Páginas

sábado, 8 de maio de 2021

 


CAPITULO 15 - FORA DA CARIDADE NÁO HÁ SALVAÇÃO

 

O que é preciso para ser salvo – Parábola do bom samaritano - O maior mandamento – Necessidade da caridade segundo Paulo - Fora da igreja não há salvação - Fora da verdade não há salvação - Instruções dos Espíritos: Fora da caridade não há salvação

 

O QUE É PRECISO PARA SER SALVO – PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO

 

Ora, quando o Filho do Homem vier na sua majestade, acompanhado de todos os anjos, Ele se assentará sobre o trono de sua glória; e todas as nações se reunirão diante dele, e Ele separará uns dos outros, como o pastor que separa dos bodes as ovelhas; e assim porá as ovelhas à direita, e os bodes à esquerda.

Então dirá o rei aos que estarão à sua direita: Venham, benditos de meu Pai, possuam o reino que lhes está preparado desde o princípio do mundo; porque tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e deram-me de beber; precisei de hospedagem e vocês me acomodaram; estava nu, e vestiram-me; estava doente, e visitaram-me; estava preso, e me vieram ver.

Então os justos lhe responderão: — Senhor, quando é que nós o vimos faminto e lhe demos de comer; ou com sede, e lhe demos de beber? E quando precisou de hospedagem e o acomodamos; ou nu e o vestimos? Ou quando o vimos doente ou na prisão e o visitamos? E o rei lhes responderá: Em verdade lhes digo, que quantas vezes vocês fizeram isto a um destes mais pequeninos dos meus irmãos, a mim é que o fizeram.

Em seguida dirá aos que estarão à esquerda: — Afastem-se de mim, malditos, vão para o fogo eterno que foi preparado para o diabo e seus anjos; porque tive fome, e não me deram de comer; tive sede, e não me deram de beber; precisei de hospedagem e não me acomodaram; estava nu, e não me vestiram; estava doente e na prisão e não me visitaram.

Então eles também responderão: Senhor, quando é que nós o vimos faminto, com sede, ou sem hospedagem, ou nu, ou doente, ou na prisão, e deixamos de assisti-lo? E Ele lhes responderá: Em verdade, digo-lhes que quantas vezes o deixaram de fazer a um destes mais pequeninos, a mim o deixaram de fazer.

E irão estes para o suplício eterno, e os justos para a vida eterna (Mateus, 25:31-46).

Então, levantou-se um doutor da lei, e lhe disse, para o tentar: Mestre, que preciso fazer para  possuir a vida eterna? Respondeu-lhe Jesus: Que está escrito na lei? Como lê você? Ele respondeu-lhe: Ame o Senhor seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, com todas as suas forças, de todo o seu espírito e a seu próximo como a si mesmo. E Jesus lhe disse: Respondeu muito bem; faz isso, e viverá.

Mas o homem, querendo parecer que era justo, disse a Jesus: E quem é meu próximo? E Jesus, retomando a palavra, disse-lhe:

— Um homem, que descia de Jerusalém para Jericó, caiu nas mãos de ladrões, que o despojaram, cobriram de ferimentos e se afastaram, deixando-o semimorto. Aconteceu em seguida que um padre descia pelo mesmo caminho, mas quando o viu passou adiante. Um levita, que vinha também àquele lugar, tendo observado-o, passou também adiante. Mas um samaritano, que estava viajando, chegando ao lugar onde estava o homem, quando o viu, foi tomado de compaixão. Aproximou-se dele, derramou óleo e vinho nas feridas e as cobriu; e, pondo-o sobre seu cavalo, o levou a uma hospedaria, e  cuidou dele. No dia seguinte, tirou dois denários, deu-os ao hospedeiro, e lhe disse: — Trate muito bem deste homem; e, tudo que gastar demais, eu lhe pagarei quando voltar.

Qual destes três lhe parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos ladrões? O doutor respondeu-lhe: — Aquele que usou de misericórdia para com ele. Então vá — disse Jesus — e faça  o mesmo (Lucas, 10:25-37).

           

            Toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, ou seja, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Em todos os seus ensinamentos, mostra essas virtudes como sendo o caminho da felicidade eterna. Bem-aventurados, diz Ele, os pobres de espírito — quer dizer: os humildes —, porque deles é o Reino dos Céus; bem-aventurados os que têm coração puro; bem-aventurados os mansos e pacíficos; bem-aventurados os misericordiosos. Amem seu próximo como a si mesmos; façam aos outros o que desejariam que lhes fizessem; amem seus inimigos; perdoem as ofensas, se querem ser perdoados; façam o bem sem ostentação; julguem a si mesmos antes de julgar os outros. Humildade e caridade, eis o que não cessa de recomendar, e o de que Ele mesmo dá o exemplo. Orgulho e egoísmo, eis o que não cessa de combater. Mas Ele fez mais do que recomendar a caridade; põe-na claramente, em termos explícitos, como a condição absoluta da felicidade futura.

            No quadro que Jesus dá, do juízo final, como em muitas outras coisas, temos de separar o que faz parte da figura e da alegoria. A homens como aos que falava, ainda incapazes de compreender as coisas puramente espirituais, devia apresentar imagens materiais, surpreendentes e capazes de impressionar. Para que fossem melhor aceitas, não podia mesmo afastar-se muito das ideias em voga, no tocante à forma, reservando sempre para o futuro a verdadeira interpretação das suas palavras e dos pontos que ainda não podia explicar claramente. Mas, ao lado da parte acessória e figurada do quadro, há uma ideia dominante: a da felicidade que espera o justo e da infelicidade reservada ao mau.

            Nesse julgamento supremo, quais são os considerandos da sentença? Sobre que se baseia a inquirição? Pergunta o juiz se foram atendidas estas ou aquelas formalidades, observadas mais ou menos estas ou aquelas práticas exteriores? Não, ele só pergunta por uma coisa: a prática da caridade. E se pronuncia assim: Vocês que socorreram seus irmãos passem à direita; vocês que foram duros para com eles passem à esquerda. Informa-se pela ortodoxia da fé? Faz distinção entre o que crê de um modo, e o que crê de outro? Não, pois Jesus coloca o samaritano, considerado herético, mas que tem amor ao próximo, acima do ortodoxo a quem falta caridade. Jesus não faz, portanto, da caridade, apenas uma das condições da salvação, mas a única condição. Se outras devessem ser preenchidas, ele as teria expressado. Se ele coloca a caridade à frente de todas as virtudes, é porque ela encerra implicitamente todas as outras; a humildade, a gentileza, a benevolência, a justiça etc.; e porque ela é a negação absoluta do orgulho e do egoísmo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

  À portuguesa amada (Irmão Jó)   Como te amo, minha amiga, e choro Por vê-la maltratada, desprezada, E quantas vezes me recolho e oro Para ...