EM DIA COM O MACHADO 400:
lembrando o óbolo da viúva
no natal (jó)
Em palestra proferida no último domingo
de 2019, na Federação Espírita Brasileira, Geraldo Campetti Sobrinho referiu-se
ao óbolo da viúva, observado por Jesus, que informou a seus discípulos que a doação
dela foi maior do que a de todas as ricas ofertas depositadas no gazofilácio. Pois
a viúva dera o que lhe faria falta, enquanto os demais doadores ofereciam o que
lhes sobrava. E o que ela doara, informou Geraldo, seria mais ou menos vinte
centavos de reais em nossos dias.
O expositor lembrou-nos que mais vale
um pouco doado com amor do que muita doação feita para receber o aplauso do
mundo. Isso nos faz lembrar uma frase popular muito repetida por dona Cely,
nossa mãezinha, que desencarnou há alguns anos na avançada idade de 89 anos: “O
pouco com Deus é muito; o muito sem Deus é nada”.
Quando auxiliamos alguém com amor,
ainda que nossa ajuda o sacie apenas por um dia, o prazer que sentimos em
ajudar é maior do que o de quem ajudamos. Neste mês em que se comemora o Natal, até o fim
de 2019, nossos sentimentos de amor e compaixão são estimulados pela mensagem
de Jesus para que façamos sempre o bem.
Muitos comerciantes que estavam à beira
da falência têm sido salvos por esse “renascer anual do Cristo” nos corações do
povo brasileiro. A solidariedade está presente mesmo nos ateus, o que se
explica pela euforia das festas de fim de ano. Há confraternizações nos
escritórios, nas indústrias, nos clubes, nos lares, nas escolas, nas igrejas. E
as vendas “explodem”...
Atire a primeira pedra quem nunca participou
do amigo oculto, do bingo, da quermesse da igreja em que muitos só comparecem
uma vez ao ano. Qual é a família que nunca levou o filhinho ou a filhinha ao
shopping para ver Papai Noel chegando de helicóptero ou recebendo-os, sentado
em seu trenó, com um abraço e o grito carinhoso: – Ho, ho, ho!
Embora Jesus, o homenageado, seja
lembrado mais pelas guloseimas e presentes, Ele sempre nos envia alguns dos
seus elevados emissários para nos relembrar que seu Reino não é deste Mundo. E nada
custa doar a quem anda descalço, ou quase nu, um par de calçados e vestuários
esquecidos no guarda-roupas de nossa casa há mais de seis meses, como disse
Geraldo.
Citarei duas dessas surpresas
proporcionadas pelos emissários de Jesus neste mês de dezembro de 2019:
A primeira ocorreu no dia em que estávamos
para jantar, eu e esposa, num dos self-services do Conjunto Nacional, shopping
de Brasília. Aproximou-se de nós humilde moça, que nos rogou um pouco de
comida, pois tinha fome. Nesse momento, Lourdes, minha mulher, que é vidente, observou,
ao lado da jovem, um Espírito com aparência de idoso de barbas brancas, que
disse à nossa companheira: –
Em nome de Jesus, alimente esta pobre irmã. Lourdes atendeu-o imediatamente, com
imensa alegria. E, enquanto servia à jovem, dizia-lhe: – Pede, minha filha, o
que você desejar comer.
Quando terminou de encher o prato da moça
com o que de melhor esta lhe pedira e pagar seu alimento, minha esposa disse
ter sido aquele o melhor presente já recebido em sua vida. A pobre, ao se afastar,
olhava agradecida para o prato cheio e para sua benfeitora. Ao lado da pedinte,
o Espírito Bezerra de Menezes, o “Médico dos Pobres”, acenava para Lourdes com
um beijo carinhoso, que ela jamais esquecerá.
O segundo fato é também muito comum
nesta época de nossa forte sintonia com o plano espiritual. Um amigo disse-nos
que voltava da academia onde costuma malhar e estava com dois reais no bolso.
Em frente a sua casa, há uma banca de jornais que também vende gostoso
cafezinho ao preço de um real.
Nosso amigo vinha pensando em tomar seu
cafezinho ali, quando jovem senhora o abordou e lhe pediu um trocado. Ele,
então, respondeu-lhe: –
Venha comigo até a banca, pois vou comprar um cafezinho e dou-lhe o troco.
Ela seguiu-o desconfiada. Ao chegarem à
banca, nosso amigo pediu ao jornaleiro um cafezinho e entregou-lhe dois reais,
esperando receber o troco. Para sua surpresa o dono da banca devolveu-lhe os
dois reais e disse-lhe que daquela vez o café ficava por conta da casa. Meu
amigo, que tem fama de nefelibata, por ser meio desligado do mundo real, respondeu-lhe,
indicando a moça: –
Prometi dar-lhe o troco...
O jornaleiro pegou a nota de dois reais,
foi até o caixa e, caindo em si, voltou com o dinheiro, pegou um pacote de
biscoitos, entregou-o à pobre, junto com os dois reais, e lhe ofereceu um suco.
Vendo isso, outro senhor, que antes conversava com ele, pediu à jovem para
abrir a mão, que encheu de moedas. Ela olhou, agradecida, para seus três
benfeitores e pediu ao Sr. Marcelo que substituísse o suco pelo cafezinho.
Como lembrou Jesus, não é preciso que
doemos muito com ostentação. E o ditado popular confirma: “Quem dá aos pobres
empresta a Deus”. Isso é Natal!
Nenhum comentário:
Postar um comentário