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domingo, 28 de junho de 2020




João, bispo de Bordeaux, 1862



Sejam indulgentes com as faltas alheias, quaisquer que elas sejam. Não julguem com severidade senão suas próprias ações, pois o Senhor usará de indulgência com vocês, do mesmo modo como forem indulgentes com os outros.

Sustentem os fortes: encorajem-nos à perseverança; fortifiquem os fracos, mostrando-lhes a bondade de Deus, que leva em conta o menor arrependimento; mostrem a todos o anjo do arrependimento, estendendo suas brancas asas sobre as faltas dos humanos, e ocultando-as assim aos olhos daquele que não pode ver o que é impuro. Compreendam toda a misericórdia infinita de seu Pai, e nunca se esqueçam de lhe dizer em pensamento, mas sobretudo pelas suas ações: "Perdoe as nossas ofensas como perdoamos aos nossos ofensores". Compreendam bem o valor destas sublimes palavras. Não só a letra é admirável, como também o ensinamento que ela encerra.

Que solicitam ao Senhor quando lhe pedem perdão? Somente o esquecimento de suas ofensas? Esquecimento que os deixaria no nada, pois se Deus se contentasse de esquecer as suas faltas, não os puniria, mas também não os recompensaria. A recompensa não pode ser o prêmio do bem que não foi feito, e menos ainda do mal que se tenha feito, mesmo que esse mal fosse esquecido. Pedindo perdão para suas transgressões, o que lhe pedem é o favor de suas graças, para não caírem de novo, é a força necessária para entrarem num novo rumo de submissão e de amor, no qual poderão juntar a reparação ao arrependimento.

Quando perdoarem seus irmãos, não se contentem em estender o véu do esquecimento sobre suas faltas. Esse véu é frequentemente muito transparente aos seus olhos. Acrescentem o amor ao seu perdão. Façam por eles o que pediriam a seu Pai Celeste que fizesse por vocês. Substituam a cólera que mancha pelo amor que purifica. Preguem pelo exemplo, essa caridade ativa, infatigável, que Jesus lhes ensinou. Preguem-na como Ele mesmo o fez durante todo o tempo em que viveu na Terra, visível aos olhos do corpo, e como ainda prega, sem cessar, depois que se fez visível apenas aos olhos do espírito. Sigam esse Divino Modelo, caminhem sobre suas pegadas; elas os conduzirão ao refúgio onde encontrarão o descanso após a luta. Como Ele, todos vocês tomem sua cruz e subam penosamente, mas corajosamente, seu calvário: no seu topo está a glorificação.



Tradução livre, em terceira pessoa, pelo Prof. Dr. Jorge Leite de Oliveira.

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