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sábado, 27 de março de 2021

 


14 HONRE A SEU PAI E A SUA MÃE

 

Piedade filial - Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? Parentescos corporal e espiritual.

 14.1 Instruções dos Espíritos

A ingratidão dos filhos e os laços de família

Você sabe os mandamentos: Não cometa adultério; não mate; não roube; não diga falso testemunho; não faça mal a ninguém; honre a seu pai e a sua mãe (Marcos, 10:19; Lucas, 18:20; Mateus, 19: 19).

Honrará a seu pai e a sua mãe, para ter uma dilatada vida sobre a Terra que o Senhor seu Deus lhe há de dar. (Êxodo, Decálogo, 20:12).

 

14.1.1 Piedade filial

          O mandamento: "Honre a seu pai e à sua mãe" é uma consequência da lei geral da caridade e do amor ao próximo, porque não se pode amar ao próximo sem amar aos pais; mas a palavra honre implica um dever a mais para com eles: o da piedade filial. Deus quis demonstrar, assim, que ao amor é necessário juntar o respeito, a estima, a obediência e a condescendência, o que implica a obrigação de cumprir para com eles, de maneira ainda mais rigorosa, tudo o que a caridade determina em relação ao próximo. Esse dever se estende naturalmente às pessoas que se encontram no lugar dos pais, e cujo mérito é tanto maior, quanto o devotamento é para elas menos obrigatório. Deus pune sempre de maneira rigorosa toda violação desse mandamento.

         Honrar seu pai e sua mãe não é somente respeitá-los, é também assisti-los nas suas necessidades; proporcionando-lhes o repouso na velhice; cercá-los de cuidados, como eles fizeram por nós na infância.

         É sobretudo para com os pais sem recursos que se demonstra a verdadeira piedade filial. Satisfazem esse mandamento aqueles que julgam fazer muito, ao lhes darem o estritamente necessário para que não morram de fome, enquanto eles mesmos de nada se privam? Relegando-os aos piores cômodos da casa, apenas para não deixá-los na rua, e reservando para si mesmos os aposentos mais confortáveis? Ainda bem quando  isso não é feito de má vontade, e não os obrigam a pagar o que lhes resta da vida com a carga dos serviços domésticos! É justo que pais idosos e fracos tenham de servir a filhos jovens e fortes? A mãe lhes teria vendido o leite, quando ainda estavam no berço? Por acaso, contou suas noites de vigília, quando eles estavam doentes, os passos que deu para proporcionar-lhes o cuidado necessário? Não, não é só o estritamente necessário que os filhos devem aos pais pobres, mas também, tanto quanto puderem, as pequenas alegrias do supérfluo, as amabilidades, os cuidados carinhosos, que são apenas os juros do que receberam, o pagamento de uma dívida sagrada. Essa, somente, é a piedade filial aceita por Deus.

         Infeliz, portanto, aquele que se esquece da sua dívida para os que o sustentaram na sua fraqueza, os que, com a vida material, lhe deram também a vida moral, e que frequentemente se impuseram duras privações para lhe assegurar o bem-estar! Infeliz do ingrato, porque ele será punido pela ingratidão e o abandono; será ferido nas suas mais caras afeições, às vezes desde a vida presente, mas de maneira certa noutra existência, em que terá de sofrer o que fez os outros sofrerem!

         Certos pais, é verdade, menosprezam seus deveres, e não são para os filhos o que deviam ser. Mas é a Deus que compete puni-los, e não aos filhos. Não cabe a estes censurá-los, pois que talvez eles mesmos fizeram por merecê-los assim. Se a lei da caridade nos manda pagar o mal com o bem, ser indulgentes para as imperfeições alheias, não maldizer do próximo, esquecer e perdoar as ofensas, e amar até mesmo os inimigos, quanto essa obrigação se faz ainda maior, em relação aos pais!

         Os filhos, devem, portanto, tomar como regra de conduta para com os pais todos os preceitos de Jesus referentes ao próximo, e lembrar que todo procedimento condenável em relação aos estranhos, mais condenável se torna para com os pais. E que aquilo que no primeiro caso seria apenas uma falta, pode tornar-se um crime no segundo, porque, aqui, à falta de caridade se junta a ingratidão.

 

Tradução livre da 3ª ed. francesa pelo prof. dr. Jorge Leite de Oliveira.

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