Em dia com o Machado 304 {Jó]
— Bonne nuit, monsieur Emmanuel. Ça va?
— Boa noite, Machado. Eu vou bem, e você?
— Je
vais bien, merci. Agora falando o português claro, amigo Emmanuel, que pensa
você sobre as informações relativas a universos paralelos, confirmados pelos
estudiosos da física quântica, como, por exemplo, o Dr. Michio Kaku?
— Penso que “O espaço está cheio de incógnitas para todos os
Espíritos. Se os encarnados sentem a existência de fluidos imponderáveis, que
ainda não podem compreender, os desencarnados estão marchando igualmente para a
descoberta de outros segredos divinos que lhes preocupam a mente”.[1]
— O ser humano já pode dizer que alcançou o mais alto grau de
conhecimento na Terra, e já possui plena condição de entender a natureza
crística, Emmanuel?
— Meu caro Machado, como ousa o homem atual, que tudo pretende
rebaixar às propriedades da matéria, compreender a natureza de “Jesus, cuja
perfeição se perde na noite imperscrutável das eras, personificando a sabedoria
e o amor?”[2] Ao ser
humano, em cada época, somente é revelado o que está à altura de sua
compreensão.
— Podemos, então, considerar Cristo como o maior profeta enviado
por Deus à Terra, não é mesmo?
— Meu caro Bruxo —
permita-me chamá-lo, assim, carinhosamente — os profetas, cientistas, sábios,
filósofos e artistas de todos os tempos, no Mundo, estiveram e estão a serviço
do Cristo. Os que se desviaram da rota traçada terão de a ela retornar, para
refazer seu percurso de evolução infinita, destino reservado a todas as
criaturas, por mais singelas que sejam suas existências.
— Por que, atualmente, alguns adeptos do Espiritismo criticam
seu aspecto religioso, e outros tentam transmitir a ideia de que Jesus foi um
homem normal, um visionário fracassado no cumprimento de sua missão entre nós?
— Por ignorância do que lhes expliquei, nas crônicas 301 e 302,
sobre o anúncio dos profetas relativos a sua vinda e os testemunhos que Jesus
daria ao mundo, renovando a concepção equivocada que se tinha de Deus, como
implacável justiceiro a ser temido, e substituindo-a pela noção de Pai amoroso
e bom, que não deseja ver perdida nenhuma das ovelhas confiadas ao aprisco do
Senhor.
Por ignorarem o Evangelho de amor e
humildade pregado e praticado pelo Messias divino, que não veio modificar as
leis perfeitas de Deus, ao qual nos ensinou tratar como Pai.
Por olvidarem a resposta da questão 625 d’O Livro dos Espíritos, anotada por Allan Kardec, sobre ser Jesus o
ser mais perfeito que Deus nos concedeu como modelo e guia.
Por não estudarem com o coração posto ao lado da razão os
ensinamentos do Cristo, que nos recomenda amar os próprios inimigos e retribuir
o mal com o bem.
Por julgarem ser mais fácil continuar com suas paixões e
tendências inferiores, apenas admirando a bela teoria do Cristianismo, que o
Espiritismo reaviva, e utilizando-a como instrumento de poder e dominação sobre
seus irmãos.
Enfim, por preservarem o espírito belicoso e intolerante, que vê
um cisco no olho do seu irmão, mas não retira a trave dos seus próprios olhos,
como advertiu Jesus.
— Obrigado, Emmanuel, mas o tempo urge, assim como o espaço
desta crônica. E a querida esposa de Jó aguarda, ansiosamente, a presença deste
junto dela, para que tenham uma noite de sono sereno...
— Guardemos, então, a paz de nosso amado Mestre e tenhamos uma
boa semana, amigos. Até nosso próximo encontro.
[1]
XAVIER, Chico. Emmanuel. Pelo
Espírito Emmanuel. 27. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008, p. 15.
[2]
Id., p. 25.
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