28.1 Preces gerais Os modelos de preces gerais iniciam-se com a Oração
dominical, também chamada Pai Nosso (frase nossa). Oração dominical Prefácio Os espíritos recomendaram que, encabeçando esta coletânea,
puséssemos a Oração dominical, não
somente como prece, mas também como símbolo. De todas as preces, esta é a que eles
colocam em primeiro lugar, seja porque nos vem do próprio Jesus (Mateus,
6:9-13), seja porque ela pode substituir todas as outras, conforme a intenção que se
lhe atribua. É o mais perfeito modelo de concisão, verdadeira obra-prima de
sublimidade, na sua simplicidade. Com efeito, sob a forma mais simples, ela
consegue resumir todos os deveres do homem para com Deus, para consigo mesmo e
para com o próximo. Ela encerra uma
profissão de fé, um ato de adoração e submissão, o pedido das coisas
necessárias à vida terrena e o princípio da caridade. Dizê-la em intenção de
alguém, é pedir para outro o que se deseja para si. Entretanto, em razão mesmo de sua brevidade, o sentido
profundo que algumas de suas palavras encerram escapa à maioria das pessoas.
Isso porque geralmente a proferem sem pensar no sentido de cada uma de suas
frases. Dizem-na como uma fórmula,
cuja eficácia é proporcional ao número de vezes que for repetida. Ora, esse
número é quase sempre cabalístico: três, sete ou nove, tomados à antiga
crença supersticiosa na virtude dos números e do seu uso nas operações de
magia. Para preencher o vazio que a concisão desta prece deixa
em nossos pensamentos, juntamos a cada uma de suas proposições, segundo o
conselho e com a assistência dos bons espíritos, um comentário que lhe
esclarece o sentido e mostra as aplicações. De acordo com as circunstâncias e o
tempo de que se disponha, pode-se pois dizer a Oração dominical em sua forma simples ou desenvolvida. Prece 1 Pai nosso, que está no
céu, santificado seja seu nome. Cremos em você, Senhor, porque tudo nos revela seu poder
e sua bondade. A harmonia do Universo é a prova duma sabedoria, duma prudência
e duma previdência que ultrapassam todas as faculdades humanas. O nome dum ser
soberanamente grande e sábio está inscrito em todas as obras da criação, desde
a relva minúscula e do pequeno inseto, até os astros que se movem no espaço.
Por toda parte, vemos a prova duma solicitude
paternal. Cego, portanto, é aquele que não o glorifica nas suas obras,
orgulhoso aquele que não o louva, e ingrato aquele que não lhe rende graças. 2 Venha a nós o seu Reino! O Senhor deu aos homens leis plenas de sabedoria, que os
fariam felizes, se eles as observassem. Com essas leis, poderiam fazer reinar
entre si a paz e a justiça e poderiam ajudar-se mutuamente, em vez de se
prejudicarem, como o fazem. O forte sustentaria o fraco, em vez de esmagá-lo.
