terça-feira, 31 de janeiro de 2023
RESPOSTA DE IRMÃ
domingo, 29 de janeiro de 2023
Tempo e vida
Depois da morte é
que vemos,
Quando a luz se
nos revela,
Quanta sombra e
bagatela
Guardamos no
coração.
Quantos lamentos
inúteis
Complicavam-nos a
vida,
Quanta palavra
perdida,
Quanto tempo gasto
em vão!...
Quantas horas
desprezadas,
De espírito
desatento
Nos enganos de um
momento
Que o próprio
tempo desfaz!
Quanta contenda
improfícua,
Quanto disfarce no
rosto
Que se transforma
em desgosto
Furtando a
esperança e a paz.
Alma querida, não
creias
Seja a morte o fim
de tudo,
O tempo, esse
sábio mudo,
Concede-nos voz e
vez,
Acompanha-nos o
passo,
Age, segundo a
segundo,
E nos conhece no
mundo
Tudo aquilo que se
fez.
Ama, esclarece,
abençoa,
Sofre e luta, mas
não temas!
Ninguém vive sem
problemas,
Onde estiver e aonde
for;
Vida é lavoura
perfeita,
Morte é o braço
que a preserva,
Que só replanta ou
conserva
O que se faz por
amor.
DOLORES, Maria (Espírito). Coração
e vida. Psicog. Chico Xavier. Brasília:
FEB; São Paulo, SP: IDEAL, 2022, item 24.
28.2 Preces por quem ora
Aos anjos da guarda e aos
espíritos protetores
Prefácio
Todos nós temos um bom Espírito,
ligado a nós desde nosso nascimento, que nos tomou sob sua proteção. Desempenha
junto a nós a missão dum pai para com seu filho: a de nos conduzir pelo caminho
do bem e do progresso, através das provas da vida. Ele fica feliz quando
correspondemos à sua solicitude, e sofre quando nos vê sucumbir.
Seu
nome pouco importa, pois que ele pode não ser nenhum nome conhecido na Terra.
Invocamo-lo, então, como nosso anjo guardião. Podemos mesmo invocá-lo com o
nome de um Espírito Superior; pelo qual sintamos uma particular simpatia.
Além do nosso anjo guardião, que é sempre um Espírito Superior,
temos os espíritos protetores que, por serem menos elevados, não são menos bons
e benevolentes. São espíritos de parentes ou amigos, ou, algumas vezes, de
pessoas que não conhecemos na atual existência. Eles
ajudam- nos com seus conselhos e frequentemente com sua intervenção nos atos de
nossa vida.
Os
espíritos simpáticos são os que se ligam a nós por alguma semelhança de gostos
e de tendências. Podem ser bons ou maus, segundo a natureza das inclinações que
os atraem para nós.
Os espíritos sedutores esforçam-se para nos desviar do
caminho do bem, sugerindo-nos maus pensamentos. Aproveitam-se de todas as
nossas fraquezas, como de outras tantas portas abertas, que lhes dão acesso à
nossa alma. Há os que se agarram a nós como a uma presa, mas afastam-se
quando reconhecem sua impotência para lutar contra nossa vontade.
Deus nos deu um guia principal e superior em nosso anjo da
guarda, e como guias secundários os nossos espíritos protetores e familiares.
Mas é um erro crer que tenhamos forçosamente um mau
Espírito junto a nós, para contrabalançar as boas influências. Os maus espíritos
nos procuram voluntariamente, desde que achem possível dominar- nos, em razão
da nossa fraqueza ou da nossa negligência em seguir as inspirações dos bons espíritos.
Somos nós,
portanto, que os atraímos. Disso resulta que não somos nunca privados da assistência
dos bons espíritos, e que depende de nós o afastamento dos maus. Por suas imperfeições,
sendo o homem a primeira causa das misérias que o atingem, somos quase sempre nosso
próprio mau gênio (cap. 5 n.º 4).
A
prece aos anjos guardiães e aos espíritos protetores deve ter como objetivo
solicitar sua intervenção junto a Deus, pedir-lhes força para resistir às más
sugestões e auxílio nas necessidades da vida.
Prece
Espíritos sábios e benevolentes, mensageiros de Deus,
cuja missão é assistir aos homens e conduzi-los pelo bom caminho, amparem-me
nas provas desta vida; deem-me a força de sofrê-las sem lamentações; desviem de
mim os maus pensamentos e façam que eu não dê acesso a nenhum dos maus espíritos
que tentariam induzir-me ao mal. Esclareçam minha consciência sobre meus defeitos
e afastem dos meus olhos o véu do orgulho, que poderia impedir-me de
percebê-los e de confessá-los a mim mesmo.
