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sexta-feira, 26 de abril de 2019


Cont. da trad. livre d'O Evangelho Segundo o Espiritismo, em sua 3ª ed. francesa, por Jorge Leite de Oliveira.






1.5.2 Erasto, discípulo de Paulo (Paris, 1863)


Agostinho é um dos maiores divulgadores do Espiritismo. Manifesta-se por quase toda parte, e a razão disso a encontramos na vida desse grande filósofo cristão. Pertence a essa vigorosa falange dos Pais da Igreja, a quem a Cristandade deve as suas mais sólidas bases. Como vários outros, ele foi arrancado ao paganismo, ou melhor diremos, à mais profunda impiedade, pelo fulgor da verdade. Quando, em meio aos seus desregramentos, sentiu na própria alma a estranha vibração que o fez voltar a si mesmo e o fez compreender que a felicidade não estava alhures, nem nos prazeres enervantes e fugidios; quando, enfim, na sua Estrada de Damasco, ele também ouviu a santa voz que o clamava: "Saulo, Saulo, por que me persegues?" exclamou: "Meu Deus! Meu Deus, perdoe-me, eu creio, sou cristão!" E desde então se tornou um dos mais firmes pilares do Evangelho. Podemos ler, nas notáveis confissões desse eminente Espírito, as palavras características e proféticas, ao mesmo tempo, que ele pronunciou ao ter perdido Santa Mônica: "Estou convencido de que minha mãe me virá visitar e me e dar os seus conselhos, me revelando o que nos espera na vida futura". Que ensino nessas palavras, e que brilhante previsão da futura Doutrina! É por isso que hoje, vendo chegada a hora de divulgação da verdade, que ele já havia pressentido, faz-se o seu ardente propagador, e se multiplica, por assim dizer para atender a todos os que o chamam.

Nota: Agostinho vem, por acaso, modificar aquilo que ensinou? Não, seguramente, mas como tantos outros, ele vê com os olhos do espírito o que não podia ver como homem. Sua alma liberta percebe claridades novas, e compreende o que antes não compreendia. Novas ideias lhe revelaram o verdadeiro sentido de certas palavras. Quando na Terra, julgava as coisas segundo os conhecimentos que possuía; mas, quando nova luz se fez para ele, pode julgá-las com maior clareza. É assim que ele teve de abandonar sua crença referente aos espíritos íncubos e súcubos, bem como o anátema que havia lançado contra a teoria dos antípodas. Agora que o Cristianismo lhe aparece em toda a sua pureza, ele pode, sobre certos pontos, pensar de maneira diversa de quando vivia, sem deixar de ser o apóstolo cristão. Pode, sem renegar sua fé, fazer-se o propagador do Espiritismo, porque nele vê o cumprimento das predições. Ao proclamá-lo, hoje, nada mais faz do que nos conduzir a uma interpretação mais sã e mais lógica dos textos. Dá-se o mesmo com outros Espíritos, que se encontram numa posição semelhante.

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