EM
DIA COM O MACHADO 490:
o
diário dos invisíveis de Zilda Gama (Jó)
Salve,
leitores!
Dias
após o primeiro encontro, fui recebido por Zilda Gama no gabinete da diretoria.
Continuando nossa entrevista, ela disse-me que, finalizando suas orientações,
Kardec lhe recomendou: "Cinge-te de coragem, fé, benevolência, cumpre sem
desfalecimento, e sem deslizes, todos os teus deveres sociais e divinos, e
conseguirás ser triunfante.”
—
Zilda, as orientações de Kardec foram úteis para você? — perguntei-lhe.
—
Tudo quanto me foi revelado, na época, ocorreu como Kardec disse. Passei por
grandes dificuldades para imprimir as primeiras obras mediúnicas, entretanto,
ao serem publicadas, elas obtiveram grande sucesso. Milhares de leitores
enviaram-me cartas comoventes, em que prometiam pôr em prática seus elevados
ensinamentos.
—
Que outros espíritos se comunicaram em Diário dos Invisíveis, além de
Allan Kardec?
—
Recebi mensagens de grande elevação dos espíritos Victor Hugo, D. Pedro II,
Maria, Pedro, Marietta (Maria Antonietta Gama, irmã falecida), Mercedes e Affonso.
—
É verdade que o Espírito Marietta lhe ditou vários poemas?
—
Sim. Minha irmã desencarnada sempre gostou de ler e escrever poemas. Sua poesia
mediúnica é de grande beleza e consolo para nós, os que ainda transitamos na matéria.
—
Você poderia citar-nos um dos poemas dela
que nos oriente sobre a prece antes de adormecermos à noite, para que tenhamos
a proteção divina contra as más influências espirituais durante nosso sono?
—
Boa pergunta. Muitas pessoas deitam-se, a cada noite, sem a preocupação com o
que lhes poderá ocorrer nessas horas em que já não se encontram despertas. Não nos
podemos esquecer de que algumas
pessoas desencarnam durante esse período da vida. Caso não se preparem para sua
desencarnação, em especial à noite, poderão passar por grande confusão mental. Além
disso, a prece atrai a companhia dos bons espíritos que simpatizam conosco,
assim como a proteção divina. Então, o Pai Nosso ou este soneto de
Marietta são modelos de súplicas a Deus recomendáveis à noite:
Prece Noturna
.
Pai,
minh'alma contrita e reverente,
após do
dia as lutas tormentosas,
eleva-se
à amplidão resplandecente
onde
abrolhastes sóis e nebulosas...
Acolhei-a,
Senhor, piedosamente,
tal como
um ninho, às aves temerosas;
Não na
deixeis rolar penosamente
ao abismo
das faltas tenebrosas...
Dai-lhe,
Senhor, conforto às duras penas,
dai-lhe
coragem, fé, tenacidade,
pra
resistir às turbações terrenas;
Inundai-a
de bênçãos e de luz,
dai-lhe
pureza, paz, serenidade,
até depor
no Céu a sua cruz !
— Que
linda prece, Zilda! Preciso refletir em cada estrofe dela, para que possa
dormir sob a proteção divina. Muito obrigado. Entretanto, como da vez anterior,
em virtude do limite do espaço, precisamos despedir-nos.
— Agradeço-lhe igualmente, Jó, pelo seu carinho
e alta consideração. Também preciso preparar uma aula sobre a prece, que
pedirei à minha irmã Marietta ajudar-me
a expor a todos os nossos irmãos que, neste momento, dormem.
— Adeus,
irmã, breve nos reencontraremos.
— Saúde,
paz e caridade, Jó. Você ainda precisa trabalhar bastante, antes de nos
reencontrarmos. Então, sempre a sua disposição, despeço-me com fraternal
abraço.
— Disso
não tenho dúvida. Até breve.
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