COMUNICAR É PRECISO IX (Jorge
Leite)
Fora da educação não há segurança (Joteli).
Outro exemplo, muito popular: “Pobre, quando come frango,
um dos dois está doente”.
Outras
figuras de construção:
1. Assíndeto: ocorre quando os palavras ou orações de um período se sucedem sem a ligação da conjunção coordenativa.
Exemplo: "A barca vinha perto, chegou, atracou, entramos." (Machado de Assis. Obras completas, I, 1067. In: CUNHA, 2008, p. 643)
2. Elipse:
é o termo ou oração que foi omitido na frase por estar facilmente entendido.
Exemplos: a) Tenho feito estudos sobre a vida e
obra machadianas. Ou seja, e sobre a obra...
b) Fiquei satisfeito com o trabalho e meu professor
também. Ou seja, e meu professor também ficou satisfeito com o
trabalho.3. Antonomásia: é a utilização de um nome comum em substituição a um nome próprio e vice-versa.
Exemplos: a) O Bruxo do Cosme Velho escreveu mais
de seiscentas crônicas (Bruxo do Cosme Velho = Machado de Assis);
b) O Cisne Negro escreveu sonetos de rara beleza. (Cisne
Negro = Cruz e Sousa).
4. Onomatopeia:
é a repetição de palavras com vistas a imitar o som ou a voz natural dos seres.
Exemplos: a) Seu coração batia sem parar: tique-taque,
tique-taque, tique-taque, quando o passarinho do relógio cantou: cuco-cuco-cuco;
b) Foi então que José ouviu cantar no rádio: “Isso
me dá tique-tique nervoso, tique-tique nervoso, tique-tique
nervoso”.
5. Pleonasmo:
repetição redundante ou enfática de um termo ou a mesma ideia da oração.
Exemplos: a) Coragem verdadeira é a que encara frente
a frente os obstáculos. (Encarar é “olhar para a cara de alguém, olhar de
frente, ou nos olhos de alguém”, segundo o Dicionário Houaiss da Língua
Portuguesa.);
b) “Toda a velha papelada saiu cá fora, e
rimos juntos.” (Machado de Assis. Dom Casmurro, LIV);c) “Vi, claramente vista, a meia dobra da véspera.” (Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas, LI).
6. Polissíndeto:
repetição proposital da conjunção coordenativa.
Exemplos: a) “E zumbia, e voava, e
voava, e zumbia.” (Machado de Assis. A mosca azul. Poesias completas.
Ocidentais);
b) “E fraca e magra e transparente e esguia,” (Cruz
e Sousa. Tuberculosa. In: SOUSA, Cruz e. Missal e broquéis. 2. ed. São
Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 176).
7. Inversão:
alteração da ordem sequencial dos termos ou orações.
Exemplos: a) “Tão leve estou que já nem sombra
tenho.” (Mário Quintana. In: Porta giratória, 1988).
b) “Um dia, há bastantes anos, lembrou-me produzir
no Engenho Novo a casa em que me criei na antiga rua de Matacavalos.” (Machado
de Assis. Dom Casmurro. Cap. II).
8. Repetição:
é o uso reiterado de palavras ou orações com vistas a enfatizar o que foi dito.
Exemplos: a) “Passai, passai, desfeitas em
tormentos,” (Cruz e Sousa. Dilacerações. In: SOUSA, Cruz e. Missal e
broquéis. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 179);
b) “Canções, leves canções de gondoleiros,Canções do Amor, nostálgicas baladas,
Cantai com o Mar, com as ondas esverdeadas,
De lânguidos e trêmulos nevoeiros!” (Cruz e Sousa. Sonata. In: SOUSA, Cruz e. Missal e broquéis. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 194).
9. Silepse:
concordância com a ideia aos termos associada em nossa mente e não com os
termos expressos.
Pode ser: a) de gênero: “Vossa Excelência
será informado sobre a segurança da copa, Sr. Presidente.”.
b) de número: A gente fomos à festa
de formatura do Carlitos.c) de pessoa: Todos os espíritas somos reencarnacionistas.
REFERÊNCIAS
ASSIS, Machado de. Machado de Assis. Rio de
Janeiro: José Aguilar, 1973. Obra completa, vol. 3.
CARVALHO, Castelar de. Dicionário de Machado de
Assis: língua, estilo, temas. Rio de Janeiro: Lexikon, 2010.
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática
da língua portuguesa. 26. ed. São Paulo: Nacional, 1985.
CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova gramática do
português contemporâneo. 5. ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2008. De acordo
com a nova ortografia.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário
Aurélio da língua portuguesa. 5. ed. Curitiba: Positivo, 2010.
HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da língua
portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
SOUSA, Cruz e. Missal e broquéis. 2. ed. São
Paulo: Martins Fontes, 2001.
QUESTÕES
VERNÁCULAS
Edição 7
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Na
língua portuguesa, o som das letras “e” e “o”, quando presentes em uma sílaba
tônica, ora é aberto, ora é fechado.
Nos
vocábulos seguintes, o som da vogal tônica é aberto:
1.
amorfo (ó)2. anelo (é)
3. antolhos (ó)
4. apostos (ó)
5. às avessas (é)
6. blefe (é)*
7. canoro (ó)
8. caroços (ó)
9. cassetete (é)
10. cervo (é)*
11. cetro (é)
12. ciclope (ó)
13. coeso (é)*.
Diferentemente dos casos acima, nestes vocábulos o som da vogal
tônica é fechado:
1.
acervo (ê)*2. adrede (ê)
3. alcova (ô)
4. algoz (ô)*
5. algozes (ô)*
6. almeja (do verbo almejar) (ê)
7. alvoroços (ô)
8. ambidestro (ê)*
9. aposto (ô)*
10. arrotos (ô)
11. avessa (ê)
12. bodas (ô)
13. bolo, bolos (ô).
*Obs.: segundo o VOLP, 5. ed. 2009: acervo (é ou ê); algoz(es) (ô, ó); ambidestro (é ou ê); aposto (ô) adj. S. m.; f. (ó); pl. (ó); cf. aposto, fl. do v. apostar.
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