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terça-feira, 13 de novembro de 2018




Em dia com o Machado 341 – jÓ –
Tempo de amar e servir

Boa noite, Jó. Acabo de chegar em minha nave. Trago comigo Emmanuel, que me deu a honra de sua companhia elevada.
— Boa noite, amigos. Estava pensando em tirar uma soneca, nobre Emmanuel, pois estou todo trêmulo de tremenda tosse...
— Boa noite, Jó, boa aliteração... Ainda que você tenha apenas um pulmão, como Francisco, saia da cama e vamos trabalhar, pois é agora o tempo em que a mensagem do Cristo, à luz da santa Doutrina Espírita, precisa da soma de nossos esforços espirituais, tanto quanto somáticos.
— Certamente, amigos, tanto é importante o aproveitamento do tempo, que inspirei a Jó novo poema sobre o tema (rimou)!
— Olavo Bilac! de onde você surgiu?
— Atravessei a barreira dimensional do tempo e, a convite de Machado, trouxe minha singela contribuição poética a este conclave elevado, que Jó “psicografou”. Ei-la: Tempo de amar e servir

Sou o tempo imortal que não passa,
Que jamais teve início, nem fim...
E no espaço da hora que grassa,
Muita história já passou por mim.

Nos poetas, filósofos, santos
O que fica são seus pensamentos.
Eu registro essas vozes, no entanto,
Muitas delas se vão como o vento...

Sou eterno presente no espaço
Para quem o passado e o futuro
Nada mais representam que o traço
Que eu traço no claro e no escuro.

Sempre em mim, há eterno devir,
Sempre em mim, há quem ri e quem chora,
Mas o tempo de amar e servir
É no tempo que se chama agora.[1]

— Muito bem, poetas. Mas eu quero saber de Emmanuel que simbolismo está presente nesta frase registrada por João, 2:5: Sua mãe disse aos serventes:  “Fazei tudo o que ele vos disser”.
— Meu bom Machado, como eu disse alhures, Maria é o anjo tutelar do Cristianismo. Estava-se numa festa de casamento, mas podemos interpretar o simbolismo da narração como se a festa de noivado citada no Evangelho se referisse a nós, cuja união com Cristo ainda é imperfeita.
Ainda somos humildes serventes nesse grande concerto renovador da ideia. Vezes sem conta, o vinho de nossa esperança se esgota. Cansamos, desiludimo-nos das paixões do mundo e, angustiados, rogamos o caricioso amparo de Maria, símbolo da mãe amorosa que nos repete o conselho: “— Fazei tudo o que ele vos disser”.
Ao ecoar nos refolhos de nossa alma as palavras de Nossa Senhora, reflitamos se estamos, realmente, fazendo tudo o que Jesus nos disse.
— Sábias palavras, Emmanuel, que eu, Machado, Jó e Bilac lhe agradecemos e abraçamos fraternalmente, em reconhecimento à sua condição de primeiro dentre todos os Espíritos apóstolos do Cristo...
— Sou apenas humilde servidor, em luta contra as próprias limitações. Até breve!
E assim, abraçados fraternalmente, despedimo-nos radiantes de alegria e paz. Machado e Emmanuel partiram em sua nave. Bilac atravessou a barreira do espaço dimensional e retornou ao seu tempo. E eu continuo correndo atrás do tempo sem encontrar todo o tempo que gostaria...
Aproveito, então, para exercitar, neste espaço, o tempo de amar e servi-los, caríssimos leitores!

Aviso aos leitores:
Para evitar exposição, na mesma página, de nossa crônica e do texto d'O Evangelho segundo o Espiritismo, traduzido por nós na linguagem atual, esse texto será publicado abaixo, em nova página.



[1] Autor: Jorge Leite de Oliveira - Inspirado em O tempo, de Olavo Bilac


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