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domingo, 1 de janeiro de 2023

 


28 COLETÂNEA DE PRECES ESPÍRITAS

Preâmbulo

            Os espíritos sempre disseram: A forma nada vale, o pensamento é tudo. Ore cada um segundo suas convicções e do modo que mais o toque. Um bom pensamento vale mais do que  numerosas  palavras com as quais nada tenha o coração.

            Os espíritos não prescrevem nenhuma fórmula absoluta de preces. Quando nos dão alguma, é para orientar nossas ideias e sobretudo para chamar nossa atenção sobre certos princípios da Doutrina Espírita. Agem assim a fim de ajudar as pessoas que sentem dificuldades em expressar suas ideias, pois há quem creria não haver realmente orado, se não formular seus pensamentos.

            A coletânea de preces deste capítulo é uma escolha feita das que os espíritos ditaram em diferentes ocasiões. Podem ter ditados outras, em termos diferentes, apropriadas a diversas ideias e ou a casos especiais, mas pouco importa a forma se o pensamento é o mesmo. A finalidade da prece é elevar nossa alma a Deus. A diversidade das fórmulas não deve estabelecer nenhuma diferença entre os que nele creem, e menos ainda entre os adeptos do Espiritismo, porque Deus aceita a todas, quando sinceras.

            Não se deve considerar, portanto, esta coletânea, como um formulário absoluto, mas como uma variedade no conjunto das instruções dos espíritos. É uma aplicação dos princípios da moral evangélica desenvolvida neste livro, um complemento dos ditados sobre os nossos deveres para com Deus e o próximo, e no qual são relembrados todos os princípios da Doutrina.

            O Espiritismo reconhece como boas as preces de todos os cultos, desde que sejam ditas de coração e não apenas com os lábios. Ele não impõe nem condena nenhuma. Deus é sumamente grande, segundo o Espiritismo, para repelir a voz que implora ou que canta louvores, somente por não o fazer desta ou daquela maneira. Quem quer que anatematize as preces que não constem do seu formulário, demonstra desconhecer a grandeza de Deus. Acreditar que Deus se apegue determinada fórmula, é atribuir-lhe a pequenez e as paixões da humanidade.

            Uma condição essencial da prece, segundo Paulo (cap. 27, n.º 16) é a de ser inteligível, para que possa tocar nosso espírito. Para isso, entretanto, não basta que ela seja dita na língua que aquele que ora compreenda;  há preces que, embora em língua  popular, não dizem mais à nossa inteligência do que as de uma língua estrangeira, e que por isso mesmo não chegam ao coração. As raras ideias que elas contêm ficam, em geral, sufocadas pela superabundância de palavras e o misticismo da linguagem.

            As principais qualidades da prece são a clareza, a simplicidade e a concisão; sem fraseologia inútil, nem luxo de epítetos, que não passam de meros adornos. Cada palavra deve ter seu valor, exprimir uma ideia, tocar uma fibra da alma. Enfim: deve fazer refletir. Somente assim a prece pode atingir o seu objetivo; doutro modo não passa de ruído. Veja-se também, com que distração e volubilidade elas são ditas, na maioria das vezes. Veem-se lábios movendo-se; mas pela expressão fisionômica e pela própria voz, percebe-se que ali há apenas um ato maquinal, puramente exterior, ao qual a alma se conserva indiferente.

            As preces reunidas nesta coletânea dividem-se em cinco categorias: 1.ª) Preces gerais; 2.ª) Preces por quem ora; 3.ª) Preces por outrem; 4.ª) Preces pelos espíritos; 5.ª) Preces pelos doentes e obsidiados.

            Com o fim de chamar mais particularmente a atenção sobre o objetivo de cada prece, e tornar mais compreensível seu alcance, elas são todas precedidas de uma instrução preliminar, espécie de exposição de motivos, intitulada prefácio.

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