Em dia com o Machado 17 (jlo) - A seca e os
ipês
Meu excelentíssimo amigo, hoje vamos
conversar sobre os ipês. Sim, é sobre essa “árvore cascuda”, segundo os nossos
índios tupis, que iremos tratar na crônica desta noite. São 253 espécies do
gênero Tabebuia, segundo fui informado em consulta idônea. Não me peça para
citar a fonte, que lhe mando ir fuçar a internet,
o Aurélio e obras especializadas no
assunto.
Perto do inverno, entre os meses
de maio a setembro, dizem que o ipê sofre terrivelmente com a seca e, por
consequência, a falta de água. Então reage dando flores!
Os ipês rosas e roxos, no início
de junho, são os primeiros a florir.
Aqui em Brasília, quando nós já
estamos desesperados com a baixa humidade do ar, florescem os ipês amarelos em
sua exuberante imponência. Já quando a primavera desponta e chegam as águas,
brotam os ipês brancos com sua floração de apenas dois dias, geralmente em
agosto, e se repete em setembro, em plena primavera.
É a natureza a nos ensinar como
reagir ante as adversidades da vida. Nas primeiras contrariedades da falta
d’água, as flores vêm rubras, em seguida, arroxeiam-se mudamente contrastando
com o azul do céu. Sofre sem deixar de nos fornecer sua sombra amiga e a beleza
do seu ser.
Outro dia, conversei com um ipê
que me dizia:
— Veja como reajo ante a
inclemência do sol, ocupo-me em colorir-me e proporcionar a todos os seres um
espaço refrescante, para que a Natureza se embeleze e, emocionada, derrame
sobre nós o refrigério de suas lágrimas.
E eu não soube o que lhe
responder, senão que lhe ficava grato por nos fornecer aquela lição de
humildade e esperança em dias melhores, sejamos nós políticos, filósofos ou
poetas.
Boa noite!
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