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sábado, 6 de agosto de 2022

 

EM DIA COM O MACHADO 535:
NÃO CHOREM À BEIRA DO MEU TÚMULO! (Jó)


   Eu estava pensando no que escrever, quando recebi um vídeo com a declamação do poema cujo título abre esta crônica. Neste dia 5 de agosto, tivemos a notícia do falecimento de Jô Soares, um dos mais geniais humoristas que o Brasil já teve. Todos os programas de humor em que ele se apresentou, e foram inúmeros, primavam pela exteriorização da alma de uma pessoa alegre e criativa, cujo nascimento na Terra tinha uma missão primordial: fazer-nos sorrir, rir, dar gargalhadas, chorar de tanto rir.
            Pois bem, o declamador do vídeo foi Jô Soares, e o poema é de  Mary Elizabeth Frye, poetisa norte-americana. Eis o que Jô declamou: 

Não chorem à beira do meu túmulo,
eu não estou lá.
Estou no soprar dos ventos,
nas tempestades de verão
e nos chuviscos suaves da primavera.
 
Eu sou a prece inquieta dos ruídos da cidade
e o silêncio das madrugadas.
 
Não chorem à beira do meu túmulo,
eu não estou lá.
Estou no brilho das estrelas
perfurando a noite
e no cantar alegre dos pássaros.
 
Não, não chorem tristes, à beira do meu túmulo,
eu não estou lá.
Eu não morri,
eu sou a vida incessante e livre
que corre nas águas do rio. 

Embora todos nós sejamos imortais, muitas pessoas passam do plano físico para o espiritual sem deixar boa lembrança nos que ficam. Pessoas como Jô, entretanto, permanecem por longos anos, não só pelo que ele era. Seus amigos e quem trabalhava com ele, desde o garçom Alex, que servia a água, até o funcionário apelidado Sr. Madruga, por ser parecido com o personagem do programa humorístico mexicano intitulado Chaves, todos eles choraram a perda desse amigo que a ninguém discriminava e a todos tratava bem.

Será, portanto, difícil aos que visitarem ou não seu túmulo obedecer ao refrão do poema que ele um dia declamou. Por mais que se contenham os que o amam, ao menos uma lágrima de saudade descerá teimosa de um dos seus olhos. Mas sua imagem será sempre a do maestro da alegria.

Vai com Deus, Jô, teu palco agora é nas estrelas! Paz e luz.


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