Eles evitariam os males que nascem dos abusos e dos
excessos de toda espécie. Todas as misérias deste mundo surgem da violação de suas
leis, porque não há uma única infração que não traga suas consequências fatais. O Senhor deu ao animal o instinto que lhe traça o limite
do necessário, e ele naturalmente se conforma com isso; mas ao homem, além do
instinto, deu a inteligência e a razão. E deu-lhe
ainda a liberdade de observar ou violar aquelas das suas leis que pessoalmente
lhe concernem, ou seja, a faculdade de escolher entre o bem e mal, para que ele
tenha o mérito e a responsabilidade das suas ações. Ninguém pode pretextar ignorância das suas leis, porque,
na sua providência paternal, o Senhor quis que elas fossem gravadas na
consciência de cada um, sem distinção de cultos ou de nacionalidades. Aqueles
que as violam, é porque não o conhecem. Um dia chegará em que, segundo sua promessa, todos as
praticarão. Então a incredulidade terá desaparecido. Todos o reconhecerão como
o soberano Senhor de todas as coisas, e o primado de suas leis estabelecerá seu
reino na Terra. Digne-se, Senhor, de apressar seu advento, dando aos
homens a luz necessária para se conduzirem no caminho da verdade. 3 Seja
feita a sua vontade, assim na Terra como no céu! Se a submissão é um dever do filho para com o pai, do
inferior para com o superior, quanto maior não será a da criatura para com seu
Criador! Fazer a sua vontade, Senhor, é observar as suas leis e submeter-se sem
lamentações aos seus desígnios divinos. O homem a ela se tornará submisso,
quando compreender que o Senhor é a fonte de toda a sabedoria, e que sem o
Senhor ele nada pode. Então ele fará a sua vontade na Terra, como os eleitos a
fazem no céu. 4 Dê-nos nosso pão de
cada dia! Dê-nos o alimento necessário à manutenção das forças
físicas e dê-nos também o alimento espiritual, para o desenvolvimento do nosso
espírito. O animal encontra sua pastagem, mas o homem deve o
alimento à sua própria atividade e aos recursos da sua inteligência porque o
Senhor o criou livre. O Senhor lhe disse: “Você vai tirar o alimento da terra
com o suor do seu rosto”; por isso fez do trabalho uma obrigação, a fim de
exercitar a inteligência na procura dos meios de prover suas necessidade e
atender a seu bem-estar: uns pelo trabalho material, outros pelo trabalho
intelectual. Sem o trabalho, ele
permaneceria estacionário e não poderia aspirar à felicidade dos espíritos superiores. O Senhor assiste ao homem de boa vontade, que no Senhor
confia para o necessário, mas não àquele que se compraz na ociosidade e
gostaria de tudo obter sem esforço, nem ao que busca o supérfluo (cap. 25). Quantos há que sucumbem por sua própria culpa, pela sua
incúria, pela sua imprevidência ou pela sua ambição, por não terem querido
contentar-se com o que o Senhor lhes deu! Esses são os artífices do próprio
infortúnio, e não têm o direito de queixar-se, pois são punidos naquilo mesmo
em que pecaram. Entretanto, mesmo a eles o Senhor não abandona, porque é infinitamente misericordioso,
e lhes estende a mão providencial, desde que, como filho pródigo, retornem sinceramente
para o Senhor (cap. 5, item 4). Antes de nos queixarmos de nossa sorte, perguntemo-nos se
ela não é nossa obra; a cada infortúnio que
nos sobrevenha, perguntemo-nos se não nos cabia tê-lo evitado. Reflitamos também
que Deus nos deu a inteligência para sairmos do atoleiro, e que de nós depende aplicá-la
bem. Visto
que a lei do trabalho condiciona a vida do homem na Terra, dê-nos a coragem e a
força de cumpri-lo; dê-nos também prudência e moderação, a fim de não pormos a
perder seus frutos. Dê-nos pois, Senhor, nosso pão de cada dia, ou seja, os
meios de adquirir pelo trabalho as coisas necessárias, pois ninguém tem o
direito de reclamar o supérfluo. Se trabalhar nos é impossível, confiamos na sua divina
providência. Se está nos seus desígnios provar-nos com as mais duras
