EM DIA COM O
MACHADO 537:
O ACOLHIMENTO E O
NOVO MANDAMENTO DO CRISTO (Irmão Jó)
Quando fiz alguns cursos de pós-graduação na UnB, sempre trabalhei com pesquisas sobre Machado de Assis. Por isso, no início das criações de minhas crônicas, a ideia foi dar-lhe o título de “Em dia com o Machado”, imitando o título de nossa irmã espírita Marta Antunes, vice-presidente da FEB, que intitula seus artigos como “Em dia com o Espiritismo”.
A ideia inicial, como a mantenho
atualmente em algumas crônicas, era dialogar com o suposto espírito Machado de
Assis, sempre lembrando que minhas crônicas têm por objetivo repassar conceitos
elevados sob as verdades observadas na vida real, mas com base em elaborações
fictícias e não em fenômenos mediúnicos dos quais não sou médium, embora creia
plenamente na mediunidade.
Por isso mesmo, sempre faço questão de citar a autoria de textos narrados, como este, sobre comédia machadiana, citada na obra História Concisa da Literatura Brasileira. Tópico Teatro, de autoria do grande pesquisador Alfredo Bosi, falecido há pouco tempo:
Os bastidores da vida política são o objeto da comédia Quase Ministro, elenco divertido de tipos parasitários que se apressam a cumprimentar o futuro ministro propondo-lhe planos, inventos e poemas, e com a mesma presteza viram-lhe as costas ao sabê-lo fora do cargo (BOSI, op. cit., 1992, p. 272).
Com o passar do tempo, passei a explorar
predominantemente o lado espiritualista, em especial o espírita cristão, em
meus devaneios literários. Como base de meus objetivos, compartilho os mesmos
fundamentos contidos na carta de Paulo aos Filipenses, 4:8: “[...] tudo o
que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro,
tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama [...]”.
Faço essas considerações tendo em vista o
que nos propõe padre Émerson, em seus vídeos diários intitulados Palavra do
Dia, com considerações sobre o vocábulo “acolher”. Diz ele que sabemos bem
o que não seja acolhida quando somos ignorados. Como lemos na mimese realista
machadiana, citada por Bosi, muitas vezes, em nosso relacionamento social,
quando a fama bate em nossa porta, todos nos bajulam; mas tão logo ela nos
deixe, os falsos amigos nos abandonam.
Como a dor que sentimos, nesses momentos,
é profunda, sugere-nos padre Émerson ser preciso trabalhar em nós o sentimento
de acolhida ao nosso irmão, para que ele não sinta a dor que sentimos. Isso,
além de solidariedade, é compaixão. Compadeçamo-nos, pois, do nosso próximo.
Que não o acolhamos conforme nossos interesses, mas com o verdadeiro sentimento
de amor, seja ele rico ou pobre, famoso ou não, belo ou feio,
culto ou analfabeto, bondoso ou mesquinho, enfermo ou sadio. E ainda, quer
compartilhe ou não de nossa crença, quer seja religioso ou ateu.
É nisso que estão resumidas as palavras de
Jesus a todos nós: “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis tanto quanto eu
vos amo” (João, 13:34).
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