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domingo, 22 de janeiro de 2023

 


Para os médiuns

           

            E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu espírito sobre toda a carne; seus filhos e suas filhas profetizarão, seus jovens terão visões, e seus idosos sonharão. Nesses dias derramarei do meu espírito sobre meus servos e sobre minhas servas, e eles profetizarão. (Atos, 2:17-18).

 

Prefácio

 

            Quis o Senhor que a luz se fizesse para todos os homens e que a voz dos espíritos penetrasse por toda a parte, a fim de que cada um pudesse obter a prova da imortalidade. É com esse objetivo que os espíritos se manifestam hoje por toda a Terra, e que a mediunidade se revela em pessoas de todas as idades e de todas as condições, nos homens e nas mulheres, nas crianças e nos idosos. É um dos sinais de que os tempos preditos chegaram.

            Para conhecer as coisas do mundo visível e descobrir os segredos da natureza material, Deus concedeu ao homem a vista corporal, os sentidos e os instrumentos especiais. Com o telescópio, ele mergulha seu olhar nas profundezas do espaço, e com o microscópio descobriu o mundo dos infinitamente pequenos. Para penetrar o mundo invisível, deu-lhe a mediunidade. Os médiuns são os intérpretes encarregados de transmitir aos homens o ensino dos espíritos, ou melhor, são os órgãos materiais pelos quais os espíritos se expressam, tornando-se inteligíveis os homens. Sua missão é sagrada, porque tem por fim abrir-lhes os horizontes da vida eterna.

            Os espíritos vêm instruir o homem sobre seus destinos futuros, a fim de o conduzirem ao caminho do bem e não para o pouparem do trabalho material que lhe cabe neste mundo, visando ao seu próprio adiantamento, nem para favorecerem sua ambição e  sua cupidez. Eis do que os médiuns devem compenetrar-se bem, para não fazerem mau uso de suas faculdade. Aquele que compreende a gravidade do mandato de que se acha investido, cumpre-o religiosamente. Sua consciência lhe censuraria, como ato sacrílego, utilizar como divertimento ou distração, para si ou para outros, as faculdades que lhe foram dadas com uma finalidade séria, pondo-o em relação com os seres de além-túmulo.

            Como intérpretes do ensinamento dos espíritos, os médiuns devem desempenhar um papel importante na transformação moral que se opera. Os serviços que podem prestar estão na razão da boa orientação que derem às suas faculdades, pois os que seguem o mau caminho são mais prejudiciais do que úteis à causa do Espiritismo; pela má impressão que eles produzem retardam mais de uma conversão. É por isso que eles terão de prestar contas do uso que fizeram das faculdades que lhes foram dadas para o bem de seus semelhantes.

            O médium que deseja conservar a assistência dos bons espíritos deve trabalhar pela sua

própria melhoria. O que deseja que  sua faculdade cresça e se desenvolva deve engrandecer-se moralmente  e se abster de tudo o que possa desviá-la da sua finalidade providencial.

            Se os bons espíritos, às vezes, se servem de instrumentos imperfeitos, é para dar-lhes bons conselhos e encaminhá-los ao bem; mas se encontram corações endurecidos e se os seus conselhos não são ouvidos retiram-se, e os maus têm então o campo livre (cap. 24, nos 11 e 12).

            A experiência demonstra que, entre os que não aproveitam os conselhos que recebem dos bons espíritos, as comunicações, após haverem revelado certo brilho, durante algum tempo, degeneram pouco a pouco e acabam por cair no erro, no palavrório e no ridículo, sinal incontestável do afastamento dos bons espíritos.

            Obter a assistência dos bons espíritos e livrar-se dos espíritos levianos e mentirosos deve ser o objetivo dos esforços constantes de todos os médiuns sérios. Sem isso, a mediunidade é uma faculdade estéril, que pode mesmo tornar-se prejudicial àquele que a possui, podendo degenerar em obsessão perigosa.

            O médium que compreende o seu dever, em vez de orgulhar-se de uma faculdade que não lhe pertence, pois que lhe pode ser retirada, atribui a Deus o que de bom consegue obter. Se as suas comunicações recebem elogios, ele não se envaidece com isso, por saber que elas independem do seu método pessoal, e agradece a Deus haver permitido que os bons espíritos se manifestem por ele. Se elas dão motivo a crítica, não se ofende, pois sabe que elas não foram produzidas pelo seu próprio espírito. Ao contrário, reconhece não ter sido um bom instrumento e que não possui todas as qualidades necessárias para impedir a intromissão dos maus espíritos. É por isso que ele procura adquirir essas qualidades e pede, pela prece, a força que lhe falta.

 

Prece

 

            Deus Todo-Poderoso, permita que os bons espíritos me assistam na comunicação que solicito. Preserve-me da presunção de me crer ao abrigo dos maus espíritos; do orgulho que poderia me enganar sobre o valor do que obtenha; de todo sentimento contrário à caridade para com outros médiuns. Se for induzido ao erro, inspire a alguém a ideia de me advertir, e a mim, a humildade que me faça aceitar a crítica com reconhecimento e aceitar para mim, e não para os outros, os conselhos que os bons espíritos queiram dar-me.

            Se me sentir tentado a enganar, seja no que for, ou a tirar vantagem da faculdade que lhe aprouve conceder-me, peco-lhe que a retire de mim, antes que permita seja ela desviada de sua finalidade providencial, que é o bem de todos e o meu próprio adiantamento moral.


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