Você, sobretudo, meu anjo da guarda, que vela mais particularmente por mim, e vocês todos, espíritos protetores, que se interessam por mim façam que eu me torne digno da sua benevolência. Vocês conhecem minhas necessidades; que elas sejam satisfeitas segundo a vontade de Deus.
Outra
Meu Deus, permita que os bons espíritos que me assistem ajudem-me, quando me achar em dificuldades, e amparem-me nas minhas vacilações. Faça, Senhor, que eles me inspirem a fé, a esperança e a caridade; que sejam para mim um apoio, uma esperança e uma prova da sua misericórdia. Faça, enfim, que eu neles encontre a força que me faltar nas provas da vida e, para resistir às sugestões do mal, a fé que salva e o amor que consola.
Outra
Espíritos bem-amados, anjos da guarda, vocês a quem Deus,
pela sua infinita misericórdia, permite que velem sobre os homens, sejam nossos protetores
nas provas de nossa vida terrena. Deem-nos força, coragem e resignação; inspirem-nos
na senda do bem, detenham-nos do declive do mal; que sua doce influência
impregne nossas almas; façam que sintamos a presença, ao nosso lado, dum amigo
devotado, que assista os nossos sofrimentos e participe das nossas alegrias. E
você, meu anjo bom, nunca me abandone. Necessito de toda a sua proteção, para
suportar com fé e amor as provas que Deus me quiser enviar.
sábado, 28 de janeiro de 2023
EM DIA COM O
MACHADO 560
CRIANÇA DE FUTURO
INCERTO (Irmão Jó)
Quando criança, fui um dos sete
filhos de família muito pobre, como já relatei noutra ocasião. Ficamos órfãos
de pai quando eu mal completara 11 anos. Morávamos ao pé do morro da Igreja da Penha,
no Rio de Janeiro, e quase todos estudamos no Colégio Nossa Senhora da Penha,
administrado pela paróquia da igreja.
Embora muito pobres, pois nossa mãe
ficara viúva aos 40 anos e precisava alimentar e vestir sete crianças, das
quais os mais novos eram gêmeos com três anos de idade, vivíamos com dignidade,
na pequena casa de tijolos que foi construída por um mutirão de parentes
piedosos. A pensão que recebia a dona da casa era de apenas um salário mínimo
e, com muita dificuldade, ela completava a renda familiar com os trocados
obtidos dos trabalhos de costura, que fazia pedalando uma antiga máquina de
costura da marca Singer.
Entretanto, era envergonhados que
recebíamos, de vez em quando, auxílio de algumas pessoas religiosas,
representado por leite em pó e, talvez, um ou dois pacotes de fubá, farinha,
feijão e arroz. Em nosso lar, praticamente só havia uns poucos móveis antigos,
bicamas para os irmãos, que compartilhávamos com algumas pulgas, uma pequena
mesa e fogão a gás, além de uma prateleira para guardar pratos e talheres na
cozinha. O material escolar era repassado de irmão para irmão...
Ainda assim, lembro-me de certa
ocasião ter recebido carnê destinado a contribuição para a manutenção da igreja.
Com ele, a solicitação para, no domingo, antes da missa, arrecadar contribuição
para as obras sociais. Deveríamos
destacar cada tíquete com o nome da pessoa doadora, após anotar seu nome,
endereço e, ao final da arrecadação, entregar, na administração da escola, o
valor total obtido. Saí com dois irmãos e abordamos alguns fiéis aos quais
solicitamos a doação para a paróquia, em local abaixo do início das escadas de
cimento que antecipavam a subida da escadaria para a igreja. Uma senhora,
penalizada de nós, descalços e maltrapilhos,
fez uma doação extra de pequeno valor, afirmando que era para pagar um lanche
para nós. Quase sem entender direito o gesto nobre daquela bondosa alma,
recebemos envergonhados, mas agradecidos, a pequena espórtula. Entretanto,
jamais pedimos qualquer ajuda financeira para uso pessoal na rua. O feijão e
arroz, com bastante água no feijão e farinha, eram-nos suficientes...
