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terça-feira, 2 de outubro de 2012


Em dia com o Machado 17 (jlo)  -  A seca e os ipês

 

     Meu excelentíssimo amigo, hoje vamos conversar sobre os ipês. Sim, é sobre essa “árvore cascuda”, segundo os nossos índios tupis, que iremos tratar na crônica desta noite. São 253 espécies do gênero Tabebuia, segundo fui informado em consulta idônea. Não me peça para citar a fonte, que lhe mando ir fuçar a internet, o Aurélio e obras especializadas no assunto.

Perto do inverno, entre os meses de maio a setembro, dizem que o ipê sofre terrivelmente com a seca e, por consequência, a falta de água. Então reage dando flores!

Os ipês rosas e roxos, no início de junho, são os primeiros a florir.

Aqui em Brasília, quando nós já estamos desesperados com a baixa humidade do ar, florescem os ipês amarelos em sua exuberante imponência. Já quando a primavera desponta e chegam as águas, brotam os ipês brancos com sua floração de apenas dois dias, geralmente em agosto, e se repete em setembro, em plena primavera.

É a natureza a nos ensinar como reagir ante as adversidades da vida. Nas primeiras contrariedades da falta d’água, as flores vêm rubras, em seguida, arroxeiam-se mudamente contrastando com o azul do céu. Sofre sem deixar de nos fornecer sua sombra amiga e a beleza do seu ser.

Outro dia, conversei com um ipê que me dizia:

— Veja como reajo ante a inclemência do sol, ocupo-me em colorir-me e proporcionar a todos os seres um espaço refrescante, para que a Natureza se embeleze e, emocionada, derrame sobre nós o refrigério de suas lágrimas.

E eu não soube o que lhe responder, senão que lhe ficava grato por nos fornecer aquela lição de humildade e esperança em dias melhores, sejamos nós políticos, filósofos ou poetas.

Boa noite!

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