EM DIA COM O
MACHADO 540:
HUMILDADE (Irmão
Jó)
Bom
dia, alma amiga!
Toda
palavra é um signo linguístico constituído por significante, que é o termo
propriamente dito (imagem acústica associada a um significado, segundo
Saussure), e seu significado, que é seu conceito, ideia (o conteúdo semântico
do signo linguístico). Entretanto, o significante é único, mas o significado
varia de acordo com o contexto em que ele está situado. Ou seja, um mesmo
significante possui diversos significados a ele associados individualmente,
conforme o contexto, a não ser em textos ambíguos.
Destaco,
do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, e comento significados do termo
humildade em quatro itens: 1) virtude caracterizada pela consciência
das próprias limitações; modéstia, simplicidade; 2) sentimento de
fraqueza, de inferioridade com relação a alguém ou algo; 3) reverência
ou respeito para com superiores; acatamento, deferência, submissão; 4) condição
do que é desfavorecido economicamente; pobreza, penúria.
Começo
pelo último conceito. Há pessoas que vivem em tão alto grau de pobreza que
perdem a noção de dignidade em relação àquelas que as podem auxiliar
materialmente. Rebaixam-se à condição dos animais gratos àqueles que os tratam
bem e não os deixam morrer à míngua de necessidade física, no caso humano
alimento, saúde, vestuário e, em maior nível, habitação.
Nos
conceitos em 3), estão os que se sabem limitados socioeconomicamente, pelos
cargos e conhecimentos doutras pessoas, e, por esse motivo, tratam-nas
respeitosamente. E o conceito em 2) implica também submissão e deferência
contidas no item 3) de quem se dependa.
Esses
três primeiros itens dizem respeito ao conceito socioeconômico e intelectual de
humildade. Têm muito a ver com condição temporária, que se pode modificar, sem
que a modéstia deixe de existir.
O
mais elevado nível de humildade, entretanto, é o que está em primeiro lugar na
lista acima: o da simplicidade, modéstia em relação ao que somos, ao que
possuímos, ao que sabemos e fazemos positivamente. É sobre ele que destaco alguns apontamentos úteis.
Na
quarta mensagem do capítulo 6 d’O Evangelho Segundo o Espiritismo, o
Espírito de Verdade propõe-nos este roteiro precioso para a paz espiritual,
resultante do cumprimento do dever: “Tomai por divisa estas duas palavras:
devotamento e abnegação, e sereis fortes, porque elas resumem todos os deveres
que a caridade e a humildade vos impõem”.
No
capítulo sete dessa mesma obra, o espírito Lacordaire, em mensagem de quatro
páginas, no item 11, dentre outras coisas, diz o seguinte: “[...] sem humildade
podeis ser caridosos para com o vosso próximo? Oh, não, pois este sentimento
nivela os homens, dizendo que todos somos irmãos, que se devem auxiliar
mutuamente e os conduz ao bem”.
Por
fim, destaco o que diz o espírito Manoel Philomeno de Miranda, na obra Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos, capítulo 7, ao dizer que humildade não é
covardia moral, pois “silenciar ante o erro é estimulá-lo”.
O
que não é caridoso é humilhar alguém, mas esclarecer a falta de conhecimento
alheio com respeito e amor é nosso dever. Somos todos irmãos, em Cristo, que,
após sua ressurreição, diz a Madalena, ele que é o Senhor do Mundo, responsável
perante Deus, nosso Pai, pela formação e destino da Terra: “[...] vá aos meus
irmãos e diga-lhes que eu subo para nosso Pai e nosso Deus” (João, 20:17). Quanto
maior a elevação moral e intelectual do espírito maior é sua humildade. Daí o
respeito que lhe é, por direito, devotado pelos que lhe são inferiores.
Ninguém
jamais foi tão humilde como Jesus, nosso modelo e guia, embora jamais deixasse
de esclarecer seus irmãos com bondade e sabedoria divinas. Paz e luz!
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