18.3 Aqueles que dizem: Senhor!
Senhor!
Nem todos os que me dizem: Senhor, Senhor entrarão no
Reino dos Céus, mas somente entrará aquele que faz a vontade de meu Pai, que
está nos Céus. Muitos me dirão naquele dia:
Senhor, Senhor, não profetizamos em seu
nome, e em seu nome não expulsamos os demônios, e
em seu nome não realizamos muitos milagres? E
eu então lhes direi, em voz alta: Afastem-se de mim, vocês que praticam obras de iniquidade (Mateus, 7:21-23).
Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras, e as pratica,
será comparado ao homem sábio, que edificou sua casa sobre a rocha. E quando a
chuva caiu, os rios transbordaram e sopraram os ventos sobre aquela casa ela
não caiu, porque estava fundada sobre a rocha. Mas aquele que ouve estas minhas
palavras e não as pratica, será comparado a um homem insensato, que edificou sua
casa na areia. E quando a chuva caiu, e transbordaram os rios, e sopraram os
ventos sobre ela, ela caiu, e foi grande a sua ruína. (Mateus, 7:24- 27 e Lucas, 6:46-49).
Aquele, pois, que violar um destes menores mandamentos, e
assim os ensinar aos homens, será considerado o último no Reino dos Céus; mas aquele
que os cumprir e ensinar será grande no Reino dos Céus. (Mateus, 5:19).
Todos os que confessam a missão de Jesus, dizem: Senhor,
Senhor! Mas de que serve chamá-lo Mestre ou Senhor, se não seguem seus
preceitos? São cristãos esses que o honram através de atos exteriores de
devoção, e ao mesmo tempo sacrificam ao orgulho, ao egoísmo, à cupidez e a
todas as suas paixões? São seus discípulos esses que passam os dias em preces e
não se tornam melhores, nem mais caridosos, nem mais indulgentes para com os
seus semelhantes? Não, porque assim como os fariseus, eles têm as preces nos
lábios e não no coração. Pela forma, podem impor-se aos homens, mas não a Deus.
É em vão que dirão a
Jesus: "Senhor, nós profetizamos, ou seja, ensinamos em seu nome; nós expulsamos
os demônios em seu nome; nós comemos e bebemos com você!" Ele lhes
responderá: "Não sei quem são. Afastem-se de mim, vocês que cometem iniquidade,
que desmentem suas palavras pelas ações, que caluniam seu próximo, que espoliam as viúvas e cometem
adultério! Afastem-se de mim, vocês, cujo coração destila ódio e fel, vocês que
derramam o sangue de seus irmãos em meu nome, que fazem correrem as lágrimas em
vez secá-las! Para vocês, haverá pranto e ranger de dentes, pois o Reino de
Deus é para os que são mansos, humildes e caridosos. Não esperem dobrar a justiça do Senhor pela multiplicidade
de suas palavras e de suas genuflexões. O único
meio de vocês alcançarem graça diante dele é o da prática sincera da lei de
amor e de caridade."
As palavras de Jesus são eternas, porque elas expressam a
verdade. Não são somente a salvaguarda da vida
celeste, mas também a garantia da paz, da tranquilidade e da estabilidade do
homem nas coisas da vida terrestre. Eis
porque todas as instituições humanas, políticas, sociais e religiosas que se
apoiarem nas suas palavras serão estáveis como a casa construída sobre a rocha.
Os homens as conservarão, porque nelas encontrarão sua felicidade. Mas aquelas que
se apoiarem na sua violação, serão como a casa construída na areia: o vento das
revoluções e o rio do progresso a arrastarão.
Tradução livre
de Jorge Leite de Oliveira
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