Com todas as dificuldades
socioeconômicas, os sete filhos de Seu Sebastião e Dona Cely, mineiros muito
amados, cresceram, estudaram, alcançaram modestos, mas dignos empregos,
constituíram família e ainda hoje estão todos vivos. Os caçulas gêmeos nasceram
em 1960, mesmo ano da inauguração de Brasília, para onde eu e minha família viemos
20 anos depois. Volto a este assunto apenas para exemplificar o que ocorre com
milhões de famílias dignas...
Hoje, fiquei sabendo da história de
irmão de pessoa querida que teve nove filhos e, mesmo com toda a dificuldade
familiar financeira, estes cresceram, estudaram, obtiveram razoáveis empregos, casaram
e vivem bem em seus modestos, mas dignos lares. A mãe, certo dia disse que,
durante alguns anos, receberam auxílio material de uma instituição espírita. Ao
crescerem os filhos, como ocorreu conosco, estes passaram a contribuir
financeiramente com a família e não mais precisaram dessa ajuda, muito comum em
todo o país.
Algumas pessoas, porém, parece que
estacionam, não digo na pobreza, mas na dependência financeira de instituições socioassistenciais
ou de outrem para si e familiares. Consideram-se eternamente na condição de
“vítimas sociais”, entretanto, quando se fala em estudo, leitura edificante,
trabalho digno, não querem nem saber disso.
Fiquei ainda ciente, pela mesma
pessoa citada acima, diretora duma instituição espírita de assistência social,
que ao longo de 30 anos de trabalho com as pessoas sociovulneráveis, ela vê com
prazer o crescimento socioeconômico, pessoal e familiar, de alguns assistidos.
Entretanto, salvo as situações por nós mesmos comprovadas de famílias em
expiação dolorosa, como é o caso de crianças, idosos e jovens necessitados de
cuidados permanentes, muitos assistidos, de geração em geração, vivem
basicamente do assistencialismo. É o caso citado de avó que pedia enxoval de
bebê para a filha que, por sua vez, vem pedir enxoval para o neto daquela, e
este também, ao crescer, já é “iniciado” no peditório de avó e mãe. Esse é
apenas um exemplo, mas há muitos, infelizmente.
As políticas públicas precisam
investir mais na autoestima dessas pessoas. Não basta o socorro assistencialista,
é preciso ver e ajudar as criaturas em seu aspecto individual material e,
sobretudo, espiritual, para que aproveitem
suas vocações em trabalho digno que as dispense do profissionalismo da esmola,
salvo as situações comprovadamente verdadeiras de extrema pobreza, que precisam
da ajuda do Estado.
Citei em crônica passada o cuidado
que devemos ter, nos dias atuais, até mesmo para prestarmos um serviço
caritativo a alguém, pois podemos ser vítimas de pessoas cruéis que nos
assaltem e matem. Foi o que ocorreu recentemente com senhora espírita nossa
conhecida e sua filha, assassinadas barbaramente, assim como seus oito parentes
dentre os quais gêmeos de 6 anos de idade: uma menina e um menino lindos, além
de seu irmão pouco mais velho e uma adolescente dedicada à evangelização, tal
como a mãe.
Flávia, nome fictício, havia vendido
um modesto imóvel, e uma quadrilha ficou ciente de que ela e outros familiares
possuíam em conta cerca de 400 mil reais. Sequestraram toda a família e
obrigarem-na, sob tortura, a lhes fornecerem as senhas bancárias para roubo. Em
seguida, mataram todos, mas acabaram sendo descobertos e, agora presos,
respondem pelos crimes hediondos cometidos. Um desses criminosos é um
adolescente. Esses assassinos são cidadãos que preferem viver do crime,
apropriando-se do alheio, a executar qualquer trabalho simples.
Pessoas há que infestam os
semáforos, supermercados, restaurantes e logradouros públicos de Brasília,
pedindo esmolas. Algumas delas, com esse objetivo, mostram cartazes aos
motoristas parados, com informações de que a mulher está grávida e tem filhos
menores passando fome etc. Vemos, quase diariamente, uma senhora que ostenta um
cartaz onde se lê: “Sou diarista e estou desempregada. Aceito qualquer valor”. Os
dias e as semanas passam, e ela não consegue emprego, o que é estranho, pois há
muitas famílias necessitadas de bons empregados, além de agências de emprego
que cadastram os que as procuram...
