13.5.3 A Beneficência
Adolfo - Bispo de Alger, Bordeaux, 1861
A beneficência, meus amigos, lhes dará neste mundo os prazeres
mais puros e mais doces, as alegrias do coração, que não são perturbadas nem
pelos remorsos, nem pela indiferença. Oh, se vocês pudessem compreender tudo o
que encerra de grande e de agradável a generosidade das belas almas, esse
sentimento que faz que se olhe aos outros com o mesmo olhar voltado para si
mesmo, e que se desvista com alegria para vestir a um irmão! Se vocês pudessem,
meus amigos, ter apenas a doce preocupação de fazer os outros felizes! Quais são
as festas mundanas que se podem comparar a essas festas jubilosas, quando,
representantes da Divindade, vocês levam a alegria a essas pobres famílias, que
da vida só conhecem as adversidades e as amarguras; quando veem esses rostos
macilentos brilharem subitamente de esperança, porque, desprovidos de pão,
esses infelizes e seus filhos, ignorando que viver é sofrer, gritavam, choravam
e repetiam estas palavras, que penetravam o coração materno, como fino punhal: "Tenho
fome!"
Oh, compreendam quanto são deliciosas as impressões
daquele que vê renascer a alegria onde, momentos antes, só havia desespero!
Compreendam quais são as suas obrigações para com os seus irmãos! Vão, vão ao
encontro do infortúnio, ao socorro das misérias ocultas, sobretudo, que são as
mais dolorosas. Vão, meus bem-amados, e lembrem-se destas palavras do Salvador:
"Quando vestirem a um destes pequeninos, pensem que é a mim que o fazem!"
Caridade! Palavra sublime, que resume todas as virtudes, és tu que deves conduzir os povos à felicidade. Ao praticar-te, eles estarão semeando infinitas alegrias para o próprio futuro, e durante o seu exílio na Terra, serás para eles a consolação, o antegozo das alegrias que mais tarde desfrutarão, quando todos reunidos se abraçarem, no seio do Deus de amor. Foste tu, virtude divina, que me proporcionaste os únicos momentos de felicidade que gozei na Terra.
Possam os meus irmãos encarnados crer na voz do amigo que lhes diz: É na caridade que vocês devem procurar a paz do coração, o contentamento da alma, o remédio para as aflições da vida. Oh, quando vocês estiverem a ponto de acusar a Deus, lancem um olhar para baixo, e verão quantas misérias a aliviar, quantas pobres crianças sem família; quantos velhos sem uma só mão amiga para os socorrer e fechar-lhes os olhos na hora da morte! Quanto bem a fazer! Oh, não reclamem, antes agradeçam a Deus, e prodigalizem a mãos cheias a sua simpatia, o seu amor, o seu dinheiro, a todos os que, deserdados dos bens deste mundo, definham no sofrimento e na solidão. Vocês colherão neste mundo alegrias bem suaves, e mais tarde... só Deus o sabe!
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