Em
dia com o Machado 112 (jlo)
— Ora Machado, estou
ficando velho, outro dia precisei lembrar uns nomes de críticos literários com
os quais trabalho há trinta anos; tinha até uma “cola” no bolso, que tive vergonha de utilizar e, simplesmente
disse ao meu entrevistador que só lembrava de um. Esqueceu-me, como diria você,
Antonio Candido, pode? Que me não lembrasse de Raimundo Magalhães Júnior, de
Hênio Tavares, de Alfredo Bosi e outros, utilizados nas nossas aulas de
graduação, todos eles em minha estante, tudo bem; mas olvidar Antonio Candido?
Impossível. Verdadeiro sacrilégio literário.
— Bobagem, Joteli. O
que prevalece, em certas situações da vida, é a experiência... Para isso, you had a vast
amount of knowledge.
— É, mas a idade... O
que eu sei é que nada sei, já parafraseando o grande Sócrates... Outro dia, li
uma declaração de uma senhora culta de que desejaria trocar tudo o que sabe por
metade do que não sabe...
— Precisaria, ela,
reencarnar umas mil vezes, meu caro, pois metade do que não sabemos não cabe nas
cabeças somadas de todos os nossos maiores sábios...
— E o Brasil, ganha
amanhã da Alemanha? Você que está aí do alto, Bruxo, conte para meus
leitores...
— Ganha de 4 a 0, com
dois gols de Fred.
— É mesmo? Eu
acredito... Nossa seleção é tão poderosa que faz coisas impossíveis.
— Mas falemos de coisa
séria, Joteli, você vai ou não vai escrever sobre o paralelismo de uma
sequência enunciativa?
— Começo pelo exemplo
citado na frase acima, sobre nossa seleção. Nela, ocorre “paralelismo
sintático” embora não o semântico.
— Deixe a ironia por
minha conta, meu caro, e falemos de outra coisa.
— Só na próxima
crônica. Depois dessa, estou na expectativa dos gols prometidos por você.
— Então, adeus, Joteli. E não se esqueça: 4 a
0.
— Adeus, meu caro Bruxo.
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