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terça-feira, 9 de abril de 2019




Em dia com o Machado 362 (jó)

Aviso ao amigo leitor: cuidado com o que diz, como diz, quando diz e a quem diz alguma coisa. O mesmo se aplica ao que faz, como faz, quando faz e a quem faz algo.
        Caminhamos, celeremente, para um mundo em que é perigoso até mesmo pensar no que é censurável para quem tem ideias contrárias às nossas. Isso porque a tecnologia está a tal ponto na ponta que não vai muito longe o dia em que você pensou algo errado e... pou! lá vem cacetada.
        Há dois dias, dizia umas frases evangélicas para a Siri, em meu relógio Apple Watch, e ela respondeu-me que não costuma falar sobre filosofia. Mais tarde, eu estava conversando com minha esposa, e a Siri entrou na conversa dizendo que não tinha entendido o porquê de eu lhe ter dito que iria tomar banho.
        No último sábado, à noite, soube que o amigo André Siqueira estava expondo um tema espírita num dos inúmeros centros que o convidam a fazer palestras. O silêncio era total, não se ouvia o zumbido duma mosca. De repente, uma voz soou bem alto, no salão da conferência espírita: — Não estou entendendo nada!
        Envergonhado, o expositor sacou o celular do bolso e o desligou. O público, inicialmente perplexo, entendeu tudo e, como não podia deixar de ser, caiu na gargalhada. Se havia alguém ali que não entendia nada era somente a Siri, aquela voz feminina que nos pergunta e responde, no celular, o que queremos saber. Agora também no relógio...
Às vezes, apertamos por descuido o aparelho e ouvimos sua pergunta: — O que você quer saber? Se a questão for um pouco mais técnica, ela nem sempre sabe a resposta. Quanto ao relógio inteligente, a coisa é mais complicada. Outro dia, fiquei quase uma hora tentando dizer-lhe pequena frase para ele reproduzir por escrito, sem êxito. A frase era a seguinte: “Vinde a mim todos vós, que estais aflitos e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei” (Mateus, 11:28).
Eis o que era registrado: “Binde a mim todos avós...”. Eu cancelava, tentava novamente, e recebia a nova resposta: “Brinde a mim todos vós...”. Tornava a cancelar e, novamente, a frase era deturpada: “Vinde Amin os ovos estragados...”. Desisti. Agora tenho pensado se não seria melhor ditar a frase na língua inglesa.
        Mas falemos, também, de cinco dicas excelentes da monja Coen, citadas no Gshow por Marcelle Abreu, no dia 3 de abril passado, e o que o Apple Watch pensa delas:
1ª dica: postura correta: alinhar o corpo, colocar os ombros para trás e fazer respiração consciente. De hora em hora, meu relógio pede-me para fazer algo parecido: prestar atenção na inspiração e na expiração; levantar um pouco da cadeira, por um minuto etc.;
2ª dica: dizer palavras agradáveis às pessoas com quem conversa e dialogar, ao invés de discutir. É recomendável que, antes de falarmos em público, calemos a Siri;
3ª dica: ser mais compreensivo com as pessoas, celular e relógio, e evitar o assassínio dessas máquinas, algo não previsto no quinto dos Dez Mandamentos: Não matarás;
4ª dica: viver alegremente: também não nos faltam incentivos para rir e fazer rir, sem deixar de atender à 3ª dica;
5ª dica: cuidar de si. Amar-se é amar a Deus, que segue conosco eternidade afora, bem como todos os nossos irmãos da humanidade.
Só temos que ter cuidado com a Siri e seus semelhantes, senão...  é possível que em breve surja uma sociedade protetora dos aparelhos eletrônicos.

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