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terça-feira, 21 de setembro de 2021

 

EM DIA COM O MACHADO 489:
Entrevista com Zilda Gama (Jó)

 


Salve, leitor!

Como escrevi sobre a médium Zilda Gama aqui, há pouco tempo, e por admirar esse espírito, resolvi entrevistá-la num dos meus devaneios lúcidos. Desse modo, vi-me na escola do plano espiritual, dirigida por ela, e, ao entrar no corredor que dá para a diretoria, avistei-a. Ela estava belíssima. Trazia nas mãos um exemplar da obra Diário dos Invisíveis, ainda em sua primeira edição, de 1929. Na capa, li o seguinte, ainda na ortografia antiga: "Livro psychographado pela autora". Essa edição da obra foi publicada pela Editora O Pensamento, de São Paulo.

Aproximando-me, perguntei-lhe se ela poderia responder-me duas ou três perguntas. Ela disse-me que sim e acrescentou:

— Fique à vontade para perguntar o que quiser. Responderei o que souber.

Agradeci-lhe e fiz a primeira pergunta:

— Quando foi que a senhora se tornou espírita?

— Meu jovem... Posso chamá-lo assim, pois se somados  91 anos, aproximados, que tive em minha última encarnação, com 52 em que estou no plano espiritual, tenho mais do que o dobro da sua idade atualmente. Então, dispense o "senhora", menino. Desde que fui criança, sentia a presença e influência dos espíritos. Filha de pais católicos, embora eu já estudasse as obras de Allan Kardec e houvesse psicografado algumas mensagens, ainda receava dizer-me espírita, principalmente naquela época, em que se demonizavam os espíritas e nossa santa doutrina. Um dia, porém, conversando com o doutor Cunha Salles, médico, médium e músico muito conhecido em Minas Gerais, ele perguntou-me:

— Você é espírita?

— Não! — respondi-lhe, vacilante. Ele olhou fixamente nos meus olhos e falou-me com grave entonação:

— Você não somente é espírita, como ainda vai psicografar algumas obras de grande valor espiritual. Detalhe: o Dr. Cunha acabara de conhecer-me...

Poucos anos depois dessa conversa, o espírito Mercedes, um dos meus guias espirituais, confirmou as palavras do Dr. Cunha Salles, anunciando-me que espíritos elevados iriam transmitir-me, pela psicografia, obras de grande cunho moral... Dias após essa revelação, passei a psicografar as belas novelas mediúnicas ditadas pelo espírito Victor Hugo.

— Que espíritos narram essa obra que você traz nas mãos? – Perguntei-lhe novamente, e Zilda respondeu-me:

— O primeiro é Allan Kardec, cuja mensagem inicial ele ditou-me em 1912.

— Quê?! Você foi médium do Codificador da Doutrina Espírita?

— Sim. Nesse primeiro contato, que me emocionou, ele preveniu-me: "Sobre tua fronte está suspenso um raio luminoso, que te guiará através de todas as dificuldades, de todos os obstáculos, e será a tua glória ou tua condenação — conforme o desempenho que deres aos teus encargos psíquicos..."

— Querida Zilda Gama, esta entrevista está fantástica, mas o espaço é pequeno. Podemos continuar na próxima semana? — Perguntei-lhe...

— Indubitavelmente — respondeu-me —, será um prazer continuar estes esclarecimentos, de grande importância para os tempos atuais...

Agradeci-lhe e nos despedimos com um abraço espiritual, de doce vibração, seguido de minha prece de agradecimento a Deus por tão sublime oportunidade.


P.s.: Lembro ao leitor que tudo o que publico neste blog é fruto de meus devaneios literários espíritas, ainda que baseados em fatos reais, que adapto aos objetivos da crônica, como as narrações da personagem acima, extraídas e adaptadas da obra citada.

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