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sexta-feira, 13 de julho de 2012


Em dia com o Machado 6  ( jlo )

            Doravante, o mais grave de tudo é a eleição, que a este tempo se começa a manipular em todo este vasto continente chamado Brasil.
            Em todo, é um jeito novo de falar. Quase não há lacunas expostas nas composições partidárias. No Planalto, por exemplo, haverá desta vez uma festa nupcial coletiva. Isso significa uma abertura ampla e irrestrita a todos os partidos e não para um ou dois. Afinal, a ditadura morreu; viva ditadura!
            Tal como o Rio, que também se travaille sans relâche, os espetáculos midiáticos recrudescem. Dezenas de espetáculos no país inteiro. São os cantos da sereia tentando iludir os marinheiros incautos...
            Não sei se a(o) leitor(a) consome algum tempo com las cosas públicas, e nem que pone de manifiesto suas preferências eletivas. Ignoro se (a)o leitor(a) fará coro com o grito de  heureca proferido pelos políticos vitoriosos nas urnas. Mas certamente que as retóricas sobre saúde, educação e segurança (não necessariamente nessa ordem) serão, como sempre, vitoriosas.
            Agora os morros do Rio estão mais seguros... Nas outras capitais também... afinal, não somente as eleições... a Copa do Mundo vem aí...
            E depois?
            No meu tempo também era assim, cara(o) leitor(a); mas não se preocupe, após a posse da coligação perene, os recursos da saúde vão para Cuba, os da educação vão para a Finlândia e os da segurança serão investidos nos EUA.
            São as contradições da democracia...  não, porém, de uma grande coligação. Prá Frente Brasil! É assim que se exerce a soberania nacional.
            Ou você ainda duvida disso, amiga(o) leitor(a)? Duvidar é demonstrar ignorância. Ser ignorante é ser doente e ser doente é um perigo para a segurança nacional. Vai que a(o) psicopata resolve investir contra o Congresso?...
            Cá no Planalto não se admite uma voz dissonante. Por isso, os diletantes migram maciçamente para esta província, na qual se prepara um grande banquete com música e aplausos para a retórica eloquente dos amigos da soberania....
            A soberania nacional é algo mais grandioso do universo, desde que ela seja nacional. Se não for soberania e não for nacional, nada feito...

*
 
Ps.: Percebeu a intenção de colocá-la em destaque, amiga? Se não a viu, perdeu-se, acima, talvez, mais um dos meus devaneios...
            Que pena! Mas por que duvidar da inteligência feminina? Quando nós estamos indo, as mulheres estão vindo. Viva elas!
            Somente elas e uns poucos inteligentes, como você, terão ainda suficiente indignação para perguntar a este articulista:
— Mas o que é mesmo da educação na Finlândia? Por que lá e não aqui o modelo tem dado tão certo? 
— Mas o que é mesmo da saúde em Cuba? Por que lá e não cá o modelo tem sido aplaudido?
— Mas o que é mesmo da segurança americana? Por que lá e não aqui?...

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