4.3 Instruções
dos Espíritos: limites da encarnação
Quais são os limites da encarnação?
— A encarnação não tem, a bem dizer, limites nitidamente
traçados, quando nos referimos ao envoltório que constitui o corpo do Espírito,
tendo em vista que a materialidade desse envoltório diminui à proporção que o Espírito
se purifica. Em certos mundos, mais adiantados do que a Terra, o corpo já é menos
compacto, menos pesado e menos grosseiro, e, desse modo, menos sujeito a
vicissitudes. Em grau mais elevado, é diáfano e quase fluídico. De grau em grau,
ele se desmaterializa e acaba por se confundir
com o perispírito. Conforme o mundo em que é levado a viver, o Espírito se reveste do envoltório
apropriado à natureza desse mundo.
O próprio perispírito passa por transformações sucessivas.
Eteriza-se cada vez mais, até a depuração completa, que constitui os Espíritos
puros.
Se mundos especiais estão destinados, como
estações, aos Espíritos muito adiantados, estes últimos não lhes ficam presos,
como nos mundos inferiores. O estado de desprendimento em que se encontram lhes
permite ir a toda parte, onde sejam chamados às missões que lhes sejam
confiadas.
Se considerarmos a encarnação do ponto de vista material, tal como
ocorre na Terra, podemos dizer que ela se limita aos mundos inferiores. Depende,
portanto, do Espírito libertar-se da encarnação mais ou menos rapidamente,
trabalhando pela sua purificação.
Considere-se também que, no estado errante, ou seja, no
intervalo das existências corporais, a situação do Espírito está em relação com
a natureza do mundo a que o liga o seu grau de adiantamento. Assim, na
erraticidade, ele é mais ou menos feliz, livre e esclarecido, conforme seja mais
ou menos desmaterializado — Luís (Paris, 1859).
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