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terça-feira, 18 de dezembro de 2018




O Evangelho segundo o Espiritismo - continuação da tradução livre gratuita...

ESCRIBAS – Nome dado, a princípio, aos secretários dos reis de Judá e a certos intendentes dos exércitos judeus. Mais tarde, essa denominação foi aplicada especialmente aos doutores que ensinavam  a lei de Moisés e a interpretavam ao povo. Eles faziam causa comum com os fariseus, cujos princípios partilhavam, assim como da antipatia que aqueles tinham para com os inovadores. Eis porque Jesus os confunde na mesma reprovação.

SINAGOGA – (Do grego synagogé = assembleia, congregação. Só havia  na Judeia um templo, o de Salomão, em Jerusalém, no qual se celebravam as grandes cerimônias do culto.
Anualmente os judeus dirigiam-se a ele em peregrinação para as festas principais, como a da Páscoa, a da Dedicação e a dos Tabernáculos. Foi nessas ocasiões que Jesus viajou para lá algumas vezes. As outras cidades não tinham templos, mas sinagogas, edifícios nos quais os judeus reuniam-se aos sábados, para orarem sob a direção dos anciãos, dos escribas ou dos doutores da lei. Faziam-se ali também as leituras  extraídas dos livros sagrados, seguidas de comentários e explicações a que cada um podia participar. É por isso que Jesus podia ensinar nas sinagogas, sem ser sacerdote, aos sábados.
            Após a ruína de Jerusalém e a dispersão dos judeus, as sinagogas, nas cidades em que eles habitavam servem-lhes de templo para a celebração do culto.

SADUCEUS – Seita judia formada por volta do ano 248 antes de Cristo, também chamada por causa de Sadoc, seu fundador. Os saduceus não criam na imortalidade da alma, nem na ressurreição, nem nos anjos bons e maus. Todavia, acreditavam em Deus, mas, nada esperando após a morte, eles só o serviam interessados em recompensas temporais, ao que se limitavam sua providência segundo acreditavam. Para eles, a satisfação dos instintos era o objetivo principal da vida. Quanto às Escrituras, eles atinham-se ao texto da lei antiga e não admitiam nem a tradição nem interpretação alguma. Eles colocavam as boas obras e a execução pura e simples da lei acima das práticas exteriores do culto. Eram, como se vê, os materialistas, os deístas e os sensualistas da época. Essa seita era pouco numerosa, as ela contava com importantes personagens e tornou-se um partido político constantemente oposto aos fariseus.

ESSÊNIOS OU ESSEUS – Seita judia fundada por volta do ano 450 antes de Jesus Cristo ao tempo dos macabeus, e cujos membros, que habitavam uma espécie de mosteiro, formavam entre si uma espécie de associação moral e religiosa. Eles se distinguiam por seus costumes moderados, virtudes austeras e ensinavam o amor a Deus e ao próximo, a imortalidade da alma e acreditavam na ressurreição. Eram celibatários, condenavam a escravidão e a guerra, punham seus bens em comum e praticavam à agricultura. Opunham-se aos saduceus sensuais, que negavam a imortalidade, e aos fariseus de rígidas práticas exteriores e de virtudes aparentes. Não tomavam parte nas discussões que dividiam essa duas seitas. Seu gênero de vida se aproximava  ao dos primeiros cristãos, e os princípios da moral que professavam fizeram algumas pessoas suporem que Jesus fizera parte dessa seita, antes do início de sua missão pública.  Certamente o Mestre deve tê-la conhecido, mas nada prova sua filiação a ela, e tudo que se escreveu a esse respeito é hipotético.[1]

TERAPEUTAS (do grego thérapeutaï, derivado do verbo thérapeueïn, servir, cuidar, isto é, servidores de Deus ou curadores). Sectários judeus contemporâneos do Cristo, estabelecidos principalmente em Alexandria, no Egito.  Eles tinham grande relação com os essênios, cujos princípios professavam, aplicando-se, como esses, à prática de todas as virtudes. Sua alimentação era de extrema frugalidade. Votados ao celibato, à contemplação e à vida solitária, eles formavam uma verdadeira ordem religiosa. Fílon, filósofo judeu platônico, de Alexandria, foi o primeiro a falar dos terapeutas. Apresentou-os como uma seita judaica. Eusébio, São Jerônimo e outros pais da Igreja pensavam que eles eram cristãos. Que eles fossem judeus ou cristãos, é evidente que, como os essênios, eles formam o traço de união entre o judaísmo e o cristianismo.


[1] A Morte de Jesus, que dizem ter sido escrita por  um irmão essênio, é um livro completamente apócrifo, escrita para servir a determinada opinião, e que traz em si mesma a prova de sua moderna origem.

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