EM DIA COM
O MACHADO 352 (Jó)
jojorgeleite@gmail.com
Nem direita, nem esquerda. Nem
capitalismo, nem comunismo. Não haverá verdadeira justiça social enquanto
homens e mulheres não trabalharem em prol da evolução espiritual (individual e coletiva). (Prof. Dr. Alexsandro - UFAM)
A
diferença está no tamanho do desastre ambiental e humano. Em Mariana, o rio de
lama mineral foi quatro vezes maior do que em Brumadinho; entretanto, na
primeira morreram dezenove pessoas; na segunda, até 29 jan. 19, já tinham sido
contadas oficialmente 65 mortes e 288 desaparecidos.
Não
entraremos em detalhes sobre as falhas humanas que deram origem a ambos os
desastres, mas a jornalista Cristina Serra já escrevera um livro, em 2017,
alertando sobre a possibilidade de novos rompimentos como os de Mariana, devido
à falta de fiscalização. E também o Departamento Nacional de Produção Mineral,
logo após o rompimento da barragem de Mariana, em 2016, alertara sobre a
impossibilidade de apenas cinco funcionários, efetivo total de fiscais
existentes, fiscalizarem 663 barragens.
Refletindo
sobre os males da vida, em O Evangelho
segundo o Espiritismo, cap. 27, item 12, diz Allan Kardec que esses males
se dividem em duas partes: 1) a dos que o homem não pode evitar; 2) a dos
causados pela “incúria” ou excessos das pessoas. E deduz: “Faz-se, portanto,
evidente que o homem é o autor da maior parte de suas aflições, às quais se
pouparia, se sempre obrasse com sabedoria e prudência”.
Para
o grande organizador da Doutrina Espírita, são nossas infrações às leis divinas
que causam todas as misérias humanas. A principal delas é proveniente da
ambição que não mede as consequências de seus atos em relação ao próximo.
Ambição pelo poder. Ambição pelos bens materiais. Ambição pelo prazer dos
sentidos. Ambição pelo domínio de quem consideramos inferior a nós. E assim, de
ambição em ambição cavamos o poço de nossas quedas.
O
antídoto à ambição é a caridade, que na questão 886, de O Livro dos Espíritos, primeira obra editada por Kardec, é-nos
apresentada como corolário da lei de justiça, junto com o amor, haja vista que
amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível fazer. Quando a
humanidade perceber que Deus é Amor, e Ele nos criou para amar, a ambição
cederá lugar ao devotamento ao próximo, à
humildade e ao desinteresse pessoal.
Se
tais qualidades estivessem presentes, antes do primeiro desastre ecológico
provocado pela negligência da mineradora Samarco, controlada pela Vale S. A. e
a anglo-australiana BHP
Billiton,
os danos irreparáveis pela perda de centenas de vidas humanas não ocorreriam. Tudo
teria sido feito para prevenir nova catástrofe, inclusive com a subida do
restaurante de funcionários situado logo abaixo da barragem, o que era absurdo
ser mantido como estava. Isso porque a vida humana é o maior bem a ser
preservado, e investir na felicidade alheia, ainda que seja a mais humilde
criatura, é buscar a própria felicidade, que jamais será obtida com riquezas minerais, móveis e imóveis que, em
poucos minutos, podem virar sucata.
E
as vítimas? Estariam esquecidas por Deus? De forma alguma. Tudo que ocorre
conosco está sujeito a uma lei implacável chamada Lei de Causa e Efeito. A não
ser assim, onde estaria a bondade e a justiça de Deus?
Estudando-se
as obras básicas inspiradas a Allan Kardec pelos Espíritos superiores, enviados
divinos, entenderemos duas coisas da mais alta importância: a primeira é que a
vida real é a do Espírito, que é imortal e, portanto, a existência terrestre é,
figuradamente, como o piscar de um vagalume na Terra. A segunda é a de que o
mal sofrido por nós é decorrente de nossa imperfeição espiritual e, como o
objetivo da vida é a perfeição, assim como sua finalidade é ser feliz, só
alcançaremos esse desiderato, após incontáveis reencarnações, até que
aprendamos a amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.
Foi
o que nos ensinou Jesus Cristo, modelo de ser mais perfeito que o Mundo já
conheceu. E foi o próprio Cristo que nos afirmou que da Terra não passaremos
enquanto não resgatarmos até o último ceitil de nossas dívidas. Daí ter-nos
deixado Ele a regra áurea de proceder: “Fazer ao próximo aquilo que desejamos
que ele nos faça”.
O
caminho para vencermos o mal ainda existente em nós é o da oração incessante,
da vigilância de nossos pensamentos, palavras e atos. O remédio para sermos
felizes é o amor a Deus e a todas as criaturas, pois, como disse Pedro, “o amor
cobre a multidão de pecados”. Embora ele não nos exima de sofrer as
consequências de nossos atos equivocados.
Pelo
exposto, concluímos que a Bondade Divina se expressa na Lei de Justiça, Amor e
Caridade, que exige nossa reencarnação, com o objetivo de nos submeter à Lei de
Causa e Efeito, até que nos depuremos de todo o mal proveniente do egoísmo e do
orgulho.
Sendo
a vida espiritual nossa vida real, e a existência na Terra um breve estágio de
aperfeiçoamento, a reencarnação ser-nos-á necessária, almas impuras que ainda o
somos, neste mundo, classificado entre os inumeráveis orbes do universo como
“mundo de expiação e prova”. Sem isso, onde estaria a Justiça Divina?
Num
mundo em que todos pratiquem as Leis de Deus, tragédias como a de Brumadinho e
outras, ainda piores, motivadas pelas imperfeições humanas, jamais existirão.
Nosso consolo é saber que a vida continua, e a Bondade de Deus permite-nos
sempre um novo recomeço em situação melhor.
Nota do autor: Nossa crônica, mimese do estilo
machadiano, mistura ficção com realidade. Cabe ao leitor diferençar uma da
outra.
Acesse
quando puder estes excelentes links:
1. blog Espiritismo Século XXI – http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/
2. revista O Consolador - http://www.oconsolador.com
3. jornal O Imortal - link d' O Imortal
4. editora EVOC - http://www.oconsolador.com.br/editora/evoc.htm
5. Site da FEB: www.febnet.org.br
6. Site do Prof. Dr. Alexsandro da UFAM:
Agiste com sabedoria em vosso texto; diria que é completo, pois aborda tudo, e, cada palavra, cada ensino, faz-me, cá comigo, cogitar: não foi você, caro Jorge, o autor; foste sim um inspirado, um instrumento, e, pois, se o conteúdo é bom, você também é bom, e, portanto, merecedor de nossos aplausos, porém, sem muita bajulação, ok? (rs rs rs).
ResponderExcluirhttps://fernandorosembergpatrocinio.blogspot.com.br