A sofisticação chegou a tal ponto
que hoje, em grande supermercado, ao nos dirigirmos ao caixa com carrinho de
compras, incluindo nelas algumas cestas básicas para doação, fomos abordados
por uma senhora com um litro de óleo na mão. Então, pediu-nos para pagar seu
óleo, alegando dificuldade financeira. Assim que fizemos isso, ela ficou do
lado de fora com o óleo, de botuca numa menina de cerca de dez anos que, em
seguida, procurou-nos na fila do caixa também pedindo para lhe pagarmos
diversos produtos alimentícios trazidos num carrinho.
Ao lhe ser dito que já havíamos
auxiliado sua mãe, ela disse-nos que a
senhora não era sua mãe. Em seguida afastou-se à procura de outra pessoa que
pagasse suas mercadorias. Ao
observar isso, perguntamo-nos intimamente:
—
Que futuro aguarda uma criança como essa?
quinta-feira, 26 de janeiro de 2023
Todos ricos
Não digas, alma
irmã, que nada tens
Ante a dificuldade
em que te recriminas,
Na grandeza do
mundo em que Deus nos resguarda,
Olha o valor das
cousas pequeninas.
Reflete na semente
diminuta
Na terra áspera e
seca que se enfresta,
Apesar do deserto
que a rodeia
Pode ser o
princípio da floresta.
Pensa na gota
medicamentosa
Na convulsiva dor
de impacto violento,
Simples gota,
lembrando pétala de orvalho,
Suprimindo o poder
do sofrimento.
Fita a mansão
moderna alçada ao brilho
Da Terra
enobrecida e renovada,
Quanto é pobre de
força e segurança
Sem a presença
humilde da tomada.
Se, um dia,
atravessaste a noite espessa,
Tateando sem rumo
dentro dela,
Conheces quanto
aflige a escuridão
E quanto vale a
chama de uma vela.
terça-feira, 24 de janeiro de 2023
PAZ
E AMOR
Escuta, coração!
Se buscas atingir a vitória do bem,
Se desejas que a paz se te instale nas horas,
O programa é servir sem desprezar ninguém...
Contempla a terra em derredor,
E reconhecerás com nitidez,
Que em base de ação e tolerância,
Nada de bom se fez!
O chão que suportou enxada e golpe,
É sempre aquele chão
Onde a vida se dá e depois se retoma,
Em láureas de verdura e tesouros de pão...
A fonte que te ampara não se oculta,
Em descanso vulgar,
É aquela que não teme pedra e lodo,
E cede apoio ao rio à procura do mar.
Observa mais longe:
No anseio de progresso a que o tempo te induz,
Sem força ou combustível que se gastam,
Pereceria a Terra, ante a morte da luz.
Se sonhas com mundo novo, serve e segue,
Não pares, nem te deixes combalir,
O trabalho presente aproveita o passado,
Para tornar mais alta a bênção do porvir!
Não te prendas à sombra da tristeza,
Nem te entregues à queixa amarga e vã,
Auxilia, perdoa e eleva hoje,
E encontrarás mais bela a vida de amanhã!...
Examina conosco, alma querida!
Seja onde seja e seja com quem for,
Deus, em tudo, é a presença da bondade,
Que a tudo envolve e guarda, em cascatas de amor!...
DOLORES, Maria (Espírito). Estrelas
no chão. In: ESPÍRITOS Diversos. 3. ed. São Bernardo do Campo,
SP: Grupo Espírita Emmanuel — GEEM, 2010.
segunda-feira, 23 de janeiro de 2023
EXCURSÃO
CURATIVA
Dizes-te triste e sem forças,
Em desânimo profundo,
Por bagatelas do mundo
Que somam inquietação!...
Sofrestes vários reveses...
No tédio que te procura,
Trazes farpas de amargura
Gravadas no coração.
Deixa, porém, alma boa,
O fel que te desconsola,
Vem conosco à grande escola.
Do amor unido a Jesus!...
Lerás, ao vivo, ainda hoje,
As laudas do desengano
Nas mágoas do hanseniano,
No cego que vai sem luz...
Sigamos. Neste barraco,
Pobre mulher se consome,
Deu aos filhinhos com fome
O pão que o lixo lhe deu...
Contempla os filhos que dormem,
E, ouvindo o clamor do vento,
Relembra, com desalento,
O esposo que faleceu!...
Mais adiante, eis um telheiro...
Sem que a penúria lhe importe,
Um velhinho aguarda a morte,
Com sede, chamando alguém!...
