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terça-feira, 4 de setembro de 2012


Em dia com o Machado 14  (jlo)   

I

                No meu tempo, já se anunciava a televisão, a internet, o carro a motor e muitas coisas mais que há atualmente. A diferença é que tais inventos eram tidos como produtos da imaginação de malucos chamados Leonardo da Vinci, Thomas Édson e muitos outros profetas e inventores do passado, de minha época, da sua, dos seus netos, bisnetos, tataranetos e assim por diante.
                Como dizia Fabiane, primogênita deste que lhes escreve, mãe do Mateus, o grande amigo deste avô coruja que tanto me evoca: “as pessoas são muito doidas”.
                Pois não é que outro dia uma repórter nos mostrou na TV uma jovem muito doidona, que ao ser pega numa blitz rodoviária, estava numa bebedeira daquelas que não conseguem fazer um quatro nem que lhe paguem nova caipirinha? Nesse estado, insistia com o guarda para liberá-la logo, por que estava com muita pressa. Para que, não nos foi dito e nem lhe foi perguntado...
                — Moço - dizia ela -, eu não posso ficar aqui, quero ir embora já, pois estou com muita pressa...
                Ao que o agente policial lhe respondeu:
                — A senhora já viu como estava rodando? Sua roda dianteira direita já não tem pneu, já não tem calota, e não demora muito já não terá ali nem mesmo roda.
                Ela nem ouviu o que o agente disse. Respondeu-lhe desse modo:
                — Quer saber?... Vou fumar um baseado.
                Dito e feito, entrou no carro, abriu o porta-luvas, pegou uma carteira, sacou de lá uma nota de cinquenta reais, enrolou-a com ar,  colocou-a na boca, pôs-lhe fogo e tentou fumá-la.

                                                                                    II

                Não me venham falar de bebuns,  farmácia ou de outros estabelecimentos suspeitos. O que eu quero é música, somente música, tão só música para dançar. Um canal de TV muito conhecido, há pouco tempo, denunciou as drogas que são vendidas como milagrosas e nada mais são que placebos, mistura de água com açúcar vendidos aos incautos com o propósito de tapeá-los.
                Um finório cidadão brasileiro, literato e, consequentemente, político, definiu-me, outra vez, as nossas drogarias como verdadeiras confeitarias. Esqueceu-me dizer-lhe que não se pode acusar ninguém sem prova; provar é que são elas.
                Pode também ocorrer que o farmacêutico, ao manipular os produtos químicos confunda sulfato de sódio com cloreto de sódio, leite de magnésia com leite de vaca. Então, é provável ainda que ele acabe por rir no soro e trocar a cafiaspirina por café na esquina.
                Que lei impede o farmacêutico honesto de manipular e vender suas drogas pseudoperigosas? Caso elas matem, o ofendido que vá reclamar na farmácia ou no tribunal a justa indenização; se não matarem nem curarem, não terão passado de um acidente inócuo; mas e se uma dessas drogas curar? Não terá valido a pena? Afinal, como diz meu amigo Pessoa, “tudo vale a pena, se a alma não é pequena”. Quem sabe se essa vida única não será a de uma grande cantora lírica ou a de um tenor tão bom como Pavarotti?
                Meditemos, pois, antes de condenar as farmácias pelo seu interesse no bem da humanidade, ainda que nossos bolsos reclamem e nosso fígado arrebente.
                Todavia, basta disso tudo! Voltemos à música, pois somente ela nos interessa, seja erudita ou popular. Música, maestro!
Só não se pode confundi-la com o produto farmacêutico sonrisal, pois então se estará mexendo comigo. Afinal o som e o riso, a música e a alegria devem andar sempre juntos, embriagados no bom sentido.
                Não que eu tenha nada contra as músicas melancólicas. Afinal, já disse que o que eu quero é música, e música para cantar e dançar, pouco se me dando se a mula é manca, ou não me importando com o traquejo da onagra, pois o que eu quero é... dançar. De preferência bem acompanhado por um bom cantor ou cantora e com minha amada.
                E por falar em música, parabéns à banda Vivoverso cantando o  "O Verso Vivo”, pela apresentação musical desta segunda-feira, 3 de setembro de 2012, abrindo com chave de ouro o simpósio “50 Anos do Instituto de Letras” da Universidade de Brasília. A programação vai até 6 de setembro de 2012. Bela apresentação do cantor, honrou o sobrenome Cyntrão.
                Ao Felipe Cyntrão, Darlan Carvalho, Deivid Carvalho os nossos parabéns!
 
               
 

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