Em dia com o Machado 343 #Jó#
Causo de Jó
Vou
dizer-lhe uma coisa, leitora: nunca confie em sua memória depois dos sessenta
anos. Casos há em que a pessoa possui memória excelente, mesmo em avançada
idade, noventa, cem anos ou mais; isso, entretanto, é exceção, não é mesmo, Di?
(Para os íntimos, para os demais, Divaldo Pereira Franco, que já caminha para
um século de vida a serviço espírita-cristão e ainda viaja pelo mundo afora pregando, brilhantemente, o Evangelho do Cristo à luz
do Consolador).
Na
semana passada, recebi por e-mail um convite para participar de um concurso de
crônicas destinado a pessoas com sessenta anos ou mais. Li a data e pensei:
ainda dá tempo para pesquisar sobre o tema: “Memórias de minha cidade”, se não
me falha a memória. E tratei de realizar pesquisas sobre algo de Brasília que
conheço bem, mas não vou revelar aqui para que você não me roube a ideia e, em
outro concurso de crônicas, acabe
ganhando o prêmio que eu estava certo de trazer para minha casa.
Após
anotar tudo o que me interessava e imprimir quatro folhas que deveriam ser
preenchidas por mim e enviadas junto com a crônica, relaxei e disse para meu
cérebro descansar, pois a data do encaminhamento seria 21 de novembro e isso só
ocorreria na semana seguinte.
Depois
disso, fui assistir a mais uma derrota do meu sofrido Fluminense, que faz
atualmente a pior campanha de sua história. Dito e feito, o Flu perdeu mais
uma. E eu só não arranquei os cabelos da cabeça por falta deles.
Terminado
o jogo, assisti aos comentários do SportTV. Depois, li alguns textos e... de
repente, já eram 23h... de repente, meu cérebro acusou-me de inepto... de
repente, perguntei-lhe por que me acusava assim, e ele respondeu-me que
estávamos a meia hora de ingressar no dia 22 de novembro.
Para
que a leitora tenha uma ideia, apenas para preencher as fichas de inscrição,
digitalizar cópias de documentos e enviar tudo
à comissão avaliadora eu gastaria o tempo necessário à elaboração de
minha crônica: cerca de duas horas.
Isso
porque, como dizia Machado de Assis, “O jovem precisa conscientizar-se de que a
pressa não lhe assegura qualidade aos textos”. Se é que a memória não me falha.
Ou
seja, adeus crônica da “melhor idade”.
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