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domingo, 15 de janeiro de 2023

 


Reuniões espíritas
 

            Onde houver duas ou três pessoas reunidas em meu nome, eu estarei no meio delas. (Mateus, 18:20).
Prefácio
 
     Estarem reunidos em nome de Jesus não significa que basta estarem juntos materialmente, mas estarem unidos espiritualmente, pela comunidade de intenções e pensamentos voltados para o bem. Então Jesus se encontrará no meio da reunião, ele ou os espíritos puros que o representam. O Espiritismo nos faz compreender como os espíritos podem estar entre nós. Eles comparecem com seu corpo fluídico ou espiritual, e com a aparência que nos fariam conhecê-los se se tornassem visíveis. Quanto mais elevados são na hierarquia, maior é seu poder de irradiação. É assim que eles possuem o dom de ubiquidade e podem estar simultaneamente em muitos lugares; para isso, basta emitirem um raio de seu pensamento.
            Com essas palavras, Jesus quis mostrar o efeito da união e da fraternidade. Não é o maior ou menor número que o atrai, pois em vez de duas ou três pessoas, poderia ter dito dez ou vinte, mas é o sentimento de caridade que as anima reciprocamente. Ora, para isso, bastam duas, mas se essa duas orarem separadas, mesmo que se dirijam a Jesus, não há entre elas comunhão de pensamentos, sobretudo se não estão movidas por um sentimento de mútua benevolência. Se seu olhar é maldoso, de ódio, inveja ou ciúme, as correntes fluídicas de seus pensamentos se repelem, em vez de se unirem por um comum impulso de simpatia, e então elas não estão reunida em nome de Jesus. Nesse caso, Jesus será apenas o pretexto da reunião, e não o seu verdadeiro motivo  (cap. 27, item 9).
            Isso não quer dizer que ele seja surdo à voz duma só pessoa. Se ele não disse: "Atenderei a quem me chamar", é porque exige, sobretudo, o amor ao próximo, do qual se podem dar maiores provas em conjunto do que isoladamente, e porque todo sentimento egoísta o afasta. Segue-se que, se numa reunião numerosa duas ou três pessoas se unem pelo coração, num sentimento de verdadeira caridade enquanto as outras permanecem isoladas e concentradas em ideias egoístas ou mundanas, ele estará com as primeiras e não com as outras. Não é, portanto, a simultaneidade das palavras, dos cânticos ou dos atos exteriores que constitui a reunião em nome de Jesus, mas a comunhão de pensamentos, segundo o espírito de caridade personificado por Jesus (caps. 10, itens 7, 8 e 27, itens 2 a 4). Esse deve ser o caráter das reuniões espíritas sérias, em que sinceramente se deseja o concurso dos bons espíritos.
 
Prece (para o começo da reunião)
 
            Suplicamos ao Senhor Deus Todo-Poderoso enviar-nos bons espíritos para nos assistirem, afastar aqueles que possam induzir-nos ao erro, e dar-nos a luz necessária para distinguirmos a verdade da impostura.
            Afaste também os espíritos malfazejos, encarnados ou desencarnados, que poderiam tentar lançar a desunião entre nós, e desviar-nos da caridade e do amor ao próximo. Se alguns deles procurarem penetrar neste recinto, faça que não encontrem acesso em nossos corações.          
            Bons espíritos, que se dignam vir instruir-nos, tornem-nos dóceis aos seus conselhos, afastem-nos de todo pensamento egoísta, ou de orgulho, de inveja e de ciúme; inspirem-nos a indulgência e a benevolência para com nossos semelhantes presentes ou ausentes, amigos ou inimigos; façam, enfim, que pelos sentimentos que nos animarem, possamos reconhecer sua salutar influência.
            Deem aos médiuns, que encarregaram de nos transmitir seus ensinamentos, a consciência da santidade do mandato que lhes é confiado e da gravidade do ato que vão praticar, a fim de que o façam com o fervor e o recolhimento necessários.
            Se estiverem entre nós pessoas que foram atraídas por outros sentimentos que não o do bem, abram seus olhos à luz, e perdoem-nas, como nós as perdoamos, se vierem com intenções malévolas.
            Pedimos especialmente ao espírito N, nosso guia espiritual, para nos assistir e velar por nós.
 
Prece (para o fim da reunião)
 
            Agradecemos aos bons espíritos que vieram comunicar-se conosco. Pedimos-lhes que nos ajudem a pôr em prática as instruções que nos deram e façam que cada um de nós, ao sair daqui, esteja fortificado na prática do bem e do amor ao próximo.
            Desejamos também que essas lições sejam proveitosas aos espíritos sofredores, ignorantes ou viciosos, que puderam assistir a esta reunião, e para os quais invocamos a misericórdia de Deus.


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