EM DIA COM O MACHADO 371:
humildade,
uma virtude difícil (Jó)
O Espírito Manoel Philomeno de Miranda,
na obra intitulada Painéis da Obsessão, psicografada por Divaldo Franco,
diz que a humildade é virtude escassa na humanidade. Nesse livro, entre outros
casos, lemos a história de Argos, que tivera moratória de cinco anos de vida,
após ser submetido a uma cirurgia de ablação dum pulmão, gravemente afetado
pela tuberculose.
Casado há pouco tempo com Áurea, ambos
frequentavam um grupo espírita, e ele fizera comovente prece solicitando amparo
espiritual, sob a promessa de dedicar-se permanentemente “com todos os
recursos” ao exercício do amor, para superar o orgulho e conquistar a “comunhão
fraternal” com seus inimigos de vida pregressa. Em especial, sua dívida de
existência passada era com o Espírito Felipe, a quem assassinara com florete
enfiado no pulmão...
Argos, porém, tão logo teve alta,
afastara-se da convivência fraterna. Diz Philomeno de Miranda que “Argos foi-se
afastando do convívio físico e psíquico dos companheiros operosos e aliando-se
aos mais irresponsáveis [...]” (op. cit. Ed. LEAL, 2015, p. 233).
Em consequência, ele enfraqueceu-se
organicamente e voltou a ter problemas respiratórios, com gripes e dispneias
frequentes. Sua própria esposa, embora mais dedicada que o marido às atividades
mediúnicas do centro que frequentava, não ficara livre das influências
espirituais negativas. Não somente as do Espírito Felipe, inimigo de ambos,
como as do próprio marido, que lhe requeria cada vez mais cuidados.
Após considerações sobre o orgulho,
disfarçado em humildade por conveniência, Miranda esclarece-nos que a
prepotência é uma das causas do fracasso humano. Com isso, os inimigos do Além
conquistam seu domínio no cotidiano dessas pessoas. Não foi à toa que Jesus
Cristo nos recomendou vigiar e orar, para não sermos tentados e derrubados de
nosso falso pedestal.
Argos presumia-se mais importante do
que o era, de fato, nos trabalhos do centro que frequentava. Possuía boa
vontade, mas desejava impor uma liderança insustentável, por falta de mérito
próprio. Tendo em vista os pensamentos negativos que emitia, por não ver seus
caprichos atendidos, afastou-se da convivência do grupo que o acolhera fraternalmente.
Embora tendo escapado da desencarnação imediata, quando orou com sincero desejo
de renovação espiritual, deixou-se dominar pelo orgulho e tornou-se presa fácil
do Espírito Felipe.
A falta de humildade fora o ponto
frágil de sua alma, que o deixaria em situação de grande sofrimento depurador,
pois Deus jamais desampara seus filhos. Diz Miranda que
Não são poucos os candidatos à
evolução que tombam no caminho, apesar de possuidores de boa vontade, que é uma
excelente qualidade para o cometimento. Entretanto, distraídos da vivência da
humildade, abandonam o compromisso na primeira oportunidade, vitimados pelo
desalento, pela amargura, ou vencidos por intempestivo cansaço de que se fazem
fáceis presas (op. cit., p. 237).
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