Em
dia com o Machado 41 (jlo)
Por uma dessas coincidências
interessantes, tenho um amigo chamado Jorge, o mesmo nome de batismo do novo
representante máximo da Igreja Católica. Curiosamente, algumas horas antes de
ser escolhido seu xará, meu amigo brincava: — Não, não quero ser papa.
Agora vamos à escolha e à mudança de
nome. Quando o argentino foi escolhido, a cara de decepção de milhares, milhões
de católicos brasileiros foi patente. Alguns se sentiram mesmo traídos. Afinal,
los hermanos tienem mania de
grandeza, imagina-se por aqui, nestas terras verde-amarelas. Ahora ellos nos mandarão todos para o quinto dos infernos.
Pero
no creo. Todos os argentinos que conheci se mostraram o fino da educação e
da gentileza comigo. É bem verdade que jamais toquei no tema futebol com eles,
mas isso é o que faz a diferença. Talvez nós sejamos muito mais preconceituosos
do que eles no que se refere a esse assunto, pois ouvi dizer que são os
chilenos os seus mais ferrenhos inimigos; inimigos figadais mesmo, na área do
futebol e até mesmo fora dela, como, por exemplo, na linha de fundo, na lateral
ou no ataque.
Quando um argentino vai falar com um
chileno sobre futebol, ambos se colocam na zona de defesa. Daí, passam
rapidamente para o ataque e então... Seja o que Deus quiser. Aliás, agora que
há um representante máximo do Senhor Supremo na terra do Mar del Plata, ellos podran hablar que Dios es argentino.
Mas para que tanta polêmica? Ah, sim,
queríamos um papa brasileiro; no entanto, é preciso refletir que, no Brasil, 70%
da população é católica. Todavia, desses 70%, outros 70% são umbandistas, 70%
são espíritas, 70% são muçulmanos e 70% nunca vão à igreja, a não ser para casar
ou batizar. Sem falar nos 30% de evangélicos, que fazem mais barulho do que
todos os 70% restantes, tentando calar a boca dos demais religiosos, exceção da
leitora, ou do leitor evangélicos, cuja alma já está salva. Há ainda, do total
da população tupiniquim, 70% de ateus disfarçados em crentes de todas as
igrejas já citadas e outras ou nenhumas mais.
Então, vamos aos fatos: Francisco de
Assis, após converter-se, dedicou sua vida a amar os pobres, Jesus e a
natureza. Chega de pompa, portanto, vez que é preciso viver na humildade, como
o Cristo sempre viveu.
Há, por fim, alguns pontos
fundamentais a serem fixados por Francisco: coerência durante toda a sua vida
com a prática do bem; honestidade a toda prova; disciplina irrepreensível;
respeito às diferenças; amor incondicional ao próximo; trabalho coletivo em
prol da humanidade equânime e pacífica etc. etc. etc.
Oras bolas, minha leitora, isso não
tem pátria, é universal, como universal deve ser a Igreja. Então, Francisco não
é argentino, ele é todos nós.
Nesse campo não tem perdedor. Todos
somos vencedores, pois o papa é da humanidade.
Boa-noite!
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