Em dia com o Machado 121 (jlo)
Boa-tarde,
leitora amiga e paciente leitor. Falar-lhes-ei hoje sobre um assunto nada
burlesco: a diferença entre o Estado laico e o Governo ateu.
Houve
um tempo, aqui na Terra, que o Estado era a Igreja. Tudo o que infringia as
normas sacras era considerado sacrílego. O Papa era a lei suprema; e ai de quem
contrariasse os dogmas da religião católica apostólica universal. Anátema!
Alguns
atrevidinhos e algumas ousadinhas, tais como Galileu Galilei, João Huss e Joana
d'Arc meteram-se a contrariar as ordenações, dogmas e leis vigentes na santa
Igreja. Resultado, o primeiro foi submetido à prisão perpétua domiciliar; os
outros dois foram reduzidos a cinzas nas fogueiras da inquisição.
Antes
disso, quando o Governo era de César e os cristãos eram os inimigos do Estado,
dizem que Joana de Cusa foi levada a "julgamento", por professar a fé
em Jesus Cristo, juntamente com seu jovem filho, ainda adolescente. Havia uma
condição para que ambos não fossem queimados vivos, após serem amarrados a um
poste: Joana renegar Jesus. Assim, quando o carrasco lhes deu uma última
oportunidade para trair sua crença e confirmar a lealdade a César, o filho dela
suplicou-lhe chorando:
— Renega, mãe, esse Jesus que nos desampara e
nos deixa morrer queimados. Sou jovem, quero viver...
Ao
que ela respondeu:
—
Cala-te, meu filho, você não sabe o que está dizendo. Vamos cantar, para que
nossas almas não sintam o calor do fogo e se iluminem com o amor do Cristo de
Deus.
E
começaram a cantar...
Diante
disso, o carrasco ainda lhe perguntou:
—
Esse seu Jesus só lhes ensina a morrer queimados por amor a Ele?
E
Joana responde-lhe:
—
Não somente a morrer por amor a Ele, mas também a vos perdoar e amar.
Dizem
que foram recebidos, com a glória de heróis, diretamente por Jesus Cristo, na
vida real, que é a do Espírito imortal, como está comprovado pelo Espiritismo,
o Consolador cristão prometido por Jesus que respeita todas as crenças, mas
esclarece os descrentes sem lhes violentar as consciências.
Veja
quem tem olhos para ver, creia quem tem juízo... Não sem razão, Ele nos
afirmou: "E conhecerás a verdade, e a verdade vos libertará".
O
tempo passou, a Igreja tornou-se a religião do Estado. Conquistou o poder
temporal na Terra e, de perseguida, passou a perseguidora. Seu poder era tal
que coroava ou depunha reis e rainhas.
Mas
isso também mudou. Fez-se a separação entre a Igreja e o Estado. Foi um
divórcio dolorido, mas com juras de amor e de respeito mútuo...
O
fato de o Estado tornar-se laico, entretanto, enquanto o ateísmo não se impôs
na Terra, permitia uma convivência pacífica com todas as religiões, quando a
ditadura estatal intolerante não se interpunha, pela força, aos direitos de
crença.
Atualmente,
porém, no Brasil, a Ética e a Moral foram postas de cabeça para baixo; e a
mentira, o roubo, a caça impiedosa às pessoas que atravessam o caminho dos
poderosos passou a ser a norma governamental.
Hoje
em dia, o cidadão é quase obrigado a se tornar hipócrita, sensual, depravado e
mentiroso, porque, se deseja ser respeitado e aprovado pelo sistema, essas são
suas principais credenciais aceitas. E ai de quem não fizer parte do grupo do
poder. É defenestrado do seu posto, por meio de armadilhas quase insuperáveis.
Dependendo
do interesse do Estado, o culpado pode virar inocente e este ser transformado
em criminoso.
Estado
laico significava a não imposição religiosa, neutralidade dos governantes em
relação às crenças dos governados, mas também a valorização do comportamento
ético, o respeito às crenças alheias em Deus e na vida espiritual, fosse qual
fosse a religião adotada pelas pessoas.
Até
mesmo respeitava-se o direito de não se ter crença alguma...
Estado
materialista, ateu, é aquele que não mais respeita as tradições morais e as religiões
de seu povo, por julgar que tudo se acaba com a morte do corpo material.
Essa
é a grande diferença entre um Governo laico e um Governo ateu. O laico não
precisa ser necessariamente ateu, simplesmente não interfere nas questões religiosas.
O ateu aproveita-se da laicidade para impor suas teorias materialistas e
ridicularizar quem tem sua fé em Deus.
O
Estado laico respeita as crenças do povo governado, não permite a imposição de
ideias profanas e a violação dos costumes ético-morais da sociedade. O Estado
ateu faz a apologia de tudo o que considera válido em função de uma vida
materialista: a sensualidade exacerbada, com fornecimento gratuito de
preservativos; o casamento gay, a distribuição de cartilhas a crianças, na
escola, com histórias de inversões de condutas sexuais, a apologia ao consumo
de certas drogas consideradas inofensivas, as novelas com a exaltação dos
personagens de atitudes violentas ou depravadores dos costumes cristãos, etc.
etc. etc. O anormal virou normal e vice-versa...
Até
mesmo o envio de fortunas roubadas do povo a paraísos fiscais, o crime e o
assalto a bancos sob o pretexto de angariar recursos para campanhas políticas são
perdoados no Estado ateu, que não tem quaisquer escrúpulos para atingir seu
programa pessoal e o de seus amigos, familiares, gatos, cachorros, papagaios...
Agora
que estamos nos aproximando das eleições, no Brasil, é tempo de refletir: é
isso que desejamos para nosso país, para nossa família, para nós?
Depois...
ainda nos resta uma esperança: tirar Dom Pedro II do exílio e restaurar a Monarquia
brasileira, o mais democrático, cristão e ético Governo que já tivemos, pois a
República caminha para um estado em
que nossa visão futurista será uma triste realidade.
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