EM DIA COM O MACHADO 401:
falando sério de Brasília (jó)
Quando
cai a chuva em Brasília, tudo o que era seco enverdece. As aves piam agitadas,
e a secura desaparece. O Lago Paranoá cresce, e quem não jaz morto aparece.
Aqui nada morre, hiberna. Mesmo caindo poucas chuvas, as barragens d’água
hodiernas fertilizam maçãs e uvas. Temos manga, jaca, abacate, tudo ao alcance
de quem cate...
As
quadras são cheias de frutos, os parques se enchem de gente. Até mesmo antes do
nascente, néscios caminham com argutos. E o clima é tão seco, meu cara,
que rivaliza com o Saara.
Aqui
também há vida e fé. Nas bancas não há só jornais, há água de coco e café.
Há
desfiles de carnavais de várias escolas de samba e blocos tradicionais. A
escola de samba ARUC é a campeã do Cruzeiro, mas também brilha a Asa Norte, com
tabaques e com pandeiros. Temos também noventa blocos, dos quais citarei quatro
ou três: Babydoll de Nylon é um; outro é o bloco de Samambaia,
e, para o bom do português, o Beija Me Beija é o da vez...
Soube,
hoje, pelo Jornal, para gáudio de ator e atriz, que no Teatro Nacional estará
Machado de Assis. Como autor de peças teatrais, de alvos certeiros em crônicas,
esse Bruxo do Cosme Velho volta com mil verves irônicas.
Quase em frente de cada
quadra, temos também academia. Então, meu caro e bom leitor, nada melhor do que
a ironia para começar 2020. Pois nosso negócio é o seguinte: com tantos fakes
circulando, sejas leitor, sejas ouvinte, curte cada uma maravilha de nossa
querida Brasília, mas não te metas na política, o carnaval de ano inteiro.
Mas falo sério agora, amigo,
se desejas sempre contigo, em qualquer lugar que tu estejas, a fortaleza contra
o mal, não faças tu de Brasília um palanque de vãs riquezas. Não uses dinheiro
do imposto para teu próprio usufruto, se estás em algum cargo público. Não
aceites, se és político, qualquer vantagem indevida, e, ainda que não seja
assim, faze sempre o bem, vai por mim.
Pois só a pura consciência e o exercício da clemência aliado ao bem incessante farão de cada cidadão um exemplo belo e profundo, de Brasília para o Brasil e do Brasil para o Mundo.
Pois só a pura consciência e o exercício da clemência aliado ao bem incessante farão de cada cidadão um exemplo belo e profundo, de Brasília para o Brasil e do Brasil para o Mundo.
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