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domingo, 24 de fevereiro de 2013


Em dia com o Machado 38 (jlo)

                 Bom-dia!

                Excelentíssimo Sr. Secretário de Obras do Distrito Federal.

                Fiquei muito contente em saber que V. Exª tem por hábito consultar minhas crônicas, pois numa delas, a de número  35, narrei a corrida no parque da cidade de Zé Orozino e muito elogiei a estrutura do parque da cidade. Falei do banheiro que fica em frente ao parque de diversões e sua excelente condição higiênica. Falei dos vigilantes em cada banheiro, nos dez quilômetros do parque. Tudo sob o controle da administração local, coisa de primeiro mundo.
                Muito bem, agora falarei, também, entre outras coisas, da iluminação. Como se sabe, acabou o horário de verão e, sendo assim, vou começar da luz local do final para o início dos 10 km do parque, no sentido norte – sul, após as 18h, quando os olhares noturnos já começam a ficar obnubilados e o véu de Ísís começa a descer sobre a cidade. Excelente! ... Após o km 7, quando todos os postes de iluminação estão iluminados.
                Agora, Excelência, começa a falar, não Zé Orozino, mas este ex-primeiro-oficial da Secretaria do Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas da antiga Capital Federal brasileira em 1873. E é com toda a humildade, respeito e consideração a V. Exª que recomeço do começo para o fim.
                O banheiro elogiado foi fechado, quem desejar iniciar sua caminhada ou corrida, ao longo dos 10 km do parque ou vai até o próximo banheiro, a 2 km do início da caminhada, sempre tendo por base o sentido norte – sul, se estiver sem documento, ou tem que apresentá-lo ao policial que toma conta do grande banheiro que fica em frente ao que foi fechado. Sim, isso, mesmo, para fazer suas prementes necessidades orgânicas, por vezes, o cidadão precisa esperar, pacientemente, numa fila, até que o guarda lhe exija o documento de identidade e registre seu número e nome num caderno.
                Então, fica a pergunta: e se o intestino da(o) cidadã(o) estiver tão apressado que não lhe permita aguardar? Nem é bom pensar nas consequências disso.
                Agora, a iluminação do trecho inicial. Zé Orozino iniciou sua corrida às 19h, quando o véu noturno já descera pesadamente sobre o parque. E, enquanto corria, observava a noite descendo cada vez com mais intensidade e os vinte ou mais postes que já deveriam estar com pleno vigor energético completamente apagados. No quilômetro três, passou por uma sombra, em frente à construção dos banheiros, que lhe pareceu um dos guardas fardados, completamente no escuro e ficou penalizado, pois, desse jeito, nem o guarda estava seguro.
                Por falar em segurança, soube que têm ocorrido diversos assaltos no parque, o que assusta e afasta os cidadãos pacatos do local. Segundo o Zé informou-me, há anos corre ali e jamais viu um único guarda fazendo a ronda no grande estacionamento do início do parque, o que se dirá dos demais...
                Continuando a corrida, contou nosso corredor, do 5º ao 7º km, quando já passava das 19h30, local ermo, nada menos de vinte postes apagados. Isso só se considerando os postes do lado esquerdo da pista...
                Que perigo! Assim sou obrigado a lembrar uns versos de uma das músicas do Reginaldo Rossi “A vida não vale nada,/ quanto mais não tendo você”, ó proteção!
                Será que o bem mais precioso do cidadão não merece um investimento maciço em segurança?
                O que é feito do dinheiro arrecadado com a taxa de iluminação pública que Zé Orozino e outros Zés, Joões, Marias, Joaquinas, etc. vêm pagando no Distrito Federal?
                E os impostos destinados à proteção do cidadão nas vias públicas? Será que o direito de ir e vir é apenas letra morta em nossa Constituição?
                Quanto à identificação para se aliviar das pressões intestinais e bexigais, que constrangimento...
                Como diria um comunicador:  — Isso é uma vergonha!
                Quero meu cargo de volta. Hei de reencarnar no DF e fazer deste Distrito um modelo para o resto do país e, do país, um modelo para o mundo, pois...
                — Viva a Copa das Confederações!
                — Viva a Copa do Mundo!
                — Viva, antes de tudo, o cidadão brasileiro, a vida mundial tendo como espelho o “Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho”, como diria o amigo Humberto de Campos aqui ao meu lado.
               E tenho dito!
                Respeitosamente,
                m.a.

               

 

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