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domingo, 7 de junho de 2020



10.6 INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS

10.6.1 Perdão das ofensas

Simeon
Bordeaux, 1862

Quantas vezes perdoarei ao meu irmão? Você o perdoará não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes. Eis um desses ensinos de Jesus que devem tocar sua inteligência e falar bem alto ao seu coração. Compare essas palavras misericordiosas com a oração tão simples, tão resumida, e ao mesmo tempo tão grande em suas aspirações, que Jesus ensinou a seus discípulos, e encontrará sempre o mesmo pensamento. Jesus, o justo por excelência, responde a Pedro: Você o perdoará, mas sem limites; perdoará cada ofensa, tantas vezes quantas ela lhe for feita; ensinará a seus irmãos esse esquecimento de si mesmo, que nos torna invulneráveis às agressões, aos maus tratos e às injúrias; será brando e humilde de coração, sem medir jamais sua mansuetude; e fará, enfim, o que deseja que o Pai celeste faça por você. Não está Ele a perdoá-lo sempre e acaso conta o número de vezes que seu perdão vem apagar suas faltas?
Ouçam, pois, essa resposta de Jesus, e, como Pedro, apliquem-na a vocês mesmos. Perdoem, usem a indulgência, sejam caridosos, generosos, pródigos mesmo do seu amor. Deem, porque o Senhor lhes dará, perdoem, porque o Senhor os perdoará, abaixem-se, que o Senhor os levantará; humilhem-se, que o Senhor os fará sentar-se à sua direita.
Vão, meus bem-amados, estudem e comentem essas palavras que lhes dirijo, de parte d'Aquele que, do alto dos esplendores celestes, tem sempre os olhos voltados para vocês e continua com amor a tarefa ingrata que começou há dezoito séculos. Perdoem, pois, seus irmãos, como têm necessidade de ser perdoados. Se seus atos os prejudicaram pessoalmente, eis um motivo a mais para serem indulgentes, pois o mérito do perdão é proporcional à gravidade do mal. Não haveria nenhum mérito em desculpar os erros de seus irmãos, se estes apenas os incomodassem levemente.
Espíritas, não  se esqueçam  de que, tanto por palavras como por atos, o perdão das injúrias nunca deve reduzir-se a uma vã expressão. Se vocês se dizem espíritas, sejam-no de fato: esqueçam o mal que lhes tenham feito, e pensem apenas numa coisa: no bem que possam fazer. Aquele que enveredou por esse caminho não se deve afastar dele, nem mesmo em pensamento, pois é responsável pelos seus pensamentos, que Deus conhece. Façam, pois, que eles sejam desprovidos de qualquer sentimento de rancor. Deus sabe o que permanece no fundo do coração de cada um. Feliz, pois, daquele que pode dizer cada noite, ao dormir: nada tenho contra o meu próximo.

Tradução livre, em terceira pessoa, pelo Prof. Dr. Jorge Leite de Oliveira.

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