Olha em vão a porta aberta,
Quer água fria do poço,
Chora, ao pensar que foi moço...
Não aparece ninguém!...
Visitemos os que moram
Sob pontes desprezadas,
Nota, ao longe, nas estradas,
Doentes vagando ao léu!...
Alguns caem no caminho,
No mal-estar que os alcança,
Morrendo sem esperança,
Embora fitando o Céu!...
Alma querida, recorda,
Os que vão de alma ferida,
São, entre as pedras da vida,
Nossos irmãos teus e meus!...
De volta ao teu lar feliz,
Que de flores se entretece,
Dirás, bendizendo em prece:
— Muito obrigado, meu Deus!...
DOLORES, Maria (Espírito). Estrelas
no chão. In: ESPÍRITOS Diversos. 3. ed. São Bernardo do Campo, SP:
Grupo Espírita Emmanuel — GEEM, 2010.
domingo, 22 de janeiro de 2023
Para os médiuns
E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei
do meu espírito sobre toda a carne; seus filhos e suas filhas profetizarão, seus
jovens terão visões, e seus idosos sonharão. Nesses dias derramarei do meu espírito
sobre meus servos e sobre minhas servas, e eles profetizarão. (Atos, 2:17-18).
Prefácio
Quis o Senhor que a luz se fizesse para todos os homens e
que a voz dos espíritos penetrasse por toda a parte, a fim de que cada um
pudesse obter a prova da imortalidade. É com esse objetivo que os espíritos se
manifestam hoje por toda a Terra, e que a mediunidade se revela em pessoas de
todas as idades e de todas as condições, nos homens e nas mulheres, nas
crianças e nos idosos. É um dos sinais de que os tempos preditos chegaram.
Para conhecer as coisas do mundo visível e descobrir os
segredos da natureza material, Deus concedeu ao homem a vista corporal, os
sentidos e os instrumentos especiais. Com o telescópio, ele mergulha seu olhar
nas profundezas do espaço, e com o microscópio descobriu o mundo dos
infinitamente pequenos. Para penetrar o mundo invisível, deu-lhe a mediunidade.
Os médiuns são os intérpretes encarregados
de transmitir aos homens o ensino dos espíritos, ou melhor, são os órgãos
materiais pelos quais os espíritos se expressam, tornando-se inteligíveis os
homens. Sua missão é sagrada, porque tem por fim abrir-lhes os horizontes
da vida eterna.
Os espíritos vêm instruir o homem sobre seus destinos
futuros, a fim de o conduzirem ao caminho do
bem e não para o pouparem do trabalho material que lhe cabe neste mundo, visando
ao seu próprio adiantamento, nem para favorecerem sua ambição e sua cupidez. Eis do que os médiuns devem
compenetrar-se bem, para não fazerem mau uso de suas faculdade. Aquele que compreende
a gravidade do mandato de que se acha investido, cumpre-o religiosamente. Sua consciência
lhe censuraria, como ato sacrílego, utilizar como divertimento ou distração, para
si ou para outros, as faculdades que lhe foram dadas com uma finalidade
séria, pondo-o em relação com os seres de além-túmulo.
Como intérpretes do ensinamento dos espíritos, os médiuns
devem desempenhar um papel importante na transformação moral que se opera.
Os serviços que podem prestar estão na razão da boa
orientação que derem às suas faculdades, pois os que seguem o mau caminho são
mais prejudiciais do que úteis à causa do Espiritismo; pela má impressão que
eles produzem retardam mais de uma conversão. É
por isso que eles terão de prestar contas do uso que fizeram das faculdades que
lhes foram dadas para o bem de seus semelhantes.
O médium que deseja conservar a assistência dos bons espíritos
deve trabalhar pela sua
própria melhoria. O que deseja que sua faculdade cresça e se desenvolva deve engrandecer-se
moralmente e se abster de tudo o que
possa desviá-la da sua finalidade providencial.
Se os bons espíritos, às vezes, se servem de instrumentos
imperfeitos, é para dar-lhes bons conselhos e encaminhá-los ao bem; mas se
encontram corações endurecidos e se os seus conselhos não são ouvidos
retiram-se, e os maus têm então o campo livre (cap. 24, nos 11 e 12).
