quis farra e bebidas.
Recolheu-se
a seu abrigo,
rezou
a noite inteira
e
então foi iluminado.
Depois
de sua oração,
viu
que o mundo era vazio.
Passou
a ter vida simples
na
igreja de São Damião.
Quando
seu pai foi buscá-lo
e
lhe propôs decidir-se
entre
a herança e a pobreza,
depois
de todo despir-se,
falou
ao pai: — Assim seja,
você
fica com seus cobres
e
eu com Jesus e os pobres,
pois
Deus é Pai de nós todos.
E
o pobrezinho de Assis
passou
a pedir esmola,
cantando
alegre e feliz,
visando
à restauração
do
templo de São Damião.
Depois
participou da
Capela
de Porciúncula,
depois
foi para a abadia
lá
do Monte Subasio,
onde
orava noite e dia,
cantando
com passarinhos,
pregando
o Reino de Deus
e
convertendo os ateus...
Depois,
participou da
Ordem
dos frades menores,
que
tinha doze discípulos,
seus
caridosos cantores.
E
a igreja de Porciúncula
ficou
sendo, após arranjos,
Santa
Maria dos Anjos.
Distribuíram
aos pobres
toda
a riqueza que tinham,
mas
viviam trabalhando,
e,
cantando e orando,
das
riquezas se abstinham.
Até
que um dia, irmã Clara
falou
ao pai, Sasso Rosso:
—
Viver aqui já não posso,
quero
seguir a Jesus
junto
a seus novos apóstolos,
tendo
por pai e por guia,
todo
nimbado de luz,
o
bom Francisco de Assis.
Assim
fundou-se a Ordem
Segunda
dos Franciscanos,
que,
alheia aos gozos mundanos,
era
a Ordem das Clarissas,
que
se enchia de noviças,
pois,
por amor a Jesus,
também
levavam sua cruz.
Quando
Francisco morreu,
foi
recebido por Cristo
e
por Maria Santíssima.
Então,
ele intercedeu
por
Clara e por Clarissas,
todas
nimbadas de luz.
E
a obra permaneceu
no
trabalho com Jesus.
Brasília,
DF, 4 de outubro de 2024.
Dia
de São Francisco.