Em dia com o Machado 341
– jÓ –
Tempo de amar e servir
—
Boa noite, Jó. Acabo de chegar em minha nave. Trago comigo Emmanuel, que me
deu a honra de sua companhia elevada.
— Boa noite, amigos. Estava pensando em
tirar uma soneca, nobre Emmanuel, pois estou todo trêmulo de tremenda tosse...
— Boa noite, Jó, boa aliteração... Ainda
que você tenha apenas um pulmão, como Francisco, saia da cama e vamos
trabalhar, pois é agora o tempo em que a mensagem do Cristo, à luz da santa
Doutrina Espírita, precisa da soma de nossos esforços espirituais, tanto quanto
somáticos.
— Certamente, amigos, tanto é
importante o aproveitamento do tempo, que inspirei a Jó novo poema sobre o tema
(rimou)!
— Olavo Bilac! de onde você surgiu?
— Atravessei a barreira dimensional do
tempo e, a convite de Machado, trouxe minha singela contribuição poética a este
conclave elevado, que Jó “psicografou”. Ei-la: Tempo
de amar e servir
Sou o tempo imortal que não passa,
Que jamais teve início, nem fim...
E no espaço da hora que grassa,
Muita história já passou por mim.
Nos poetas, filósofos, santos
O que fica são seus pensamentos.
Eu registro essas vozes, no entanto,
Muitas delas se vão como o vento...
Sou eterno presente no espaço
Para quem o passado e o futuro
Nada mais representam que o traço
Que eu traço no claro e no escuro.
Sempre em mim, há eterno devir,
Sempre em mim, há quem ri e quem chora,
Mas o tempo de amar e servir
É no tempo que se chama agora.[1]
— Muito bem, poetas. Mas eu quero saber
de Emmanuel que simbolismo está presente nesta frase registrada por João, 2:5:
Sua mãe disse aos serventes: “Fazei tudo o que ele vos disser”.
— Meu bom Machado, como eu disse
alhures, Maria é o anjo tutelar do Cristianismo. Estava-se numa festa de
casamento, mas podemos interpretar o simbolismo da narração como se a festa de
noivado citada no Evangelho se referisse a nós, cuja união com Cristo ainda é imperfeita.
Ainda somos humildes serventes nesse
grande concerto renovador da ideia. Vezes sem conta, o vinho de nossa esperança
se esgota. Cansamos, desiludimo-nos das paixões do mundo e, angustiados,
rogamos o caricioso amparo de Maria, símbolo da mãe amorosa que nos repete o
conselho: “— Fazei tudo o que ele vos disser”.
Ao ecoar nos refolhos de nossa alma as
palavras de Nossa Senhora, reflitamos se estamos, realmente, fazendo tudo o que
Jesus nos disse.
— Sábias palavras, Emmanuel, que eu,
Machado, Jó e Bilac lhe agradecemos e abraçamos fraternalmente, em
reconhecimento à sua condição de primeiro
dentre todos os Espíritos apóstolos
do Cristo...
— Sou apenas humilde servidor, em luta
contra as próprias limitações. Até breve!
E assim, abraçados fraternalmente,
despedimo-nos radiantes de alegria e paz. Machado e Emmanuel partiram em sua
nave. Bilac atravessou a barreira do espaço dimensional e retornou ao seu tempo.
E eu continuo correndo atrás do tempo sem encontrar todo o tempo que
gostaria...
Aproveito, então, para exercitar, neste
espaço, o tempo de amar e servi-los, caríssimos leitores!
Aviso aos leitores:
Para evitar exposição, na mesma página, de nossa crônica e do texto d'O Evangelho segundo o Espiritismo, traduzido por nós na linguagem atual, esse texto será publicado abaixo, em nova página.
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