A
experiência demonstra que, entre os que não aproveitam os conselhos que recebem
dos bons espíritos, as comunicações, após haverem revelado certo brilho,
durante algum tempo, degeneram pouco a pouco e acabam por cair no erro, no
palavrório e no ridículo, sinal incontestável do afastamento dos bons espíritos.
Obter a assistência dos bons espíritos e livrar-se dos espíritos
levianos e mentirosos deve ser o objetivo dos esforços constantes de todos os
médiuns sérios. Sem isso, a mediunidade é uma faculdade estéril, que pode mesmo
tornar-se prejudicial àquele que a possui, podendo degenerar em obsessão
perigosa.
O
médium que compreende o seu dever, em vez de orgulhar-se de uma faculdade que
não lhe pertence, pois que lhe pode ser retirada, atribui a Deus o que de bom consegue
obter. Se as suas comunicações recebem
elogios, ele não se envaidece com isso, por saber que elas independem do seu
método pessoal, e agradece a Deus haver permitido que os bons espíritos se
manifestem por ele. Se elas dão motivo a crítica, não se ofende, pois sabe que
elas não foram produzidas pelo seu próprio espírito. Ao contrário, reconhece não ter sido um bom instrumento e
que não possui todas as qualidades necessárias para impedir a intromissão dos
maus espíritos. É por isso que ele procura
adquirir essas qualidades e pede, pela prece, a força que lhe falta.
Prece
Deus Todo-Poderoso, permita que os bons espíritos me assistam na
comunicação que solicito. Preserve-me
da presunção de me crer ao abrigo dos maus espíritos; do orgulho que poderia me
enganar sobre o valor do que obtenha; de todo sentimento contrário à caridade
para com outros médiuns. Se for induzido ao erro, inspire a alguém a ideia de
me advertir, e a mim, a humildade que me faça aceitar a crítica com reconhecimento
e aceitar para mim, e não para os outros, os conselhos que os bons espíritos queiram
dar-me.
Se me sentir tentado a enganar, seja no que for, ou a tirar
vantagem da faculdade que lhe aprouve conceder-me, peco-lhe que a retire de
mim, antes que permita seja ela desviada de sua finalidade providencial, que é
o bem de todos e o meu próprio adiantamento moral.
sábado, 21 de janeiro de 2023
EM DIA COM O
MACHADO 559:
GUARDAI-VOS DOS
MAUS OBREIROS (Irmão Jó)
As
pessoas sentem quando estão diante de um autêntico
servidor espírita, seja pela sua aura, pela sua
disposição de ajudar, ou pela sua alegria interior que se irradia. Seu propósito é sempre o de harmonizar. Juvanir B. de Sousa. Amai-vos e instruí-vos,
cap. 34.
No capítulo 15,
da obra de autoria de Juvanir Borges de Souza: Amai-vos e instruí-vos.
Ed. FEB, após a informação de que em todas as atividades da humanidade
encontramos maus obreiros, lemos o seguinte: “O Cristo advertiu contra esses
aproveitadores ambiciosos, aos quais
denominou falsos profetas”:
Guardai-vos dos falsos profetas que vêm
ter convosco cobertos de peles de ovelhas
e que por dentro são lobos
rapaces. Conhecê-los-eis pelos seus frutos.
Podem colher-se uvas nos espinheiros ou figos
nas sarças? Assim, toda árvore boa produz bons frutos e toda árvore má produz maus frutos,
e
uma árvore má não pode produzir frutos bons.
Toda árvore que não produz bons frutos será cortada e lançada
ao fogo. Conhecê-las-eis, pois, pelos seus frutos
(Mateus, 7:15 a 20).
É a ambição desvairada, pelo poder e
pelas riquezas que leva o ser humano a atitudes cruéis para com seu semelhante.
Sabendo disso, recomendou Jesus: “Não ajunteis tesouros na Terra, onde a traça
rói, a ferrugem corrói e os ladrões minam e roubam. Ajuntai-os no céu, onde nem
a traça nem a ferrugem consomem e onde os ladrões não minam nem roubam; pois
onde está vosso tesouro aí estará também vosso coração” (Mateus, 6:19 a
21).
No Espiritismo, explica Juvanir, também não faltam os ambiciosos os enganadores, os
que desrespeitam as opiniões alheias e impõem as suas e os que se consideram
“enviados”. Isso ocorre tanto entre os encarnados como entre os espíritos. Cabe-nos manter a vigilância e orar
sempre, sejamos médiuns produtivos nos trabalhos das reuniões mediúnicas ou
não, pois todos somos influenciados espiritualmente, onde quer que estejamos.
