EM DIA
COM O MACHADO 386:
vontade,
pensamento e ação (Jó)
Após
sua publicação d’O Livro dos Espíritos, em 18 de abril de 1857, Allan
Kardec optou por também editar, com recursos pessoais, um periódico que não
apenas servisse como aprofundamento às 501 questões da primeira edição daquela
obra básica, como também a ampliasse, a partir de sua segunda edição, para 1.019
questões.
Além
disso, a Revista Espírita, nome que deu ao periódico, serviria como
laboratório experimental para a ampliação de sua obra, que se desdobraria
noutras quatro: O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo,
O Céu e o Inferno e A Gênese. Isso sem nos referir a livros como Instrução
Prática Sobre as Manifestações Espíritas; O Espiritismo na Sua Expressão
mais Simples; e outros opúsculos.
Na
Revista Espírita de janeiro de 1858, em: Respostas dos Espíritos a
algumas perguntas, Kardec acha estranho que os Espíritos possam agir sobre
a matéria. Em consequência disso, é informado que o Espírito age por si mesmo,
com base no que viria a ser chamado, mais tarde de perispírito, ou seja
“laço que une o Espírito à matéria”.
Na
observação logo abaixo, é explicado que esse laço é “impalpável”, mas nele está
a “causa primeira de todos os nossos movimentos voluntários”, assim como “a
eletricidade derruba, levanta e transporta massas inertes”. Vamos entender, por
fim, que a causa inicial da ação sobre o “agente físico” é a “inteligência que
age sobre esse agente”. Assim como o pensamento age sobre nossos membros, mas
são estes que se movem, e não o pensamento, é pela ação da vontade do Espírito,
atuando sobre seu perispírito, que este é capaz de agir sobre a matéria.
E
onde se situa a vontade? Explica-nos o Espírito Emmanuel que a vontade é que governa
“todos os setores da ação mental”, que ele classifica em desejo, inteligência,
imaginação, memória, além dos “que definem os investimentos da
alma” (in: XAVIER, Chico. Pensamento e Vida, cap. 2).
Sem
a vontade, explica-nos o venerando guia espiritual daquele que foi eleito O
Maior Brasileiro de Todos os Tempos,
O
desejo pode comprar ao engano aflitivos séculos de reparação e sofrimento, a inteligência
pode aprisionar-se na enxovia da criminalidade, a imaginação pode gerar
perigosos monstros na sombra, e a memória, não obstante fiel à sua função de
registradora, conforme a destinação que a natureza lhe assinala, pode cair em
deplorável relaxamento.
Só
a vontade é suficiente forte para sustentar a harmonia do Espírito.
Em
verdade, ela não consegue impedir a reflexão mental, quando se trate da conexão
entre os semelhantes, porque a sintonia constitui lei inderrogável, mas pode
impor o jugo da disciplina sobre os elementos que administra, de modo a
mantê-los coesos na corrente do bem (op. cit.).
Fomos criados à “imagem e semelhança de Deus”, por
sermos seus filhos, ou seja, Espíritos imortais, que têm por destinação a
perfeição. Assim sendo, é imprescindível que disciplinemos nossa vontade para a
ação permanente no bem. Isso porque, sendo Deus puro Amor, somente pensando no
Amor e agindo com Amor poderemos ser felizes.
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