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quinta-feira, 28 de novembro de 2019





6.3 Instruções dos Espíritos 
Advento do Espírito de Verdade

6.3.1 Espírito de Verdade (Paris, 1860)

Venho, como outrora, entre os filhos desgarrados de Israel, trazer a verdade e dissipar as trevas. Escutem-me. O Espiritismo, como outrora minha palavra, deve lembrar os incrédulos que acima deles reina a verdade imutável: o Deus bom, o Deus grande, que faz germinar as plantas e que levanta as ondas. Revelei a Doutrina Divina; e, como um ceifeiro juntei em feixes o bem esparso pela Humanidade, e disse: "Venham a mim, todos os que sofrem!"

Mas os homens ingratos se desviaram do caminho reto e largo que conduz ao Reino de meu Pai, e se perderam nas ásperas sendas da impiedade. Meu Pai não quer aniquilar a raça humana. Ele quer que, se ajudando uns aos outros, mortos e vivos, ou seja, mortos segundo a carne, porque a morte não existe, vocês se socorram, e que, não mais a voz dos profetas e dos apóstolos, mas a voz dos que se foram faça-se ouvir:  orem e creiam! Porque a morte é a ressurreição, e a vida é a prova escolhida, durante a qual suas virtudes cultivadas devem crescer e desenvolver-se como o cedro.

Homens fracos, que se limitam às trevas de sua inteligência, não afastem a tocha que a Clemência Divina lhes coloca nas mãos, para clarear seu caminho e reconduzi-los, crianças perdidas, ao regaço de seu Pai.

Estou muito tomado de compaixão por suas misérias, por sua imensa fraqueza, para não estender a mão em socorro aos infelizes extraviados que, vendo o Céu, caem nos abismos do erro. Creiam, amem, meditem sobre as coisas que lhes são reveladas; não misturem o joio ao bom grão, as utopias com as verdades.

Espíritas! amem-se, eis o primeiro ensinamento; instruam-se, eis o segundo. Todas as verdades  encontram-se no Cristianismo; os erros que nele se enraizaram são de origem humana. E eis que, de além-túmulo, que acreditavam vazio, vozes lhes clamam: Irmãos! nada perece. Jesus Cristo é o vencedor do mal; sejam os vencedores da impiedade!

6.3.2 Espírito de Verdade (Paris, 1861)

Venho ensinar e consolar os pobres deserdados. Venho dizer-lhes que elevem sua resignação ao nível de suas provas; que chorem, porque a dor foi sagrada no Jardim das Oliveiras, mas que esperem, porque os anjos consoladores virão também enxugar suas lágrimas.

Trabalhadores, tracem seu sulco. Recomecem no dia seguinte a rude jornada da véspera. O trabalho de suas mãos fornece o pão terreno aos seus corpos, mas suas almas não estão esquecidas; e Eu, o Divino Jardineiro, as cultivo no silêncio dos seus pensamentos. Quando soar a hora do repouso, quando a trama escapar de suas mãos e seus olhos fecharem-se para a luz, sentirão que surge e germina em vocês minha preciosa semente. Nada se perde no Reino de Nosso Pai. Seus suores e suas misérias formam um tesouro, que os tornará ricos nas esferas superiores, onde a luz substitui as trevas, e onde o mais desnudo dentre vocês será talvez o mais resplandecente.

Em verdade lhes digo: os que carregam seus fardos e assistem seus irmãos são meus bem-amados. Instruam-se na preciosa Doutrina que dissipa o erro das revoltas e lhes ensina o objetivo sublime da prova humana. Como o vento varre a poeira, que o sopro dos Espíritos dissipe sua inveja dos ricos do mundo, que são frequentemente os mais miseráveis, porque suas provas são mais perigosas que as de vocês. Estou com vocês, e meu apóstolo lhes ensina. Bebam na fonte viva do amor e preparem-se, cativos da vida, para lançarem-se, um dia, livres e alegres, no seio d'Aquele que os criou fracos para os tornar perfeitos e deseja que modelem vocês mesmos sua dócil argila, para serem os artífices da sua imortalidade.

6.3.3 Espírito de Verdade (Bourdeaux, 1861)

          Sou o grande médico das almas, e venho trazer-lhes o remédio que os deve curar. Os débeis, os sofredores e os enfermos são meus filhos prediletos, e venho salvá-los. Venham, pois, a mim, todos os que sofrem e estão oprimidos, e serão aliviados e consolados. Não procurem além a força e a consolação, porque o mundo é impotente para dá-las. Deus dirige aos seus corações um apelo supremo, por meio do Espiritismo: escutem-no. Que a impiedade, a mentira, o erro, a incredulidade, sejam extirpados de suas almas doloridas. Esses são os monstros que sugam o mais puro do seu sangue e produzem-lhes chagas quase sempre mortais. Que no futuro, humildes e submissos ao Criador, pratiquem sua Lei Divina. Amem e orem. Sejam dóceis aos Espíritos do Senhor. Invoquem-no do fundo do coração. Então, Ele lhes enviará seu Filho bem-amado, para instruí-los e dizer-lhes estas boas palavras: Eis-me aqui; venho a vocês, porque me chamaram!

6.3.4 Espírito de Verdade (Le Havre, 1863)

Deus consola os humildes e dá força aos aflitos que a pedem. Seu Poder cobre a Terra, e por toda parte, ao lado de cada lágrima, põe o bálsamo que consola. O devotamento e a abnegação são uma prece contínua e encerram profundo ensinamento: a sabedoria humana reside nestas duas palavras. Possam todos os Espíritos sofredores compreender esta verdade, em vez de reclamar contra as dores, os sofrimentos morais, que são aqui na Terra o seu quinhão. Tomem, pois, por divisa, estas duas palavras: devotamento e abnegação, e serão fortes, porque eles resumem todos os deveres que lhes impõem a caridade e a humildade. O sentimento do dever cumprido dar-lhes-á a tranquilidade de espírito e a resignação. O coração bate melhor, a alma asserena-se, e o corpo já não sente desfalecimentos, porque o corpo sofre tanto mais, quanto mais profundamente abalado estiver o espírito.

           Tradução livre da terceira edição francesa pelo prof. dr. Jorge Leite de Oliveira em 28/11/2019.

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