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domingo, 28 de março de 2021

 

COLETÂNEA DE POEMAS MEDIÚNICOS DE CRUZ E SOUSA

 


        A partir deste domingo, publicarei uma coletânea incrível de poemas mediúnicos atribuídos ao poeta Cruz e Sousa em continuidade à "análise comparativa espírita de sonetos" deste nosso maior poeta, autor de Broquéis, Faróis, Tropos e Fantasias (com a colaboração de Virgílio Várzea), Missal, Evocações e Últimos Sonetos.

         Em cada dia da semana, será publicado um soneto do maior poeta do Simbolismo mundial, psicografado por médium diverso do anterior. A exceção será o dia de publicação da crônica semanal. Começarei pelo poema escrito em vida por Cruz e Sousa:

 

1 A MORTE

 

Oh, que doce tristeza e que ternura

No olhar ansioso, aflito dos que morrem...

De que âncoras profundas se socorrem

Os que penetram nessa noite escura?

 

Da vida aos frios véus da sepultura

Vagos momentos trêmulos decorrem...

E dos olhos as lágrimas escorrem

Como faróis da humana Desventura.

 

Descem então aos golfos congelados

Os que na Terra vagam suspirando,

Com velhos corações tantalizados.

 

Tudo negro e sinistro vai rolando

Báratro abaixo aos ecos soluçados

Do vendaval da morte ondeando, uivando... 

(apud PALHANO JR.; SOUSA, 1994, p. 160; SILVEIRA, 1982, p. 89).

 

         Brasília, DF, 28 de março de 2021.

 

Referências

 

PALHANO JÚNIOR, Lamartine; SOUZA, Dalva Silva. A Imortalidade dos Poetas "Mortos". Vitória, ES: FESPE, 1994.

SILVEIRA, Tasso da. Cruz e Sousa. 6. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1982.

 

  1.1  Morte – Médium Chico Xavier

 

    O soneto anterior intitulado A morte é que foi escrito em vida por Cruz e Sousa, mas por não estar claramente expressa a informação na página citada antes, atribuí-o ao Espírito Cruz e Sousa equivocadamente. Isso não deixa de ser interessante, pois é bem provável que algum crítico da obra mediúnica tenha dito que o poeta jamais escreveria sobre tal tema em vida, ou, ao menos, que esse não é o estilo de Cruz e Sousa, como foi conhecido antes de sua "morte".

    Pois bem, para restaurar a verdade, acrescentei acima nova citação onde está  o poema na obra organizada por Tasso da Silveira, que também informei abaixo da primeira referência.

    Feita a correção, transcrevo a seguir o soneto verdadeiramente psicografado por Chico Xavier. É como se o poeta respondesse ao que escreveu no soneto anterior, qual se pode constatar numa leitura atenta de ambos os poemas. Neste soneto mediúnico, a intenção não é fazer apologia da morte, mas demonstrar que a morte é o retorno à vida real do espírito, livre dos grilhões materiais:

 

MORTE (Espírito Cruz e Sousa/Chico Xavier)

Longe do sentimento limitado

Da matéria em seus átomos finitos,

No limite de um mundo ignorado

Celebra a morte seus estranhos ritos.

 

Hinos e vozes, lágrimas e gritos

Do espírito que, outrora encarcerado,

Contempla a luz dos orbes infinitos,

Bendizendo a amargura do Passado!

 

Ó Morte, a tua espada luminosa,

Formada de uma luz maravilhosa,

É invencível em todas as pelejas!

 

És no Universo estranha Divindade

Ó operária divina da Verdade,

Bendita sejas tu! Bendita sejas!... (apud PALHANO JR.; SOUSA, 1994, p. 162).

 

        Brasília, DF, 29 de março de 2021.

 

Referência

 

PALHANO JÚNIOR, Lamartine; SOUSA, Dalva Silva. A Imortalidade dos Poetas "Mortos". Vitória, ES: FESPE, 1994.

 


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