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sábado, 25 de maio de 2013


Em dia com o Machado 51 (jlo)
             Boa-noite, amigos!
            A vida é meio estranha. Não estranhemos, pois, as coincidências da novela Amor à vida. Quantas vezes, a fortuna ou a desgraça passam rente a nós sem que o percebamos. Há poucos dias, foi anunciada a morte, pela imprensa, de uma digna dona de casa, sequestrada dentro da garagem de um grande shopping em Brasília. Preso, o marginal disse que outra senhora escapou por pouco de sua sanha assassina, pois o vigilante do shopping passara de moto próximo a ele, que, então, resolvera aguardar a próxima incauta.
            É esquisito como as pessoas que, aparentemente, menos condições físicas têm para desempenhar determinadas profissões, em grande número de casos, são exatamente as que ali estão ou, ao menos, desejariam estar ou nunca ter dali saído.
            Exemplo 1. Quando fui professor de um centro universitário, na Baviera, é claro, observei que diversos mestres tinham ou passaram a ter problemas auditivos. Logo eles, que tanto precisam de uma acuidade auricular elevada... E eram excelentes e dedicados profissionais. Não sei se poderia me enquadrar nessa categoria, mas também sofria com a audição oscilante, após 22 anos de magistério, até que entreguei o boné e passei a escrever abobrinhas para leitores pacientes como você.
            Exemplo 2. Conheci um palestrante de temas filosóficos brilhante. Sua palavra arrebatava multidões, pela facilidade de expressão e eloquência. Após quarenta anos de atuação, em pleno voo para os EUA, onde era aguardado por grande número de admiradores, sofreu um AVC e agora, ao conversar, mal consegue concatenar as ideias em uma única frase curta. Sua dor moral deve ser duríssima de suportar, mas ele, denodada e humildemente, aproveita as palestras de outras grandes almas que o convidam, atualmente, para autografar as dezenas de obras de alto nível que publicou antes do AVC. Força, Raul Teixeira! És um vencedor!
            Exemplo 3. Parece que os acontecimentos e nossas vidas se entrelaçam com pessoas as mais longínquas, as quais passam a se relacionar conosco de uma forma aparentemente programada, cujo conteúdo desconhecemos, mas reside no nosso inconsciente. Distante 2.000 km da cidade onde nasci e de onde me afastara há mais de trinta anos, constituí família e, certa ocasião, fomos hospedados em outro estado, diverso do estado natal e daquele em que residia outros 2.000 quilômetros. Pois bem, em dado momento, minha esposa, em conversa com a mulher do tio do agora nosso genro, descobriu que essa senhora fora colega de trabalho de um dos meus irmãos, sete anos atrás, e até foto com ele ela nos mostrou. Isso ocorreu em Pernambuco, onde meu irmão residira por dois anos com a família, mas agora retornara para o Rio de Janeiro, nossa cidade de origem. Jamais o ouvíramos falar dessa sua ex-colega e fora a primeira vez que lá estivemos. Quantos milhões de habitantes tem Recife?
            Assim se multiplicam os exemplos e as “coincidências” em nossas vidas. Não estranhemos, pois, que a mãe conviva anos próximo à filha roubada sem a reconhecer. Um dia, a verdade virá à tona e então nada do que estava oculto deixará de ser descoberto. Procure nos seus registros da memória, leitora amiga, e você descobrirá “coincidências” tão fantásticas que aceitará de boa vontade aquelas narradas nas novelas, filmes, contos e romances. Por vezes, a realidade suplanta a ficção.
            Também, se for boa observadora, perceberá que a lei de causa e efeito e a influência espiritual em nossas vidas é muito maior do que se possa imaginar. Não foi à toa que o personagem shakespeariano disse aquela célebre frase, tão conhecida que não preciso repetir: “Há muito mais coisas entre o céu e a terra do que possa imaginar vossa vá filosofia”.
            É por isso que devemos ser honestos com nossa consciência. Nela reside o dedo de Deus a nos abençoar ou nos responsabilizar por cada ato nosso, mínimo que seja. Ele nos diz, Alma para alma:
— Sê bom, pois o bem é Minha Lei. Se tentares fraudá-la e não pagares teu erro ainda nesta encarnação, terás de retornar em condições penosas para reparar teus equívocos. Desse modo, a eternidade te será penosa, enquanto não viveres em harmonia com Meus propósitos em relação a ti: a felicidade, que só é verdadeira quando se sabe ser. E, para tal, é preciso conhecer, conviver e fazer.
            Ou seja, é preciso servir para vir a ser.
            Bom fim de semana!

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