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sábado, 13 de abril de 2019




Cont. trad. livre de Jorge Leite de Oliveira

1.5 Instruções dos Espíritos: a nova era

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            Deus é único, e Moisés é o Espírito que Ele enviou com a missão de torná-lo conhecido, não somente dos hebreus, mas também dos povos pagãos. O povo hebreu foi o instrumento de que Deus se serviu para fazer sua revelação por  Moisés e pelos profetas, e as vicissitudes sofridas por esse povo destinavam-se a chamar a atenção  geral e fazer cair o véu que ocultava a Divindade.
Os mandamentos de Deus, transmitidos por Moisés, portam o germe da moral cristã mais ampla. Os comentários da Bíblia reduziam-lhes o sentido, porque, postos em ação em toda a sua pureza, não seriam então compreendidos. Mas os Dez Mandamentos de Deus nem por isso deixaram de ser o brilhante frontispício da obra, como um farol que devia iluminar para a humanidade o caminho a percorrer.
A moral ensinada por Moisés era apropriada ao estado de adiantamento em que se encontravam os povos chamados à regeneração, e esses povos, semisselvagens quanto ao aperfeiçoamento da alma, não teriam compreendido que se pudesse adorar a  Deus sem holocaustos, nem que se pudesse perdoar a um inimigo. Sua inteligência, notável no tocante às coisas materiais, e mesmo em relação às artes e às ciências, estava muito atrasada em moralidade, e eles não se submeteriam ao domínio de uma religião inteiramente espiritual. Necessitavam de uma representação semimaterial, como a que então lhes oferecia a religião hebraica. Os holocaustos, pois, lhes falavam aos sentidos, enquanto a ideia de Deus lhes falava ao espírito.
O Cristo foi o iniciador da mais pura, da mais sublime moral: a moral evangélico-cristã, que deve renovar o mundo, aproximar os homens e torná-los fraternos; que deve fazer jorrar de todos os corações humanos a caridade e o amor ao próximo, e criar entre todos os homens uma solidariedade comum; duma moral, enfim, que deve transformar a Terra, fazê-la morada de Espíritos superiores aos que a habitam hoje. É a lei do progresso, a que a natureza está submetida, que se cumpre, e o Espiritismo é a alavanca de que Deus se utiliza para fazer a humanidade avançar.
Os tempos são chegados em que ideias morais se devem desenvolver, para que se realizem os progressos que estão nos desígnios de Deus. Elas devem seguir o mesmo roteiro que as ideias de liberdade seguiram, como suas precursoras. Mas não se pense que esse desenvolvimento se fará sem lutas. Não, porque elas necessitam, para chegar ao amadurecimento, de agitações e discussões, a fim de atraírem a atenção das massas. Uma vez despertada a atenção, a beleza e a santidade da moral tocarão os Espíritos, e eles se dedicarão a uma ciência que lhes traz a chave da vida futura e lhes abre a porta da felicidade eterna. Moisés abriu o caminho; Jesus continuou a obra; o Espiritismo a concluirá. Um Espírito Israelita (Mulhouse, 1861). 
           

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