privações, não obstante nossos esforços, aceitamo-las como justa expiação das
faltas que tenhamos cometido nesta existência ou noutra anterior, porque
sabemos que o Senhor é justo, e que não há penas imerecidas, pois jamais
castiga sem causa. Preserve-nos, meu Deus, de conceber a inveja contra os
que possuem aquilo que não temos, ou mesmo contra os que dispõem do supérfluo,
quando nos falta o necessário. Perdoe-lhes, se esquecem sua lei de caridade e
de amor ao próximo, que lhes ensinou (cap. 16, item 8). Afaste também do nosso espírito a ideia de negar sua
justiça, ao ver a prosperidade do mau e a infelicidade que abate por vezes o
homem de bem. Nós sabemos, graças às novas luzes que ainda o Senhor nos deu,
que sua justiça sempre se cumpre e não excetua ninguém; que a prosperidade
material do mau é tão efêmera quanto sua existência corporal, e que ele
experimentará terríveis revezes, enquanto será eterno o júbilo daquele que
sofre com resignação (cap. 5, itens 5, 7, 9, 12 e 18). 5 Perdoe nossas dívidas,
assim como nós perdoamos nossos
devedores. Perdoe nossas ofensas como nós perdoamos nossos ofensores. Cada uma das nossas infrações a suas leis, Senhor, é uma
ofensa que lhe fazemos, e uma dívida contraída, que cedo ou tarde teremos de
pagar. Solicitamos que as perdoe por sua infinita misericórdia, sob a promessa
que lhe fazemos de nos esforçar em não contrair outras. O Senhor fez da caridade uma lei expressa para nós;
mas a caridade não consiste unicamente em
assistirmos aos nossos semelhantes nas suas necessidades, ela consiste também
no esquecimento e no perdão das ofensas. Com que direito reclamaríamos sua
indulgência, se faltamos com ela para aqueles de quem nos queixamos? Dê-nos, Senhor, a força de sufocar em nosso íntimo todo
ressentimento, todo ódio e todo rancor. Faça que a morte não nos surpreenda
com nenhum desejo de vingança no coração.Se lhe aprouver retirar-nos hoje mesmo deste
mundo, faça que possamos nos apresentar ao Senhor inteiramente limpos de animosidade,
a exemplo do Cristo cujas últimas palavras foram em favor dos seus algozes (cap.
10). As perseguições que os maus nos fazem sofrer são parte da
nossas provas terrestres; devemos aceitá-las sem murmurar, como todas as outras
provas, sem maldizer os que, com as suas perversidades, nos abrem o caminho da
felicidade eterna, pois o Senhor disse-nos nas palavras de Jesus: "Bem-aventurados
os que sofrem pela justiça!”. Abençoaremos,
pois, a mão que nos fere e nos humilha, porque as mortificações do corpo nos
fortalecem a alma, e seremos levantados de nossa humildade (cap. 12, item 4). Bendito seja seu nome, Senhor, por nos haver ensinado que
nossa sorte não está irrevogavelmente fixada após a morte; que encontraremos, noutras
existências, os meios de resgatar, de reparar nossas faltas passadas e de
realizar numa nova vida aquilo que nesta não pudemos fazer, para nosso
adiantamento (cap. 4 e 5, item 5). Assim se explicam todas as aparentes anomalias da vida; a
luz é lançada sobre nosso passado e nosso futuro, como um sinal resplendente da
sua soberana justiça e da sua infinita bondade. 6 Não nos deixe cair em
tentação, mas livre-nos do mal. Dê-nos, Senhor, a força de resistir às sugestões dos maus
espíritos, que tentarão desviar-nos da senda do bem, inspirando-nos maus
pensamentos. Mas
nós somos espíritos imperfeitos, encarnados na Terra para expiar nossas faltas
e nos melhorarmos. A causa do mal está em nós próprios, e os maus espíritos
apenas se aproveitam de nossas tendências viciosas, nas quais nos entretêm,
para nos tentarem. Cada imperfeição é uma porta aberta às suas influências,
enquanto eles são impotentes e renunciam a qualquer tentativa contra os seres
perfeitos. Tudo o que possamos fazer para afastá-los será inútil, se não lhes
opusermos uma vontade inquebrantável na prática do bem, com absoluta renúncia
ao mal. É, pois, contra nós mesmos que devemos dirigir nossos esforços, e então os maus espíritos se
