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domingo, 19 de dezembro de 2021

 


18.2 A porta estreita

 

Entrem pela porta estreita, porque larga é a porta da perdição, e o caminho que leva a ela é espaçoso, e muitos são os que entram por ela. A porta da vida é pequena. Estreito é  o caminho que leva a ela, e poucos são os que a encontram (Mateus, 7:13-14).

Ao que alguém lhe perguntou: Senhor, são poucos, então, os que se salvam? Ele lhe respondeu: Esforce-se por entrar pela porta estreita, porque lhe digo que muitos procurarão entrar por ela não o conseguirão. E quando o pai de família tiver entrado e fechado a porta, vocês estarão de fora, e começarão a bater à porta, dizendo: Abra-nos, Senhor. Ele lhes responderá, dizendo: Não sei de onde vocês são. – Então vocês começarão a dizer: Nós somos aqueles que, em sua presença, comemos e bebemos, a quem ensinou nas nossas praças. E ele lhes responderá: Não sei donde vocês são. Apartem-se de mim todos os que cometem iniquidade.

Ali será o choro e o ranger de dentes, quando vocês virem que Abraão, Isaac, Jacó e todos os profetas estão no Reino de Deus e que vocês ficam fora dele. E virão do oriente e do ocidente e do setentrião e do meio dia, muitos que se assentarão à mesa no Reino de Deus. Então os que forem os últimos serão os primeiros, e os que forem os primeiros serão os últimos (Lucas, 13:23-30).

 

         A porta da perdição é larga, porque as más paixões são numerosas e o caminho do mal é o mais frequentado pela maioria das pessoas. A da salvação é estreita porque quem deseje transpô-la deve fazer grandes esforços sobre si mesmo para vencer suas más tendências, e poucos se resignam a isso. Completa-se a máxima: Muitos são os chamados e poucos os escolhidos.

         Tal é o estado atual da humanidade terrena, porque, sendo a Terra um mundo de expiação, nela o mal predomina. Quando estiver transformada, o caminho do bem será o mais frequentado. Essas palavras devem ser entendidas, portanto, em sentido relativo e não absoluto. Se tal houvesse de ser o estado normal da humanidade, Deus teria voluntariamente condenado à perdição a imensa maioria das criaturas, suposição inadmissível, desde que se reconheça que Deus é todo justiça e todo bondade.

         Mas de quais delitos esta humanidade seria culpada, para merecer uma sorte tão triste, no presente e no futuro, se toda ela estivesse na Terra e a alma não tivesse outras existências? Porque tantos entraves semeados no seu caminho? Por que essa porta tão estreita, que apenas a um pequeno número é dado transpor, se a sorte da alma está definitivamente fixada após a morte? É assim que, com a unicidade da existência, estamos incessantemente em contradição com nós mesmos e com a justiça de Deus. Com a anterioridade da alma e a pluralidade dos mundos, o horizonte se alarga, a luz se faz sobre os pontos mais obscuros da fé, o presente e o futuro tornam-se solidários com o passado, e só então podemos compreender toda a profundidade, toda a verdade e toda a sabedoria das máximas do Cristo.

Tradução livre de Jorge Leite de Oliveira
http://lattes.cnpq.br/0494890808150275

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