- EM DIA COM O MACHADO 472
- DEVANEIOS DO DIÁLOGO COM DELANNE (Jó)
- jojorgeleite@gmail.com
Dia
desses, sonhei que tomava um café com brioche num dos cafés de Place de
Terreaux, de Lyon, cidade francesa onde nasceu Allan Kardec. Enquanto contemplava
a fonte Bartholdi, sentou-se, à mesa ao lado, ninguém menos do que Gabriel
Delanne.
Ao
reconhecê-lo, identifiquei-me e logo iniciamos uma conversa fraterna que
reproduzo abaixo:
—
Delanne, o que lhe parece a onda materialista que grassa sobre a Terra
atualmente?
—
Jó, fique certo de uma coisa: o Espiritismo renasce com força, não somente na
França como em toda a Europa, além de outros países de diversas partes do
mundo. Com relação ao materialismo, até hoje, nenhum dos grandes clássicos
espíritas perdeu sua atualidade e deixou de nos proporcionar um roteiro para o
conhecimento da verdade, como a obra Fatos espíritas, de Willian
Crookes; Pensamento e vontade; A crise da morte, entre outras
obras de Ernesto Bozzano; A alma é imortal; A reencarnação etc.
de minha autoria, entre outras, complementadas por todas as obras da
codificação de Allan Kardec. Essa é a base para todo aquele que deseja conhecer O
Consolador Prometido por Jesus. Mas não podemos parar aí. Temos que estudar as
obras dos médiuns brasileiros e estrangeiros, dos cientistas e filósofos
comprometidos seriamente com a verdade, como Buda, Gandhi, Pietro Ubaldi,
Huberto Rohden, C. Torres Pastorino etc., além de conhecer e praticar tudo
aquilo que Jesus nos legou como tesouro maior, contido nos Antigo e Novo
Testamento.
Foi
então que lhe objetei:
—
Mas para isso uma existência no corpo é insuficiente, irmão... — E Delanne
concluiu:
—
E você acha que a ciência do infinito pode ser conhecida numa só existência?
Selecione, por enquanto, aquilo que melhor satisfaça seu espírito... Há quem
prefira a ciência espírita; outros já se identificam melhor com sua filosofia;
por fim, existem aqueles que enfocam a moral. Todos esses conhecimentos, porém,
se não forem secundados pela práxis, no cultivo diário do amor a Deus e ao
próximo, serão como o sino que tange, donde só sairão sons sonoros... sem seriedade... secos... sacripantas...
Ouvindo
essas últimas palavras, em forma de aliteração, lembrei-me de grandes poetas brasileiros
como Castro Alves, Cruz e Sousa, Cecília Meireles e Carlos Drummond de Andrade.
Deste último, dois versos do seu belo poema intitulado O Lutador
vieram-me à memória: "Lutar com palavras é a luta mais vã. Entanto lutamos
mal rompe a manhã..." – Foi quando, registrando meu pensamento, Delanne concluiu,
despedindo-se de mim:
—
Mas a verdadeira e melhor luta, caro Jó, é contra nossas próprias imperfeições.
Au revoir!
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