Continuação do estudo objetivo d'O Livro dos Espíritos, tradução de Evandro Noleto Bezerra, com Jorge e Lourdes.
Em 12 de março
16 – Os que professam esta doutrina pretendem encontrar nela a demonstração de alguns dos atributos de Deus. Sendo infinitos os mundos, Deus é, por isso mesmo, infinito; não existindo o vazio, ou o nada em parte alguma, Deus está por toda parte; estando Deus em toda parte, já que tudo é parte integrante de Deus, Ele dá a todos os fenômenos da Natureza uma razão de ser inteligente. Que se pode opor a este raciocínio?
A razão. Refleti maduramente e não vos será difícil reconhecer-lhe o absurdo.
Comentários
Esta
doutrina faz de Deus um ser material que, embora dotado de suprema inteligência,
seria em escala maior o que somos em menor escala. Ora, transformando-se
incessantemente a matéria, Deus, nesse caso, não teria nenhuma estabilidade e
estaria sujeito a todas as vicissitudes, mesmo a todas as necessidades da
Humanidade; faltar-lhe-ia um dos atributos essenciais da Divindade: a
imutabilidade. Não se podem conciliar as propriedades da matéria com a ideia de
Deus sem que Ele fique rebaixado em nosso pensamento, e nenhuma sutileza de
sofisma conseguirá resolver o problema de sua natureza íntima. Não sabemos tudo
o que Ele é, mas sabemos o que Ele não pode deixar de ser e o sistema acima está
em contradição com as suas propriedades mais essenciais; confunde o Criador com
a criatura, exatamente como se quiséssemos que uma máquina engenhosa fosse
parte integrante do mecânico que a concebeu.
A
inteligência de Deus se revela em suas obras como a de um pintor no seu quadro,
mas as obras de Deus não são o próprio Deus, como o quadro não é o pintor que o
concebeu e o executou.
A doutrina citada por Kardec é o panteísmo. Com a resposta dada pelos espíritos, encerra-se esse tema. Após atender ao pedido do espírito para refletir sobre o absurdo da ideia de que Deus estando em todas as coisas tudo é Deus. Kardec esclarece-nos que se assim fosse Deus não seria perfeito, pois estaria sujeito às mudanças da matéria. Não seria imutável e estaria sujeito a todos os male que matéria está sujeita.
Por isso, Kardec conclui que não sabemos tudo o que Deus é, mas sabemos o que Ele não pode ser. O panteísmo confunde o Criador com a criatura. A máquina não é seu inventor, como o quadro não é o pintor que o “concebeu e executou”.
13
de março de 2025
17 – É dado ao homem conhecer o princípio das coisas?
Resposta: Não, Deus não permite que tudo seja revelado ao homem nest mundo.
Comentários
Na
Terra, mundo de expiações e provas, a caminho da regeneração, ainda não é possível
conhecer o princípio das coisas. O que há são hipóteses e teorias, que o tempo
desmente.
Resposta:
O véu se levanta para ele à medida que se depura, mas, para compreender certas
coisas, precisa de faculdades que ainda não possui.
Somente
quando o homem estiver mais depurado e possuir qualidades mais elevadas
penetrará com acerto o “princípio das coisas”.
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