O Evangelho segundo o Espiritismo - continuação da tradução livre gratuita...
ESCRIBAS – Nome dado, a princípio, aos secretários dos reis de Judá e a
certos intendentes dos exércitos judeus. Mais tarde, essa denominação foi
aplicada especialmente aos doutores que ensinavam a lei de Moisés e a interpretavam ao povo. Eles
faziam causa comum com os fariseus, cujos princípios partilhavam, assim como da
antipatia que aqueles tinham para com os inovadores. Eis porque Jesus os
confunde na mesma reprovação.
SINAGOGA – (Do grego synagogé = assembleia, congregação. Só havia na Judeia um templo, o de Salomão, em
Jerusalém, no qual se celebravam as grandes cerimônias do culto.
Anualmente os judeus dirigiam-se a ele em peregrinação para as festas
principais, como a da Páscoa, a da Dedicação e a dos Tabernáculos. Foi nessas
ocasiões que Jesus viajou para lá algumas vezes. As outras cidades não tinham
templos, mas sinagogas, edifícios nos quais os judeus reuniam-se aos sábados,
para orarem sob a direção dos anciãos, dos escribas ou dos doutores da lei. Faziam-se
ali também as leituras extraídas dos
livros sagrados, seguidas de comentários e explicações a que cada um podia participar.
É por isso que Jesus podia ensinar nas sinagogas, sem ser sacerdote, aos
sábados.
Após a ruína de
Jerusalém e a dispersão dos judeus, as sinagogas, nas cidades em que eles habitavam
servem-lhes de templo para a celebração do culto.
SADUCEUS – Seita judia formada por volta do ano 248 antes de Cristo,
também chamada por causa de Sadoc, seu fundador. Os saduceus não criam na
imortalidade da alma, nem na ressurreição, nem nos anjos bons e maus. Todavia,
acreditavam em Deus, mas, nada esperando após a morte, eles só o serviam
interessados em recompensas temporais, ao que se limitavam sua providência
segundo acreditavam. Para eles, a satisfação dos instintos era o objetivo
principal da vida. Quanto às Escrituras, eles atinham-se ao texto da lei antiga
e não admitiam nem a tradição nem interpretação alguma. Eles colocavam as boas
obras e a execução pura e simples da lei acima das práticas exteriores do
culto. Eram, como se vê, os materialistas, os deístas e os sensualistas da época.
Essa seita era pouco numerosa, as ela contava com importantes personagens e
tornou-se um partido político constantemente oposto aos fariseus.
ESSÊNIOS OU ESSEUS – Seita judia fundada por volta do ano 450 antes de
Jesus Cristo ao tempo dos macabeus, e cujos membros, que habitavam uma espécie
de mosteiro, formavam entre si uma espécie de associação moral e religiosa. Eles
se distinguiam por seus costumes moderados, virtudes austeras e ensinavam o
amor a Deus e ao próximo, a imortalidade da alma e acreditavam na ressurreição.
Eram celibatários, condenavam a escravidão e a guerra, punham seus bens em
comum e praticavam à agricultura. Opunham-se aos saduceus sensuais, que negavam
a imortalidade, e aos fariseus de rígidas práticas exteriores e de virtudes
aparentes. Não tomavam parte nas discussões que dividiam essa duas seitas. Seu
gênero de vida se aproximava ao dos
primeiros cristãos, e os princípios da moral que professavam fizeram algumas
pessoas suporem que Jesus fizera parte dessa seita, antes do início de sua
missão pública. Certamente o Mestre deve
tê-la conhecido, mas nada prova sua filiação a ela, e tudo que se escreveu a
esse respeito é hipotético.[1]
TERAPEUTAS (do grego thérapeutaï,
derivado do verbo thérapeueïn, servir,
cuidar, isto é, servidores de Deus ou curadores). Sectários judeus
contemporâneos do Cristo, estabelecidos principalmente em Alexandria, no
Egito. Eles tinham grande relação com os
essênios, cujos princípios professavam, aplicando-se, como esses, à prática de
todas as virtudes. Sua alimentação era de extrema frugalidade. Votados ao
celibato, à contemplação e à vida solitária, eles formavam uma verdadeira ordem
religiosa. Fílon, filósofo judeu platônico, de Alexandria, foi o primeiro a falar
dos terapeutas. Apresentou-os como uma seita judaica. Eusébio, São Jerônimo e
outros pais da Igreja pensavam que eles eram cristãos. Que eles fossem judeus
ou cristãos, é evidente que, como os essênios, eles formam o traço de união
entre o judaísmo e o cristianismo.
[1] A Morte de Jesus, que dizem ter sido
escrita por um irmão essênio, é um livro
completamente apócrifo, escrita para servir a determinada opinião, e que traz
em si mesma a prova de sua moderna origem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário