Estudo objetivo d'O Livro dos Espíritos
Em 9 de março
10 - Pode o homem compreender a natureza íntima de Deus?
Resposta: Não, falta-lhe, para tanto, o sentido.
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Como temos dito, nossos cinco sentidos: tato, olfato, paladar, visão e audição são muito limitados para compreender a natureza divina. Somente os espíritos puros, como Jesus, a compreendem.
11 - Será dado um dia, ao homem compreender o mistério da Divindade?
Resposta: Quando seu espírito não mais estiver obscurecido pela matéria e, pela sua perfeição, se houver aproximado de Deus, então o verá e o compreenderá.
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A inferioridade das faculdades do homem não lhe permite compreender a natureza íntima de Deus. Na infância da Humanidade, o homem o confunde muitas vezes com a criatura, cujas imperfeições lhe atribui; mas, à medida que nele se desenvolve o senso moral, seu pensamento penetra melhor no âmago das coisas; então, ele faz da Divindade uma ideia mais justa e mais conforme à sã razão, embora sempre incompleta.
A resposta dessa questão número 11 complementa o que dissemos. Somos ainda muito imperfeitos para compreender o "mistério da Divindade". A ideia de que "Deus criou o homem à sua imagem e semelhança" ainda não é bem entendida por grande parte da humanidade, que possui o conceito antropomórfico de Deus. Mas somente quando o senso moral do ser humano estiver superiormente desenvolvido ele compreenderá Deus. Vê-lo, entretanto, só é possível aos espíritos puros.
Resposta: Sim, de algumas. O homem as compreende melhor à medida que se eleva acima da matéria; ele as entrevê pelo pensamento.
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Podemos conhecer algumas das perfeições de Deus, que entrevemos pelo pensamento. Na próxima questão, Kardec expõe-nos sete dessas perfeições.
13 – Quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom, não temos uma ideia completa de seus atributos?
Resposta: Do vosso ponto de vista, sim, porque acreditais abranger tudo. Mas ficai sabendo que há coisas acima da inteligência do homem mais inteligente e para as quais a vossa linguagem, limitada às vossas ideias e sensações, não tem como se expressar. A razão, com efeito, vos diz que Deus deve possuir essas perfeições em grau supremo, porque, se tivesse uma só de menos, ou não a tivesse em grau infinito, não seria superior a tudo e, por conseguinte, não seria Deus. Para estar acima de todas as coisas, Deus não pode achar-se sujeito a nenhuma vicissitude, nem sofrer nenhuma das imperfeições que a imaginação possa conceber.
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Deus é eterno. Se tivesse tido um começo, teria saído do nada, ou, então, teria sido criado por um ser anterior. É assim, que, pouco a pouco, remontamos ao infinito e à eternidade.
É imutável. Se estivesse sujeito a mudanças, as leis que regem o Universo não teriam nenhuma estabilidade.
É imaterial. Isto é, sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria; de outro modo, Ele não seria imutável, porque estaria sujeito às transformações da matéria.
É único. Se houvesse muitos deuses, não haveria unidades de vistas, nem unidade de poder na ordenação do Universo.
É onipotente. Porque é único. Se não tivesse o soberano poder, algo haveria mais poderoso ou tão poderoso quanto Ele; não teria, assim, feito todas as coisas e as que não tivesse feito seriam obra de outro Deus.
É soberanamente justo e bom. A sabedoria providencial das leis divinas se revela nas menores como nas maiores coisas, e essa sabedoria não permite se duvide nem da sua justiça, nem da sua bondade.
A tradução fiel de Haroldo Dutra Dias é que demonstra não haver Jesus se referido ao Reino de Deus como a si mesmo. Tanto é assim que na questão 621 d’O Livro dos Espíritos, ao ser perguntado por Kardec onde se situa a Lei de Deus, a resposta é “Na consciência”. A partir do entendimento do que os espíritos enviados de Jesus nos dizem podemos entender que Deus e seu reino estão, sim, também, como em todas as coisas, dentro de nós.
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