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segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

 


13.5.2 Um Espírito Protetor (Lyon, 1860)

 

        Meus amigos, tenho ouvido muitos de vocês dizerem: Como posso fazer a caridade? Frequentemente, nem mesmo tenho o necessário!

            A caridade, meus amigos, se faz de muitas maneiras. Podem fazê-la em pensamento, em palavras e em ações. Em pensamento orando pelos pobres abandonados, que morreram sem mesmo terem visto a luz; uma prece de coração os alivia. Em palavras: dirigindo aos seus companheiros diariamente alguns bons conselhos. Digam aos homens amargurados pelo desespero e pelas privações, que blasfemam do nome do Altíssimo: "Eu era como vocês; eu sofria, sentia-me infeliz mas acreditei no Espiritismo e, vejam, agora sou feliz!" Aos anciãos que lhes disserem: "É inútil; estou no fim da vida; morrerei como vivi”, digam: "A justiça de Deus é igual para todos; lembrem-se dos trabalhadores da última hora!" Às crianças que, já viciadas pelas más companhias, perdem-se nos caminhos do mundo, prestes a sucumbir às suas tentações, digam: "Deus os vê, meus caros pequenos!", e não temam repetir frequentemente essas doces palavras, que acabarão por germinar nas suas jovens inteligências, e em lugar de pequenos vagabundos, farão deles verdadeiros homens. Essa é também uma forma de caridade.

        Muitos de vocês dizem ainda: "Oh! Somos tão numerosos na Terra que Deus não pode ver-nos a todos!" Escutem bem isso, meus amigos: Quando estão no alto de uma montanha, seu olhar não abarca os bilhões de grãos de areia que a cobrem? Pois bem: Deus os vê do mesmo modo. Ele lhes deixa seu livre-arbítrio, como vocês também deixam esses grãos de areia ao sabor do vento que os dispersa. Apenas, Deus, na sua infinita misericórdia, pôs no fundo do seu coração uma sentinela vigilante, que se chama consciência. Escutem-na, ela lhes dará bons conselhos. Por vezes, vocês conseguem entorpecê-la, opondo-lhe o espírito do mal, e então ela se cala. Mas fiquem seguros de que a pobre relegada se fará ouvir, tão logo a deixarem perceber a sombra do remorso. Ouçam-na, interroguem-na, e frequentemente serão consolados pelo conselho dela recebido.

        Meus amigos, a cada novo regimento o general entrega uma bandeira. Eu lhes dou esta máxima do Cristo: "Amem-se uns ao outros". Pratiquem essa máxima; reúnam-se todos em torno dessa bandeira, e receberão a felicidade e a consolação.  

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