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terça-feira, 8 de janeiro de 2019





Em dia com o Machado 349 )jó(


— Como vai, Machado?
— Eu não vou, eu estou, meu caro Emmanuel... eu estou perplexo com o que meu secretário me contou.
— E o que lhe contou Jó, meu irmão?
— Algo estarrecedor, Emmanuel. Segundo nosso amigo falou-me, a exposição de Marta, na FEB, sobre a questão do suicídio, em nosso querido Brasil, é calamitosa. Nossa Terra de Vera Cruz está colocada na oitava posição em número de suicídios neste período de transição do mundo.
— Também estive presente à exposição da Marta. Por isso estou aqui para relembrar ao leitor algo já informado por mim na obra Palavras de Vida Eterna, cap. 177:

Empeços e provações serão talvez os marcos que te assinalem a estrada hoje.
Diligenciemos, porém, com a reencarnação a retificar os erros e a ressarcir os débitos de ontem, para que a luz da verdade e o apoio da harmonia nos felicitem o caminho, amanhã...
A questão intrincada que te apoquenta agora, quase sempre, é o problema que abandonaste sem solução, entre os amigos que, em outro tempo, se rendiam, confiantes, ao teu arbítrio.
O parente complicado que julgas carregar, por espírito de heroísmo, via de regra, é a mesma criatura que, em outra época, arrojaste ao desespero e à perturbação.
Ideais nobilitantes pelos quais toleras agressões e zombaria, considerando-te incompreendido seareiro do progresso, em muitas ocasiões, são aqueles mesmos princípios que outrora espezinhaste, insultando a sinceridade dos companheiros que a eles se associavam.
Calúnias que arrostas, crendo-te guindado aos píncaros da virtude pela paciência que evidencias, habitualmente nada mais são que o retorno das injúrias que assacaste, noutras eras, contra irmãos indefesos.
Falhas do passado procuram-te o espírito responsável, seja no corpo, na família, na sociedade ou na profissão, pedindo-te reajuste.
Necessário vos é nascer de novo — disse-nos Jesus.
Bendizendo, pois, a reencarnação, empenhemo-nos a trabalhar e aprender, de novo, com atenção e sinceridade, para que venhamos a construir e acertar em definitivo (In: XAVIER, F. C. O Evangelho por Emmanuel: comentários ao Evangelho segundo João, FEB, 2015, p. 46).

— É isso mesmo, Emmanuel. Quando toda a humanidade estiver consciente de que tudo na vida tem uma consequência e de que os nossos erros e acertos de hoje implicarão amanhã nosso bem ou mal, as doenças psicossomáticas, as paixões e vícios degradantes darão lugar ao bem- estar mental, ao equilíbrio orgânico e à alegria de viver. Nesse dia, ninguém pensará em se matar...
— Até porque a morte não existe, meu caro Machado.
— Mas o que foi que a Marta disse em sua palestra que tanto impressionou Jó, que não me disse tudo, amigo Emmanuel?
— O espaço da crônica acabou, Machado. Na próxima edição comentarei o assunto. Tenha paciência, contar-lhe-ei tudo nas próximas semanas. Fique com Deus.
— Fico, então, “Na esfera do reajuste” de suas palavras acima, bondoso Emmanuel. Adeus.

Nota do autor: Nossa crônica, mimese do estilo machadiano, mistura ficção com realidade. Cabe ao leitor diferençar uma da outra.

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