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quarta-feira, 24 de julho de 2019




Continuação da tradução livre da 3ª edição francesa d’O Evangelho Segundo o Espiritismo. Por: Jorge leite de Oliveira

5 BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS

Justiça das aflições. Causas atuais das aflições. Causas anteriores das aflições. Esquecimento do passado. Motivos de resignação. O suicídio e a loucura. Instruções dos Espíritos: bem e mal sofrer. O mal e o remédio. A felicidade não é deste mundo. Perda de pessoas amadas. Mortes prematuras. Se fosse um homem de bem teria morrido. Os tormentos voluntários. A verdadeira desgraça. A melancolia. Provas voluntárias. O verdadeiro cilício. Dever-se-á pôr termo às provas do próximo? É permitido abreviar a vida de um doente que sofra sem esperança de cura? Sacrifício da própria vida. Proveito dos sofrimentos para outrem.

Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos. Bem-aventurados os que padecem perseguição pela justiça, porque deles é o Reino dos Céus (Mateus, 5: 4, 6 e 10).
Bem-aventurados os que são pobres, porque o Reino dos Céus lhes pertence. Bem-aventurados os que agora têm fome, porque serão saciados. Felizes são os que agora choram, porque rirão (Lucas, 6: 20, 21).
Mas ai de vocês, ricos! que têm a sua consolação no mundo. Ai de vocês, os que estão saciados, porque terão fome. Ai de vocês, os que agora riem, porque gemerão e chorarão (Lucas, 6: 24, 25).

5.1 Justiça das aflições

As compensações que Jesus promete aos aflitos da Terra só podem ocorrer na vida futura. Sem a certeza do porvir, essas máximas seriam um contrassenso, mais ainda, seriam um engodo. Mesmo com essa certeza, dificilmente se compreende a utilidade de sofrer para ser feliz. Dizem que é para se ter mais mérito. Mas então se pergunta: por que uns sofrem mais do que outros? por que uns nascem na miséria e outros na opulência, sem nada terem feito para justificar essa posição? por que para uns nada dá certo, enquanto para outros tudo parece sorrir? Mas o que ainda menos se compreende é ver os bens e os males tão desigualmente repartidos entre o vício e a virtude; ver homens virtuosos sofrerem ao lado de malvados que prosperam. A fé no futuro pode consolar e dar paciência, mas não explica essas anomalias, que parecem desmentir a justiça de Deus.
Entretanto, desde que se admita Deus, não se pode concebê-lo sem o infinito das perfeições. Ele deve ser todo poder, todo justiça, todo bondade, pois sem isso não seria Deus. Se Deus é soberanamente bom e justo, não pode agir por capricho nem com parcialidade. As vicissitudes da vida têm, pois, uma causa, e desde que Deus é justo, essa causa deve ser justa. É nisso que todos devem compenetrar-se bem. Deus encaminhou os homens na compreensão dessa causa pelos ensinos de Jesus, e hoje, julgando-se suficientemente maduros para compreendê-la, revela-a inteiramente pelo Espiritismo, isto é, pela voz dos Espíritos.

Nota: por motivo de viagem, antecipei a postagem desta semana, que deveria ocorrer na sexta-feira. Na próxima semana, a postagem volta ao seu dia normal.

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