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sexta-feira, 15 de março de 2013


Em dia com o Machado 41 (jlo)

             Pois não é que o Papa é argentino? Ao vencedor, o Papa.

            Por uma dessas coincidências interessantes, tenho um amigo chamado Jorge, o mesmo nome de batismo do novo representante máximo da Igreja Católica. Curiosamente, algumas horas antes de ser escolhido seu xará, meu amigo brincava: — Não, não quero ser papa.
            Agora vamos à escolha e à mudança de nome. Quando o argentino foi escolhido, a cara de decepção de milhares, milhões de católicos brasileiros foi patente. Alguns se sentiram mesmo traídos. Afinal, los hermanos tienem mania de grandeza, imagina-se por aqui, nestas terras verde-amarelas. Ahora ellos nos mandarão todos para o quinto dos infernos.

            Pero no creo. Todos os argentinos que conheci se mostraram o fino da educação e da gentileza comigo. É bem verdade que jamais toquei no tema futebol com eles, mas isso é o que faz a diferença. Talvez nós sejamos muito mais preconceituosos do que eles no que se refere a esse assunto, pois ouvi dizer que são os chilenos os seus mais ferrenhos inimigos; inimigos figadais mesmo, na área do futebol e até mesmo fora dela, como, por exemplo, na linha de fundo, na lateral ou no ataque.
            Quando um argentino vai falar com um chileno sobre futebol, ambos se colocam na zona de defesa. Daí, passam rapidamente para o ataque e então... Seja o que Deus quiser. Aliás, agora que há um representante máximo do Senhor Supremo na terra do Mar del Plata, ellos podran hablar que Dios es argentino.

            Mas para que tanta polêmica? Ah, sim, queríamos um papa brasileiro; no entanto, é preciso refletir que, no Brasil, 70% da população é católica. Todavia, desses 70%, outros 70% são umbandistas, 70% são espíritas, 70% são muçulmanos e 70% nunca vão à igreja, a não ser para casar ou batizar. Sem falar nos 30% de evangélicos, que fazem mais barulho do que todos os 70% restantes, tentando calar a boca dos demais religiosos, exceção da leitora, ou do leitor evangélicos, cuja alma já está salva. Há ainda, do total da população tupiniquim, 70% de ateus disfarçados em crentes de todas as igrejas já citadas e outras ou nenhumas mais.
            Então, vamos aos fatos: Francisco de Assis, após converter-se, dedicou sua vida a amar os pobres, Jesus e a natureza. Chega de pompa, portanto, vez que é preciso viver na humildade, como o Cristo sempre viveu.

            Há, por fim, alguns pontos fundamentais a serem fixados por Francisco: coerência durante toda a sua vida com a prática do bem; honestidade a toda prova; disciplina irrepreensível; respeito às diferenças; amor incondicional ao próximo; trabalho coletivo em prol da humanidade equânime e pacífica etc. etc. etc.
            Oras bolas, minha leitora, isso não tem pátria, é universal, como universal deve ser a Igreja. Então, Francisco não é argentino, ele é todos nós.

            Nesse campo não tem perdedor. Todos somos vencedores, pois o papa é da humanidade.
            Boa-noite!

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