Em dia com o Machado 347 (jLo)
Um Natal com Machado
Enquanto comemorávamos a vinda ao mundo do
Cordeiro de Deus, com rabanadas, tender, sucos, vinhos etc., conversávamos
sobre diversos temas, menos sobre o homenageado. Nisso não vai nenhuma crítica,
pois os diálogos variavam da política aos crimes e destes aos vídeos
pornográficos de WhatsApp que
parentes e amigos compartilham.
A conclusão a que cheguei, em
relação à questão do sexo, tão vulgarizada em nossos dias, em diálogo com um
irmão, foi a seguinte:
— No meu entendimento, meu querido irmão,
o sexo banal, realizado sem qualquer comprometimento moral, é puro instinto
animalizado, eu falei.
— Também penso assim, ele
respondeu-me. Há alguns anos, quando alguém desejava ver cenas picantes na
internet, a pessoa ocultava de sua esposa o que estava vendo ou, no caso desta,
ocultava do marido o que não desejava que ele visse. Atualmente, a nossa
privacidade é invadida com esses compartilhamentos no celular e até as crianças
podem ter acesso fácil a eles.
— Antigamente, eu disse-lhe, bastava à
sociedade que alguém fosse casado, tivesse filhos e uma relação matrimonial
estável para que não pairasse sobre si qualquer dúvida sobre sua opção sexual.
Atualmente, a todo tempo é preciso demonstrar que não se aderiu à moda da libidinagem.
É por isso que às vezes costumo pedir mentalmente: — Para o mundo, que eu quero
descer!
— E a criminalidade? já foi calculado um
número próximo de setenta mil assassínios, no Brasil, a cada ano.
— Recorde mundial, confirmei ao Paulinho,
meu querido irmão. Acredito que somente a educação responsável, sem o viés
materialista porá fim, no médio prazo, a essa triste estatística.
De repente, eis que Machado de Assis,
presente ao conclave familiar, entra na conversa:
— Meus caros, segundo Emmanuel, ausente
por ter sido convidado à comemoração do Natal pelo Senhor em Mundo Sideral,
Deus, em sua bondade e sabedoria, corrige amando. Ao contrário dos homens, que
enviam o criminoso à condenação com penas cruéis e os atira a prisões úmidas e
infectas, nosso Pai Eterno exige somente o retorno à carne de todo ser ainda
imperfeito para sua redenção por meio de expiações e provas.
— Amigo Bruxo, haja vista a ausência do nobre Emmanuel, você poderia
brindar-nos com um dos seus poemas em homenagem ao natalício de Jesus?
Pedi-lhe.
Machado não se fez de rogado e brindou-nos
com o seguinte poema antes de se despedir de todos nós:
A presença de Deus (J.L.O.)
Perguntava
aquele filho
A
seu douto genitor
A
respeito de alguns temas
Sobre
o Supremo Senhor:
—
Pai, onde é que Deus está?
— Ele
está em toda a parte,
No
espaço, na Terra e mar...
E até
no singelo altar...
— Mas
como podemos vê-Lo?
— Na
vastidão do universo,
Na
força da natureza
E até
num bonito verso...
— Porém,
como percebê-Lo?
—
Nas conquistas da Ciência,
Nos
pensamentos dos sábios,
E na
nossa Consciência...
—
Podemos, pai, ouvir Deus?
—Nos
pios de um passarinho,
Nos
zumbidos de um inseto,
No
amor provindo de um ninho...
—
Que fazer para senti-Lo?
— No
banho da cachoeira,
Nos
raios do Sol ameno,
No
perfume da roseira...
— Em
tudo Ele está presente?
— Vivemos
no seio d’Ele...
Sendo
Deus o nosso Pai,
Tudo
vem e volta a Ele.
Deus
é o Amor Infinito!
Ele
está em toda parte,
Está
dentro de você,
E na
beleza das artes.
E
por ser Deus puro Amor,
A
ninguém tem por eleito.
Deu-nos
por modelo o Cristo,
Dentre
nós o mais perfeito.
O
nosso Mestre Jesus,
Que
nasceu pobre em Belém,
Mas
que pregamos na cruz,
E
nunca matou ninguém...
Pois
Ele bem que sabia
Que,
por ser bom e imortal,
Logo
ressuscitaria,
E o
bem sempre vence o mal.
Aqui
deixo meu abraço
À
família universal.
Aperte
mais esse laço.
A todos,
feliz Natal!
Nota do autor: À exceção das
citações, todos os textos de minhas crônicas são fictícios, ou seja, de minha
elaboração pessoal ou por mim parafraseados. Nada há neles que se possa dizer
ter sido psicografado, exceto o que for mediúnico e, nesse caso, referenciado.
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