Adiante, diz o articulista que:
Pregar o
divisionismo nas hostes espíritas,
destruir sem oferecer coisa melhor, julgar-se único portador da verdade, mostrar-se
ambicioso e pretensioso a ponto de
querer transformar a base moral da própria
Doutrina Espírita, desvinculando-a do Evangelho de Jesus, são evidências, dentre outras, de falsidades e de seduções perigosas, capazes de
afastar o adepto de boa-fé do caminho certo
(SOUZA, op. cit., loc. cit.).
Lembra-nos ainda Souza
as palavras de Jesus sobre o reconhecimento das boas ou más pessoas, ao nos
dizer que é pelo fruto que reconhecemos a árvore. E prossegue com seus
argumentos citando esta frase de Pasteur que nos faz refletir sobre a
importância do conhecimento pautado no amor: “[...] a ciência nos aproxima de
Deus, mas a pouca ciência nos afasta dele”. É o que ocorre com os
pseudossábios, que se embebedam de teorias materialistas e causam verdadeiras
catástrofes morais e físicas no mundo.
Acrescento a essas
reflexões estes versículos de Salomão:
Amai
a justiça, vós que julgais a Terra,
pensai
no Senhor com retidão,
procurai-o
com simplicidade de coração,
porque
ele se deixa encontrar por aqueles que não o tentam, ele se revela aos que não
lhe recusam a fé.
Pois
os pensamentos tortuosos afastam de Deus
e o
Poder, posto à prova, confunde os insensatos.
A
sabedoria não entra numa alma maligna,
ela
não habita num corpo devedor ao pecado. (Sabedoria de Salomão, 1:1 a 4).
É
preciso que nos empenhemos em adquirir o conhecimento da Verdade que o
Espiritismo em sua Doutrina Consoladora nos traz, há 166 anos, desde o
lançamento d’O Livro dos Espíritos por Allan Kardec, estudando,
meditando e nos esforçando cotidianamente para pô-lo em prática. Somente com o
nosso trabalho, voltado para a cooperação na educação integral humana e na
correção das injustiças sociais, atrairemos as pessoas sinceramente desejosas
de colaborar na edificação de um mundo melhor.
Entretanto, nunca é demais lembrar a recomendação de Paulo aos Filipenses, 3:3, com que Souza também encerra seu capítulo: “Guardai-vos dos maus obreiros”.
sexta-feira, 20 de janeiro de 2023
NOTÍCIA PARA JESUS
Senhor Jesus, se me consentes,
Quero comunicar-te
Que a Terra continua construindo
O teu reino de amor em toda parte.
Mencionaste moradas diferentes,
Sustentadas por Deus nos Céus profundos,
E os homens voam dominando o Espaço
Procurando entender a vida noutros mundos.
Aliviaste a dor no socorro aos enfermos
E o hospital, seguindo-te, hoje em dia,
Além da intervenção operatória,
Fez a vacina, o soro, a anestesia...
Ensinaste o perdão por vida e segurança
E a Ciência atual demonstra claramente
Que a presença do ódio, em qualquer fase,
É peçonha mortal envenenando a mente.
Disseste que a verdade nos liberta
Pelo conhecimento da razão
E hoje sabemos que a pessoa é livre,
Tanto quanto se ajuste à obrigação.
No mesmo abraço uniste as criaturas,
Jamais diferenciando os crentes dos ateus,
E agora os templos que te honorificam
Buscam a mesma fé e o mesmo Deus.
Corrige-nos os erros que ainda temos
Na generosa luz com que nos guias,
Ansiamos viver fraternalmente
Na bênção do Natal, todos os dias.
Grande é o progresso com que nos amparas,
Entretanto, concede-nos, Senhor,
A fim de sermos sempre mais felizes,
A força da humildade e a prática do amor.
DOLORES, Maria (Espírito). In: ESPÍRITOS
Diversos. Os dois maiores amores. Psicografado
por Chico Xavier. 4. ed. São Bernardo do Campo, SP: Grupo Espírita Emmanuel
(GEEM), 2010.
Estudo d'O Livro dos Espíritos 34 – A molécula tem forma determinada? Resposta: Certamente as moléculas têm uma forma, mas que não p...

-
APRENDENDO FRANCÊS COM O LIVRO DOS ESPÍRITOS KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos . Tradução de Evandro Noleto Be...