afastarão naturalmente, porque o mal é o que os atrai, enquanto o bem os repele
(Ver adiante: Preces pelos obsidiados). Senhor, ampare-nos em nossa fraqueza, inspire-nos, pela
voz dos nossos anjos guardiães e dos bons espíritos, a vontade de corrigirmos nossas
imperfeições, a fim de fecharmos nossa
alma ao acesso dos espíritos impuros (Ver adiante: item 11). O mal não é, portanto, sua obra, Senhor, porque a fonte
de todo o bem não pode engendrar nenhum mal. Somos nós mesmos que o criamos, ao
infringir suas leis, e pelo mau uso que fazemos da liberdade que o Senhor nos
concedeu. Quando os homens observarem suas leis, o mal desaparecerá da Terra,
como já desapareceu dos mundos mais adiantados. O mal não é uma necessidade fatalidade para ninguém e só
parece irresistível para aqueles que nele se comprazem. Se temos vontade de
fazê-lo, também podemos ter a de fazer o bem. E é por isso, Senhor, que
solicitamos sua assistência e a dos bons espíritos, para resistirmos à
tentação. 7 Assim seja! Queira, Senhor, que nossos desejos se realizem! Mas nos inclinamos
diante de sua sabedoria infinita. Em todas as coisas que não nos é dado
compreender, que sejam feitas segundo a sua santa vontade e não segundo a
nossa, porque o Senhor só quer o nosso bem e sabe melhor do que nós o que nos é
útil. Nós lhe dirigimos esta prece, meu Deus, por nós mesmos,
mas também por todas as criaturas sofredoras, encarnadas e desencarnadas, por
nossos amigos e por nossos inimigos, por todos os que reclamam a nossa assistência,
e em particular por fulano(a). Suplicamos para todos sua misericórdia e sua
bênção.
Nota: Aqui podem ser
feitos os agradecimentos a Deus pelas graças concedidas, e formulados os
pedidos que se queiram, para si mesmo e para os outros.
Oração dominical
2 Venha a nós o seu Reino!
Ninguém pode pretextar ignorância das suas leis, porque,
na sua providência paternal, o Senhor quis que elas fossem gravadas na
consciência de cada um, sem distinção de cultos ou de nacionalidades. Aqueles
que as violam, é porque não o conhecem.
4 Dê-nos nosso pão de
cada dia!
O Senhor lhe disse: “Você vai tirar o alimento da terra
com o suor do seu rosto”; por isso fez do trabalho uma obrigação, a fim de
exercitar a inteligência na procura dos meios de prover suas necessidade e
atender a seu bem-estar: uns pelo trabalho material, outros pelo trabalho
intelectual. Sem o trabalho, ele
permaneceria estacionário e não poderia aspirar à felicidade dos espíritos superiores.
Visto
que a lei do trabalho condiciona a vida do homem na Terra, dê-nos a coragem e a
força de cumpri-lo; dê-nos também prudência e moderação, a fim de não pormos a
perder seus frutos.
Se está nos seus desígnios provar-nos com as mais duras
privações, não obstante nossos esforços, aceitamo-las como justa expiação das
faltas que tenhamos cometido nesta existência ou noutra anterior, porque
sabemos que o Senhor é justo, e que não há penas imerecidas, pois jamais
castiga sem causa.
5 Perdoe nossas dívidas,
assim como nós perdoamos nossos
devedores. Perdoe nossas ofensas como nós perdoamos nossos ofensores.
Assim se explicam todas as aparentes anomalias da vida; a
luz é lançada sobre nosso passado e nosso futuro, como um sinal resplendente da
sua soberana justiça e da sua infinita bondade.
Dê-nos, Senhor, a força de resistir às sugestões dos maus
espíritos, que tentarão desviar-nos da senda do bem, inspirando-nos maus
pensamentos.
O mal não é, portanto, sua obra, Senhor, porque a fonte
de todo o bem não pode engendrar nenhum mal. Somos nós mesmos que o criamos, ao
infringir suas leis, e pelo mau uso que fazemos da liberdade que o Senhor nos
concedeu. Quando os homens observarem suas leis, o mal desaparecerá da Terra,
como já desapareceu dos mundos mais adiantados.
Nota: Aqui podem ser
feitos os agradecimentos a Deus pelas graças concedidas, e formulados os
pedidos que se queiram, para si mesmo e para os outros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário